Fiocruz publica Relatório sobre o Programa Nacional Cozinha Solidária

O Grupo de Trabalho (GT) – subsídios ao Programa Nacional Cozinha Solidária (PNCS), alocado na Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS) da Fiocruz, formado por André Burigo , coordenador da Agenda de Saúde e Agroecologia da VPAAPS, Denise De Sordi, pesquisadora da VPAAPS e Denise Oliveira, da GEREB, divulgou um relatório intitulado "Na cozinha, não há só comida": Segurança Alimentar e Nutricional e Soberania Alimentar nas experiências de cozinhas solidárias na Argentina, Colômbia, Uruguai e Brasil. O documento, publicado no dia 24 de novembro, é uma síntese valiosa que oferece subsídios para a regulamentação do PNCS brasileiro, conforme estabelecido pela Lei 14.628, de 20 de julho de 2023.

O PNCS representa uma inovação no cenário das políticas e programas sociais brasileiros, abordando o desafio de implementar um programa nacional em um país com cenários heterogêneos. A Lei, aprovada em 2023, foi resultado de mobilizações populares entre 2021 e 2022, quando o Brasil enfrentou um cenário de empobrecimento e fome generalizados, afetando cerca de 33,1 milhões de brasileiros, de acordo com dados da Rede Penssan.

Hermano de Castro, vice-presidente da Fiocruz, destaca no Prefácio do Relatório que o Brasil está "em reconstrução" e possui uma herança de insegurança alimentar. O relatório, elaborado pelo GT da VPAAPS, sob a coordenação de André Burigo, busca apresentar um "estado de arte" sobre o Programa, reunindo experiências nacionais e internacionais relacionadas às Cozinhas Solidárias.

Denise De Sordi, pesquisadora da VPAAPS, foi responsável pela sistematização do relatório, que reflete o trabalho coletivo do GT. O documento resulta de pesquisas em andamento e debates realizados durante o I Seminário “Cozinhas Solidárias: subsídios para a experiência brasileira, diálogos sul-americanos”, ocorrido nos dias 5 e 6 de outubro no campus da Fiocruz em Brasília/DF.

O relatório não apenas aborda a experiência brasileira, mas também analisa práticas em cozinhas solidárias na Argentina, Colômbia, Uruguai, buscando inspiração e lições aprendidas. Além disso, destaca a importância das Cozinhas Solidárias como espaços de cidadania, inclusão social, desenvolvimento ambiental e promoção da saúde.

Castro enfatiza que as Cozinhas Solidárias representam mais do que simples locais de preparação de alimentos; elas são espaços que promovem a inclusão e o desenvolvimento social, ambiental e da saúde. O cotidiano dessas cozinhas é conduzido por milhares de cozinheiras, que, carregadas de sabedoria e experiências de luta, encontram no alimento saudável um momento de celebração da vida.

Além do relatório, a Fiocruz também planeja publicar uma memória do I Seminário, enriquecendo o debate com textos autorais de convidados e especialistas no tema. O Cadernos do Observatório dos Hábitos Alimentares (OBHA) será o veículo para esta edição especial.

A Fiocruz reforça seu compromisso com a implantação de equipamentos públicos nos territórios, aproximando o campo da cidade e promovendo espaços de luta e organização da classe trabalhadora em diversas comunidades, incluindo favelas, quilombolas, povos indígenas, comunidades tradicionais, assentados da reforma agrária, pescadores, caiçaras, negros, mulheres, juventude rural, idosos, pessoas com deficiência e famílias ou pessoas em situação de rua vulnerabilizadas. O relatório é uma peça fundamental nesse processo, contribuindo para a compreensão e aprimoramento do PNCS no contexto nacional.

Este relatório é uma iniciativa que reflete o comprometimento da Fiocruz com questões sociais e de saúde pública, promovendo a discussão e ações concretas para enfrentar desafios relacionados à segurança alimentar e nutricional no Brasil.

O Relatório está disponível no link: https://bit.ly/3uL8ByE

Por: Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)