Na Paraíba, Cida Gonçalves dialoga com lideranças pescadoras e marisqueiras

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, se encontrou, na manhã desta sexta-feira (26), com trabalhadoras marisqueiras e pescadoras dos municípios de Cabedelo, Pitimbu, Bayeux e Santa Rita, do estado da Paraíba. No Brasil, as mulheres representam 49% dos pescadores profissionais, o que significa um contingente de, aproximadamente, 500 mil mulheres. Em cinco estados do Nordeste (Maranhão, Pernambuco, Sergipe, Bahia e Alagoas), elas já são maioria na profissão.

Cida Gonçalves conversou com lideranças pescadoras, marisqueiras e ciganas e ouviu as principais demandas das trabalhadoras, que destacaram a importância do fortalecimento da agricultura familiar, a preservação e limpeza dos rios, fonte de renda para as marisqueiras e pescadoras, e pediram também por políticas públicas de acesso à saúde e direitos previdenciários para a categoria.

Mulheres ciganas também trouxeram suas reivindicações. Salientaram o fato de garantirem a sustentabilidade da comunidade e estarem ganhando destaque no governo atual, o que têm também aumentado a misoginia, o destrato e a violência contra elas.

A ministra afirmou que o maior desafio do seu trabalho é falar com as mulheres de todas as regiões do Brasil, e o compromisso de sair e encarar a realidade do povo. Cida Gonçalves destacou a importância das mulheres nas últimas eleições, que ajudaram a eleger um governo democrático e garantiram a manutenção da democracia. “Vocês trouxeram a questão da aposentadoria, que está no Ministério da Previdência, questões de saúde, que estão no Ministério da Saúde, do meio ambiente… Vocês trouxeram questões que estão em diversos ministérios do governo do presidente Lula. Portanto precisamos ter uma política que transforme todas essas questões em ações. A partir dessas escutas, queremos fazer uma política nacional, com diretrizes e linhas de atuação”, garantiu a ministra.

A violência política que atinge muitas mulheres também teve espaço no debate. Segundo a ministra, o governo reconhece as ameaças que as lideranças sofrem como violência política. "Eles não querem que sejamos líderes, não querem nos deixar falar. Isso faz parte da misoginia. Por isso, estamos fazendo um Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Política contra as Mulheres, porque entendemos que existem essas ameaças contra nossas lideranças, contra nossas posições políticas.”

A ministra Cida Gonçalves terminou sua fala chamando todas as mulheres presentes para participarem da Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, que ocorrerá em 2025. “Quero tudo o que vocês colocaram aqui no papel, numa política, para que seja permanente. Precisamos deixar escrito, transformar em lei, para que ninguém, nunca mais, tente acabar com as nossas conquistas”, destacou.

Também participaram do encontro a secretária nacional da Aquicultura do Ministério da Pesca e Aquicultura, Tereza Nelma, e a secretária da Mulher e da Diversidade Humana do Estado da Paraíba, Lídia Moura.

A secretária Lidia Moura também se comprometeu a levar as reivindicações das mulheres, em especial aquelas relacionadas à limpeza e recuperação de rios, para os demais órgãos do Governo da Paraíba, além de manter o diálogo constante com o Governo Federal, por meio do Ministério das Mulheres. Tereza Neuman falou sobre a necessidade de valorizar o artesanato brasileiro, de agregar valor à produção das mulheres e destacou a parceria com a ministra Cida Gonçalves na construção de políticas públicas para as mulheres das águas. Abordou também os diálogos no governo federal para a criação de um programa com foco na saúde de mulheres da pesca.

Estiveram presente no encontro com a ministra Cida Gonçalves mulheres representantes da Associação de Marisqueiras das Comunidades de Açaí, Colônia das Pescadoras de Cabedelo, Mulheres Indígenas Potiguara, Mulheres Quilombolas de Mituaçu, Mulheres Agricultoras de Rio Tento, Mulheres Ciganas de Condado, alen de alunos da Escola Estadual Maria Geny Sousa Timóteo.

Após o encontro, a ministra Cida Gonçalves embarcou para Recife, onde se reúne com centrais sindicais para um diálogo sobre a Lei de Igualdade Salarial e de Critérios Remuneratórios entre Mulheres e Homens. O encontro faz parte da agenda de preparação do MMulheres para o 1º de maio, Dia das Trabalhadoras e dos Trabalhadores.