Meio ambiente

O Brasil será o grande líder mundial da descarbonização, diz Alckmin

Durante conferência da Datagro sobre açúcar e etanol, vice-presidente destacou avanços na ampliação do mercado de biocombustíveis que levarão ao protagonismo brasileiro

23/10/2023 14:24
O Brasil será o grande líder mundial da descarbonização, diz Alckmin
Foto: Divulgação/MDIC

 

As ações de estímulo à descarbonização da economia brasileira conduzidas como prioridade pelo Governo Federal, aliadas às condições naturais do Brasil, devem levar o país a ser o grande líder dessa transição ecológica no mundo. A afirmação foi feita pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, durante a abertura da 23ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol, neta segunda-feira (23/10), em São Paulo.

Alckmin citou os principais avanços recentes nesta direção, como a política de estímulo à produção de biodiesel — que deve fazer com que o percentual de biodiesel misturado ao combustível fóssil, hoje em 12%, suba anualmente até chegar a 15% em 2026. “E já há estudos para se chegar a 20%”, anunciou.

Lembrou que 83% da frota nacional já é formada por carros flex, e que o etanol misturado à gasolina também deve subir de 27,5% para 30%, conforme propõe projeto de lei enviado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Congresso Nacional. Chamado de Combustível do Futuro, o projeto busca intensificar a inovação tecnológica e a descarbonização nas rotas de mobilidade.

O vice-presidente destacou, ainda, a possibilidade de produzir hidrogênio verde como alternativa de combustível para veículos híbridos. “O Brasil tem todas as oportunidades de rotas tecnológicas, o que é fundamental para o desenvolvimento sustentável”, disse.  “O Brasil vai ser o grande líder mundial, grande protagonista da sustentabilidade e da descarbonização.

Para fortalecer ainda mais esse movimento no Brasil e no planeta, o governo brasileiro aderiu à Aliança Global para Biocombustíveis, lançada em setembro, na Índia, que conta com a participação dos três principais produtores do mundo – Brasil, Estados Unidos e Índia — para fomentar a produção sustentável e o uso de biocombustíveis no mundo. A Aliança reúne 19 países 12 organizações internacionais.

O uso de biocombustíveis na aviação e na navegação, também foco dessa Aliança, contribuirá para reduzir as emissões dos respectivos setores, aumentará ainda mais o consumo mundial e a necessidade de ampliação do número de fornecedores.

Segundo o presidente da Datagro, Plínio Nastari,  para o setor da aviação, com o uso integrado do etanol e óleos vegetais sustentáveis como combustíveis, abre-se um mercado potencial 450 bilhões de litros por ano. No transporte marítimo, de acordo com ele, são mais 300 milhões de litros por ano.

Nastari afirma que o segmento sucroenergético atingiu um grau elevado de sustentabilidade.  “E segue avançando com sua diversificação crescente em diversas frentes na direção da emissão zero, em breve negativa, de carbono. O que permitirá às montadoras de automóveis o atingimento da meta de Net Zero Emission”, disse.

Brasil-China – Seguindo seu giro pela neoindustrialização, após a conferência da Datagro, o ministro Geraldo Alckmin participou da Conferência Anual do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), que teve como tema “A Nova Agenda Brasil-China: Neoindustrialização e Sustentabilidade”.

Antes, participou de duas reuniões — uma com empresários brasileiros com negócios na China, e outra com empresários chineses.  “Ouvimos os dois grupos para a gente ver como trabalhar ainda mais para avançar nesse trabalho recíproco. Temos uma enorme afinidade”, afirmou Alckmin.

A China é o mais importante parceiro comercial do Brasil. Conforme lembrou o vice-presidente, as áreas de parceria são diversas — vacinas, defensivos agrícolas, aviação, mineração, energia e setor automotivo, com as fábricas de veículos elétricos e híbridos —, e há ainda muito potencial para crescer. “Vamos fortalecer ainda mais essa relação que vai gerar emprego e melhorar a vida das pessoas”.

Foto: Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC)
Edição: Yara Aquino

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