Homenagens a Bruno Pereira e Dom Phillips marcam reconhecimento do país à memória dos ativistas
Representantes do MJSP participaram de atos que promoveram pedido de desculpa simbólico e que contaram com a presença de ministros e da sociedade civil
O secretário executivo adjunto do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Marivaldo Pereira, e a titular da Secretaria de Acesso à Justiça (Saju/MJSP), Sheila Carvalho, participaram, nesta quarta-feira (5), de uma série de homenagens a Bruno Pereira e Dom Phillips, que marcaram o reconhecimento do Estado brasileiro à memória dos ativistas assassinados há dois anos, no Vale do Javari, Amazonas.
"Dois anos sem Dom e Bruno - a luta coletiva em defesa do Vale do Javari continua" foi, por exemplo, o mote da projeção realizada no prédio do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), como parte dos eventos realizados pelo Governo Federal pela memória dos ativistas. Exibição de documentário, projeção da imagem dos defensores de direitos na Esplanada dos Ministérios e ato público no Memorial dos Povos Indígenas também marcaram a data.
“É uma honra representar o Ministério da Justiça e Segurança Pública num evento como este. Um evento que traz sentimentos contraditórios. A tristeza pela perda dos companheiros Bruno e Dom que foram assassinados por lutarem pelo meio ambiente e pelos direitos dos povos indígenas. E o sentimento também é de alívio por termos interrompido o processo de destruição das políticas de proteção aos povos indígenas e ao meio ambiente. Ainda há muito o que ser feito, mas seguiremos firmes lutando para reconstruir nosso país”, afirmou o secretário executivo adjunto do MJSP, Marivaldo Pereira.
Também presente nas atividades, a secretária nacional de Acesso à Justiça, Sheila de Carvalho, participou da mesa “A memória do indigenismo no Vale do Javari a partir da luta dos defensores de direitos humanos, comunicadores e ambientalistas.”
"Esse é um marco da luta pela memória e busca da justiça no caso de Bruno Pereira e Dom Philips. O Ministério da Justiça e Segurança Pública tem atuado para o cumprimento da medida cautelar internacional e desenvolvido políticas para proteção do território do Vale do Javari. É nosso compromisso na Secretaria de Acesso à Justiça a defesa dos direitos da população indígena, e dos defensores de direitos humanos, ambientalistas e comunicadores", ressaltou a secretária
Além dela, participaram a embaixadora do Reino Unido no Brasil, Stephanie Al-Qaq; da ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara; da viúva de Dom Phillips, Alessandra Sampaio; da viúva de Bruno Pereira, Beatriz Matos; e de representantes dos grupos Repórteres sem Fronteiras, artigo 19, Instituto Vladimir Herzog, Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato (OPI), Washington Brazil Office e Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
Os eventos contaram com a presença de integrantes do Governo Federal, sociedade civil, representantes de organizações não governamentais (ONGs), indígenas e familiares. O Cine Brasília, na Asa Sul, foi palco para a exibição gratuita do documentário “Vale dos Isolados: o assassinato de Bruno e Dom”. Dirigido pela repórter Sônia Bridi, o filme recebeu, no ano passado, um dos mais importantes e tradicionais prêmios jornalísticos em Direitos Humanos do Brasil, o Vladimir Herzog, na categoria melhor produção jornalística em vídeo.
“A nossa fala aqui é também de pedir desculpas; afinal, o Estado brasileiro deve um pedido de desculpas. O crime, quando acontece contra um comunicador que busca dar visibilidade à pauta indígena, contra um servidor público federal, atinge a coletividade, atinge a democracia”, declarou o secretário nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Bruno Renato Teixeira.
Reconhecimento
Ainda na quarta-feira (5), Dia Mundial do Meio Ambiente, os ministérios dos Direitos Humanos e da Cidadania e dos Povos Indígenas projetaram a imagem dos defensores de direitos humanos no Bloco A da Esplanada dos Ministérios. Com os dizeres "Dois anos sem Dom e Bruno - a luta coletiva em defesa do Vale do Javari continua", a projeção acenou pela memória dos ativistas.
Encerrando o dia, o ministro Silvio Almeida, ao lado das ministras Sonia Guajajara e Marina Silva, participou de ato público no Memorial dos Povos Indígenas. "Essa é a forma de eternizar Bruno Pereira e Dom Phillips. Eles estarão conosco em cada passo que dermos daqui em diante", enfatizou. "Estamos diante do legado de duas pessoas memoráveis cujas vidas foram dedicadas a uma causa maior", refletiu o ministro.
Relembre o caso
Bruno Pereira e Dom Phillips foram mortos a tiros em 5 de junho de 2022. Bruno tinha pedido licença da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) em 2020 por discordar de algumas coisas referentes à execução da política nacional indigenista e, na época, era consultor técnico da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja). Já Dom planejava entrevistar lideranças indígenas e ribeirinhos para escrever um livro. Seus corpos só foram localizados em 15 de junho.
Por: Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP)
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