Cúpula do Futuro cobra da ONU papel mais altivo diante das crises globais
Presidente da República convoca engajamento dos países para promover mudanças nas instituições de representação internacional: "As roupas que vestimos em 1945 já não nos cabem mais"
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez nesta quinta-feira, 12 de setembro, um chamado global para a Cúpula do Futuro, que será realizada entre os dias 20 e 23 de setembro na sede das Nações Unidas, em Nova York.
"Chegou a hora de agir, o Brasil está dando novo impulso à reforma da governança global na sua presidência do G20. Mas esse debate também precisa ser travado na ONU, o fórum mais inclusivo de todos. Gostaríamos que todos fossem à Cúpula do Futuro com a ambição de promover reformas efetivas", disse.
A Cúpula do Futuro precede a Assembleia Geral da ONU. Vai reunir chefes de Estado e governo dos 193 Estados-membros da ONU, além de representantes da sociedade civil, pesquisadores, setor privado e juventude.
Assista ao vídeo com da convocação feita por Lula e leia íntegra
Amigos e amigas,
Dentro de poucos dias, nos encontraremos em Nova York na Cúpula do Futuro.
Agradeço ao Chanceler Olaf Scholz e ao Presidente Nangolo Mbumba por terem nos conduzido ao longo desse caminho, com Alemanha e Namíbia como facilitadores do Pacto para o Futuro.
Desde a Segunda Guerra Mundial, o multilateralismo rendeu muitos frutos.
É impossível explicar o que se passou nas últimas oito décadas sem aludir ao papel da ONU e das instituições de Bretton Woods.
Ou sem recorrer a conceitos como descolonização, desarmamento, direitos humanos e desenvolvimento sustentável.
No entanto, assim como acontece com qualquer criança que cresce e amadurece, as roupas que vestimos em 1945 já não nos cabem mais.
Há mais de vinte anos temos falado sobre a reforma da governança global.
Estamos correndo em círculos.
Chegou a hora de agir.
O Brasil está dando novo impulso à reforma da governança global na sua presidência do G20.
Mas esse debate também precisa ser travado na ONU, o fórum mais inclusivo de todos.
Gostaríamos que todos fossem à Cúpula do Futuro com a ambição de promover reformas efetivas.
O Conselho de Segurança precisa ampliar sua composição nas duas categorias de membros, permanentes e não permanentes.
O cumprimento das metas de desenvolvimento sustentável requer que o Banco Mundial e o FMI atendam melhor as necessidades do Sul Global.
Isso só ocorrerá se os países em desenvolvimento tiverem maior espaços nesses organismos.
O enfrentamento da mudança do clima demanda órgãos com autoridade para promover a implementação dos compromissos assumidos.
A Aliança Global contra a Fome, que lançaremos no G20, estará aberta a todos os países da ONU.
Ela nasce da vontade política e do espírito de solidariedade de enfrentar essa chaga que ainda assombra a humanidade.
Precisamos legar para as gerações futuras um sistema multilateral renovado, legítimo e eficaz.
Muito obrigado.
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