Com meta de ampliar investimentos no Nordeste, BNDES participa do comitê de instituições financeiras na Sudene
Superintendência do Nordeste reúne principais agentes financeiros federais do país para discutir estratégia de financiamento na região
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) participou nesta terça-feira, em Recife, da primeira reunião do Comitê Regional de Instituições de Financeiras Federais (Coriff), para ajudar a nortear e acelerar os investimentos na região Nordeste. O Coriff vai subsidiar o Conselho Deliberativo da Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste) com articulação e ações para aperfeiçoar o financiamento de projetos que contribuam para geração de renda e emprego na região.
A integração entre os instrumentos de financiamento com as políticas públicas setoriais – como Nova Indústria Brasil, o Novo PAC, a Transformação Ecológica e o Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE) – foi tema da reunião. O BNDES, que ampliou em 196% as aprovações de crédito na região no primeiro semestre do ano, em relação ao mesmo período do ano passado, alcançando R$ 7,7 bilhões em investimentos, pretende aumentar ainda mais a presença na região.
“O nosso grande objetivo aqui é ampliar os investimentos no Nordeste e essa coordenação do CORIFF pode ser fundamental para criarmos uma inteligência de financiamento que desenvolva as cadeias com maior potencial e faça diferença na vida da população”, avaliou a diretora de Crédito Digitais para Micro, Pequenas e Médias Empresas do BNDES, Maria Fernanda Coelho.
A diretora do BNDES citou alguns segmentos estratégicos para a região, como o de turismo, inovação e agricultura familiar. Mas destacou a importância de rodas de negócios para ouvir representantes de todos os estados. “Iniciamos esse processo de articulação para pensar investimentos que são estruturantes na região, desenvolvendo a vocação de cada estado”, afirmou a diretora.
Para a Sudene, que sediou o encontro, o objetivo é que os recursos disponíveis em crédito para investimentos nos 11 estados da área de atuação da Superintendência sejam aplicados estrategicamente na promoção do desenvolvimento regional. “É preciso integrar as políticas e os instrumentos de financiamento, pois estes estão aquém do que deve ser destinado ao Nordeste para quebrar a lógica do aprofundamento das desigualdades”, afirmou o superintendente da Sudene, Danilo Cabral, na abertura da reunião.
Uma das medidas estabelecidas no encontro foi a criação de um grupo de trabalho para a elaboração de uma matriz das linhas de crédito para financiamentos no Nordeste, de modo a identificar as lacunas e superposições de financiamentos, além da possibilidade de realização de operações de crédito consorciadas. Também ficou acertada a sistematização e consolidação de dados sobre as obras públicas e privadas prioritárias para os estados, além de analisar a aplicação dos recursos em pesquisa e desenvolvimento de forma que eles sejam orientados às prioridades da região. O comitê também decidiu por realizar ações para a Caatinga.
A primeira reunião contou ainda com um painel da economista Tania Bacelar sobre o “Desenvolvimento do Nordeste e a importância das políticas de financiamento integradas. Tânia Bacelar elencou as potencialidades e oportunidades da nova agenda do Nordeste, como a expansão da infraestrutura, a retomada da industrialização, a valorização das cadeias produtivas, economia criativa e turismo, e destacou o papel do BNDES. “A primeira relevância do banco é seu tamanho, que atua em todas as regiões. Por isso, o BNDES é uma prioridade para essa discussão. O banco deve ter uma presença mais ativa no Nordeste e olhar o potencial da região no contexto do século XXI”, afirmou Tania Bacelar.
Representando o Consórcio Nordeste, Pedro Lima falou sobre a importância de as instituições financeiras terem como horizonte a redução das desigualdades regionais, ampliando os recursos destinados ao Nordeste. “A reativação do Coriff é importantíssima, como uma instância estratégica para debater os entraves e articular estratégias conjuntas das instituições financeiras para aumentar a oferta de crédito no Nordeste. O Consórcio Nordeste, que passa agora a integrar esse espaço, entende que a superação da desigualdade regional passa, obrigatoriamente, pela superação da desigual da oferta de crédito e do investimento”, ressaltou.
Também participaram da reunião representantes da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Banco do Nordeste, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes).
Por: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
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