Ligue 180 reserva linha especial para mulheres em situação de violência no RS
No Rio Grande do Sul, ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, reuniu-se com o governador Eduardo Leite para tratar também da elaboração de protocolo em defesa das mulheres em momentos de crise
Uma comitiva do Ministério das Mulheres esteve neste domingo (12) no Rio Grande do Sul para dialogar com autoridades e movimentos sociais neste período de fortes chuvas e famílias desabrigadas. Entre as prioridades da comitiva, composta pela ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, e pelas secretárias nacionais de Enfrentamento à Violência contra Mulheres, Denise Motta Dau, e de Autonomia Econômica e Política de Cuidados, Rosane Silva , está a urgência da elaboração e implementação de um protocolo de emergência para crises climáticas que tenha atenção especial às necessidades de mulheres, algo que o Ministério das Mulheres está construindo junto à sociedade civil.
No sábado, o Ministério das Mulheres já havia estabelecido medida emergencial para o Ligue 180 - Central de Atendimento à Mulher - , que desde então mantém um fluxo específico para receber denúncias de violência contra mulheres no Rio Grande do Sul, que serão encaminhadas ao Centro de Combate à Violência Doméstica do Ministério Público do estado.
O serviço também fornece informações sobre abrigos exclusivos para mulheres e crianças - criados após relatos de abusos feitos ao Ministério das Mulheres em reunião online com a ministra Cida Gonçalves na última terça-feira (7). As informações serão atualizadas de forma permanente com a equipe de atendimento. Na ligação pelo telefone, a opção para falar sobre o Rio Grande do Sul é a tecla 7.
Encontro com o governador
“Sabemos que as mulheres e as meninas sofrem desproporcionalmente as violências e violações em períodos de crise climática”, reforçou Cida Gonçalves em reunião com o governador Eduardo Leite, na capital gaúcha, Porto Alegre, ao expor a urgência do protocolo para garantir a segurança e as necessidades de mulheres durante o período de chuvas no estado, especialmente aquelas que estão vivendo em abrigos nesse momento. Participou também da reunião o secretário estadual de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Fabricio Guazzelli Peruchin.
No último final de semana, o governo estadual estabeleceu que policiais da Brigada Militar devem reforçar de forma permanente a segurança dos abrigos temporários. Há denúncias de violência contra mulheres e crianças. Sete agressores, acusados de estupro nos abrigos, foram presos.
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Direitos Humanos e MP irão acompanhar funcionamento de abrigos em Canoas
Antes da agenda com o governador, logo na chegada à base aérea em Canoas (RS), a comitiva também se reuniu com a secretária Municipal Adjunta de Mulheres, Vani Piovesan, e a vereadora Maria Eunice Wolf, para dialogar sobre o atendimento à população desabrigada no Rio Grande do Sul, em especial às mulheres, e a necessidade de oferecer mais segurança para mulheres e crianças nos abrigos.
Movimentos sociais
O protocolo de emergência com perspectiva de gênero também foi pauta na reunião da ministra das Mulheres com cerca de 20 representantes de órgãos públicos e de movimentos sociais, em Porto Alegre. Na ocasião, houve um diálogo sobre as propostas para o texto do protocolo, o qual deverá trazer diretrizes e linhas de atuação que incluam, para além da garantia da segurança das mulheres em meio a desastres climáticos, aspectos como a recomposição da renda e da autonomia econômica das mulheres no processo de reconstrução do Rio Grande do Sul.
A ministra parabenizou e agradeceu o empenho de todas as mulheres que estão atuando na linha de frente da mitigação da situação de calamidade pública no estado. “Além de prestarem socorro, vocês estão pensando nas saídas, nas políticas de reconstrução”, destacou Cida Gonçalves, complementando que o Rio Grande do Sul será modelo de enfrentamento a tragédias neste país e, possivelmente, a nível internacional.
Participaram da reunião representantes das secretarias de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos; da Segurança Pública; de Desenvolvimento Social; e de Saúde; Defensoria Pública; do Ministério Público; Tribunal de Justiça; Conselho Estadual dos Direitos das Mulheres; Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres de Porto Alegre; Conselho Estadual dos Direitos Humanos, Conselho Tutelar de Porto Alegre; Levante Feminista contra o Feminicídio; Comissão da Mulher Advogada; CRAm de Porto Algre; Centro de Referência Estadual da Mulher Vânia Araújo Machado; e do Fórum Estadual da Mulher do Rio Grande do Sul.
Com informações do Ministério das Mulheres
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