Economia

G20: "Propostas da presidência brasileira foram muito bem aceitas", diz sherpa brasileiro

Embaixador Mauricio Lyrio avalia primeira reunião do G20 como "muito produtiva" e diz que Grupo está de acordo com a necessidade dos trabalhos apontarem para resultados concretos, que façam a diferença na vida das pessoas

11/12/2023 18:55
G20: "Propostas da presidência brasileira foram muito bem aceitas", diz sherpa brasileiro
Foto: Isabela Castilho/G20

 

"É consenso entre os países que o combate à fome, à pobreza e à desigualdade é uma questão urgente, que precisa de esforços globais", disse Lyrio durante coletiva de imprensa ao final da primeira reunião da Trilha de Sherpas sob a presidência brasileira, no dia 11/12. "O tema desenvolvimento é central neste G20 e tanto países ricos quanto em desenvolvimento, além de bancos de desenvolvimento e instituições mundiais precisam se envolver na solução dos problemas", pontuou o sherpa brasileiro.

Ele contou que, desde o primeiro dia da presidência brasileira do G20, circula entre os países-membros uma nota conceitual sobre a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, a ser constituída a partir da Força-Tarefa proposta pelo Brasil. Ele salientou que os países em desenvolvimento têm experiências virtuosas no combate à fome e à pobreza que devem ser consideradas nas discussões e decisões do G20. "Há um acordo pleno entre os países para que este tópico avance de forma concreta".

Inovações da presidência brasileira

O primeiro dia de reuniões centrou as discussões nos métodos de trabalho que o Grupo adotará daqui em diante, aprovando as propostas de inovação feitas pelo Brasil. Além do compromisso de decisões concretas, estão a aproximação das discussões financeiras e políticas desde o início dos trabalhos e o incentivo ao diálogo com a sociedade civil, incluindo o recebimento de contribuições e propostas ao longo do processo. "Concordamos em não dispersar esforços em textos que não tenham impactos reais sobre a vida das pessoas", afirmou.

Lyrio acrescentou que existem formas diferentes de os países tratarem e enxergarem os temas, mas que as prioridades estipuladas pelo Brasil para as discussões deste ano foram muito bem aceitas. "Todos concordam que é urgente tratar da reforma da governança global, das instituições mundiais", disse. "A questão do clima, por exemplo, abarca um aspecto financeiro importante e não é uma discussão trivial, como vimos na COP. Mas estamos de acordo que é um tema a ser enfrentado", salientou.

Ele disse ainda que as desigualdades de toda ordem serão abordadas nos Grupos de Trabalho, pois é um "tema transversal". Um exemplo, dentre vários, são as discussões do grupo de Economia Digital: "não dá para falar do tema sem considerar as desigualdades no acesso à tecnologia", exemplificou Lyrio.

A reunião da Trilha de Sherpas continua na próxima terça, dia 12/12, e discutirá, de forma mais detalhada, as prioridades propostas pelo Brasil em seu mandato: o combate à fome, à pobreza e à desigualdade; o desenvolvimento sustentável e as mudanças climáticas e a reforma da governança global.

13 de dezembro (9h às 17h30): Reunião Conjunta de Sherpas, Vice-Ministros das Finanças e Vice-Presidentes de Bancos Centrais do G20;

14 e 15 de dezembro (9h às 16h): Reunião de Vice-Ministros das Finanças e Vice-Presidentes de Bancos Centrais do G20.

Ao longo do mandato brasileiro estão previstas mais de 100 reuniões dos grupos de trabalho e forças-tarefa que compõem o G20, tanto presenciais quanto virtuais, das duas trilhas (de Sherpas e de Finanças), em nível técnico e ministerial, em cidades-sede das cinco regiões do Brasil. O ponto alto será a cúpula que será realizada no Rio de Janeiro.

Por: G20 Brasil 2024

 

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