Planalto

Lula: novo PAC vai mostrar a cara do Brasil que queremos entregar

Em entrevista, presidente defende novo programa de investimento em infraestrutura, a ser anunciado no fim do mês, como forma de projetar um país mais moderno e de induzir a geração de emprego e renda

13/07/2023 20:42
Lula: novo PAC vai mostrar a cara do Brasil que queremos entregar


Um pacote para levar a infraestrutura nacional a um novo patamar. Uma lista de obras e investimentos que envolve portos, aeroportos, rodovias, ferrovias, saneamento básico e habitação. Um conjunto de iniciativas para induzir o crescimento da economia e gerar emprego e renda. Em resumo, um novo Programa de Aceleração do Crescimento, com mais conteúdo e mais obras.

Essa foi uma das perspectivas abordadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista à jornalista Renata Varandas, da TV Record, nesta quinta-feira (13). “Queremos mostrar qual é a cara do Brasil que queremos entregar. Qual é a cara do Brasil que a gente quer que o povo veja acontecer. Um país de trabalho, de muita paz, de muita harmonia”, afirmou o presidente.

No bate-papo de pouco mais de meia hora, Lula falou sobre o retorno do Brasil ao protagonismo no cenário internacional, abordou a transição de matriz energética que precisa ser implementada e citou o Desenrola Brasil, programa que vai proporcionar a negociação de dívidas a mais de 70 milhões de brasileiros inadimplentes.

O presidente comentou ainda sobre a retomada da tranquilidade nas decisões do governo e nas relações entre os três Poderes e fez projeções de um país em crescimento para o último ano de seu mandato. “Em 2026, a gente vai ter o Brasil tranquilo, a economia crescendo, o salário crescendo, a escola melhorando, as pessoas comendo mais, o alimento baixando, os juros baixando”, disse.


PRINCIPAIS PONTOS DA ENTREVISTA

EXPECTATIVA DA POPULAÇÃO – O que as pessoas que estão nos assistindo esperam do Brasil? Que o Brasil volte a melhorar, que o Brasil volte a crescer, que os preços voltem a cair, que volte a comida na mesa do povo, que a gente viva em paz, que cada um crie sua família da forma mais decente possível. É isso que o Brasil quer, e é isso que eu quero fazer. Nós estamos, outra vez, colocando o pobre no orçamento da União. É preciso que o dinheiro circule, é preciso que as pessoas pobres tenham salário, tenham o que comprar, possam consumir. É necessário. O ideal, para nós, é que todo mundo tenha emprego e não precise do Bolsa Família. Esse é o ideal. Mas, enquanto a gente não chega a esse ideal, o Estado tem que fazer políticas públicas de responsabilidade.

DESENROLA – É por isso que vamos lançar na próxima semana o Desenrola: nós vamos assumir a responsabilidade de tentar negociar com os bancos, negociar com as empresas para que as pessoas que devem até R$ 5 mil possam sair do Serasa, limpar o seu nome e voltarem a ser cidadãos, cidadãs de respeito, podendo consumir. Não tem nada mais gostoso do que um cidadão saber que não está devendo.

PROTAGONISMO INTERNACIONAL – O Brasil voltou a ser respeitado, o Brasil voltou à geopolítica internacional, o Brasil voltou a ser protagonista internacional. Nós vamos agora, em agosto, é o mais importante encontro que o mundo já viu sobre a Amazônia, nós vamos ter esse encontro na cidade Belém com os oito países amazônicos.

TRANSIÇÃO ENERGÉTICA – A transição energética que precisamos fazer vai ser uma revolução. Nenhum país do mundo tem a capacidade de colocar em prática uma transição energética como o Brasil tem. Uma transição climática. Só para você ter ideia, Renata, o Brasil tem 87% da sua energia elétrica renovável, o mundo tem 28%. O Brasil tem 50% de todo conjunto de sua energia renovável; o mundo só tem 15%. E o Brasil pode ter etanol, o Brasil pode ter biodiesel, o Brasil pode ter eólica, o Brasil pode ter solar, o Brasil pode ter hidrogênio verde. (...) E nós vamos lançar agora, no mês de julho, um grande programa, envolvendo inclusive a questão energética, da transição climática, para que o mundo saiba o que que o Brasil pretende fazer. O Brasil não perderá sua oportunidade de crescer, e crescer fazendo as coisas corretamente.

NOVO PAC – É um pacote que vai discutir infraestrutura total, infraestrutura de portos, aeroportos. Vai discutir rodovia, ferrovia, saneamento básico, vai discutir Minha Casa, Minha Vida. É um Novo PAC, com muito mais coisa, mais conteúdo, mais obras. Queremos mostrar qual é a cara do Brasil que queremos entregar. Qual é a cara do Brasil que a gente quer que o povo veja acontecer. Um país de trabalho, de muita paz, de muita harmonia.

MINHA CASA, MINHA VIDA – Só no nosso governo, construímos 4 milhões de casas. Foi o maior programa habitacional desse país. Agora, estamos lançando mais 2 milhões de casas nesses próximos três anos, e já começamos a reconstruir 186 mil casas que encontramos paralisadas. Porque, Renata, nós encontramos no Brasil 14 mil obras paradas, 4 mil obras eram de escolas, dentre essas 4 mil obras, 1.600 eram creches. Então, a gente está reconstruindo esse país.

CRESCIMENTO DA ECONOMIA – Esse país precisa crescer porque somente o crescimento vai fazer com que as pessoas tenham distribuição de riqueza e melhoria da qualidade de vida. Mas nada mais, nada menos do que aquilo que já fizemos. Eu, quando deixei a Presidência, em 2010, a economia crescia a 7,5% ao ano, o varejo chegou a crescer 13%. É esse país que nós queremos, onde todo mundo possa trabalhar e todo mundo possa participar da roda gigante da economia desse país.

TRANQUILIDADE INSTITUCIONAL – A sociedade começa a perceber que há um certo ar de tranquilidade, uma certa volta da esperança, uma certa calma nas decisões do governo. A gente não fica fazendo fake news, não fica mentindo, não fica provocando, não fica desrespeitando governador, prefeito, Suprema Corte. Temos que aprender a conviver pacificamente, democraticamente na diversidade. É esse o Brasil que eu quero construir junto com a sociedade brasileira.

RELAÇÕES COM O CONGRESSO – No momento certo, vamos conversar, da forma mais tranquila possível. Eu não quero conversa escondida, não quero conversa secreta. A hora que voltar o Congresso Nacional, que for juntar os líderes dos partidos que vou conversar, toda a imprensa vai ficar sabendo o que conversei com cada um, o que foi ofertado para participação no governo e o que o governo quer estabelecer de relação com o Congresso até o fim do mandato. É melhor ter uma relação à luz do dia, civilizada, aberta.

FUTURO PRÓSPERO – Em 2026, a gente vai ter o Brasil tranquilo, a economia crescendo, o salário crescendo, a escola melhorando, as pessoas comendo mais, o alimento baixando, os juros baixando. Isso vai acontecer normalmente sem nenhuma guerra, sem nenhuma briga, porque essa é a coisa que todos nós queremos.

HARMONIA – Eu quero um país de paz, um país normal. Os Três Poderes têm que funcionar em harmonia: Congresso Nacional, Poder Judiciário e Poder Executivo. É isso que a democracia exige, é isso que a sociedade exige, e é isso que vai acontecer.

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