Agricultura

Lula: “Se tem uma coisa respeitada no mundo é a agricultura brasileira”

Em entrevista à Rádio Sociedade, em Salvador (BA), presidente enfatiza importância do agro e reforça a perspectiva de novas medidas para o setor com o lançamento do Plano Safra 2024/2025

Agência Gov | Via Planalto
02/07/2024 13:21
Lula: “Se tem uma coisa respeitada no mundo é a agricultura brasileira”
Foto: Ricardo Stuckert / PR

Na véspera do lançamento do Plano Safra 2024/2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva exaltou, nesta terça (2/7), em entrevista à Rádio Sociedade, de Salvador (BA), a força do agronegócio nacional. “Se tem uma coisa respeitada no mundo é a agricultura brasileira”, afirmou Lula. O Plano Safra oferece linhas de crédito, incentivos e políticas para produtores, desde os familiares até os do agronegócio em escala industrial e para exportação. O Plano Safra 2023/2024 , lançado em junho passado, teve R$ 364,22 bilhões em recursos, o maior já apresentado no Brasil, com crescimento de 26,8% em relação ao ano anterior.

No bate-papo com a jornalista Silvana Oliveira, Lula citou investimentos em rodovias baianas anunciados nesta segunda , pensados também para melhorar a capacidade de escoamento dos produtos agrícolas. “Publicamos o aviso de licitação do trecho Leste do RodoAnel, considerado um dos maiores gargalos da Bahia. E estamos pensando na querida Leste-Oeste, a ferrovia da integração definitiva. Da nossa parte não faltará dinheiro ou incentivo para que a gente entregue ao povo baiano essa via de escoamento da capacidade produtiva. Vai servir para minério, para produtos industriais mas, sobretudo, para a agricultura vigorosa que a Bahia tem”, afirmou.

Outro ponto ressaltado pelo presidente foi o suporte à agricultura de modo amplo. “Não faço diferença entre agricultura empresarial e agricultura familiar do pequeno e médio proprietário. O Brasil tem quase 4 milhões e 600 mil proprietários de até 100 hectares. Um cidadão que tem 100 hectares em Santa Catarina, em região produtiva, ganha um bom dinheiro. E está produzindo coisas de qualidade. Os Sem Terra são os maiores produtores de arroz orgânico da América Latina, lá no Rio Grande do Sul. Essa gente se organizou, aumentou produtividade. Criamos um programa de financiamento, o Pronaf , que aumentou muito. Amanhã volto a Brasília e vamos anunciar o Pronaf para pequenas e médias propriedades rurais da agricultura familiar e investimentos no agronegócio”, explicou.

CARNE NA CESTA BÁSICA – Outro desdobramento da conversa sobre agricultura e pecuária foi em torno da regulamentação da Reforma Tributária, em fase final de debate no Congresso Nacional, em especial em torno da isenção de impostos para produtos da nova cesta básica. Os parlamentares avaliam a inclusão da proteína animal entre os produtos que passariam a ser isentos de impostos. “Eu sou favorável. Acho que temos que fazer diferenciação. Você tem vários tipos de carne. Tem carne chique, de primeiríssima qualidade, que o cara que consome pode pagar um impostozinho. Agora tem outro tipo de carne, que o povo consome. Frango, por exemplo, faz parte do dia a dia. Ovo faz parte do dia a dia. Um músculo, um acém, um coxão mole, tudo isso pode ser evitado (o pagamento de imposto)”, defendeu. “Eu acho que é uma sensibilidade da parte do pessoal que está trabalhando na política tributária. Se não para toda a carne, para um tipo de carne sem imposto”.

SEGURANÇA PÚBLICA – O presidente também abordou o tema da segurança pública. Ele adiantou que pretende se reunir em breve com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e com outros ministros que foram governadores para debater o tema a fundo e tentar aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que detalhe o papel de cada ente federativo nesta questão. Possivelmente, dentro de 10 ou 15 dias, vou chamar o ministro Lewandowski e o pessoal que trabalha com ele, chamar os ministros que foram governadores. Quero que eles participem de uma reunião para que a gente possa fazer uma proposta de segurança pública. Nós não queremos ter ingerência. O que queremos saber é o seguinte: é necessário o Governo Federal participar? Não apenas com repasse de dinheiro? Eu acho que os estados sozinhos não dão conta. O que queremos é uma proposta de aprovar uma PEC que defina o papel de cada um, mas que a gente dê ao povo a certeza de que a gente vai ter mais segurança pública nesse país. Quem foi governador de estado sabe que é difícil cuidar da segurança pública, muito difícil”, prosseguiu.

CONTRA O PRECONCEITO – Ao ser lembrado da cerimônia de posse de seu terceiro mandato como presidente, quando subiu a rampa acompanhado de representantes de vários setores da sociedade, Lula disse que o Brasil de hoje é uma nação mais representativa, mas ressaltou que ainda falta muito a ser conquistado nesse sentido. “Eu vejo muita representatividade, mas aquém daquilo que as pessoas necessitam. Eu, sinceramente, acho que a gente poderia fazer mais”, afirmou. “Temos que trabalhar com vigor, porque é importante que a gente faça inclusão de todos, que não tenha preconceito de gênero, de raça, por deficiência. Esse país tem que ser definitivamente de todos. E essa é uma decisão que a gente tem tomado em cada reunião e cada ministério tem a obrigação. Toda vez que for chamar alguém para trabalhar no governo, levar em conta a realidade da sociedade brasileira”, continuou. Para o presidente, o combate ao preconceito tem avançado e o Governo Federal pode contribuir. “Ainda não terminou o preconceito porque é uma doença, uma doença muito grave. Mas a gente está caminhando a passos largos. Essa é uma busca incessante que a gente tem que fazer. Sempre procurar mais mulheres, mais negros, mais pessoas humildes, mais pessoas com deficiência para ocupar cargos importantes, para que o Brasil tenha uma cara real. Não é aquele Brasil falso, que só tem um tipo de gente trabalhando e o restante está fora. Eu acho que quanto mais a gente fizer investimento em educação, mais a gente tem chance de fazer esse país mais igual, de verdade”, concluiu.

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