Cultura

Alckmin anuncia entrada do audiovisual no Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial

Admissão atende pleito do MinC. Setor do audiovisual criou mais de 126 mil empregos e R$ 24,5 bilhões para o PIB de 2019. "Mina de Oportunidades", diz ministra Margareth Menezes

Agência Gov | Via Mdic
28/10/2024 20:42
Alckmin anuncia entrada do audiovisual no Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial
Cadu Gomes/VPR
O vice-presidente Geraldo Alckmin, ao lado da ministra da Cultura, Margareth Menezes: economia criativa

A abertura do Seminário Economia do Audiovisual e Interseccionalidades reuniu, nesta segunda-feira (28), autoridades governamentais e especialistas do setor em torno de questões sobre o desenvolvimento cultural e industrial do audiovisual brasileiro. Além de apresentar um panorama atual da indústria cinematográfica nacional e as possibilidades de crescimento do setor, o evento apresentou novidades, como a inclusão do audiovisual no Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI).

“A indústria do audiovisual vai fazer parte do CNDI”, garantiu Geraldo Alckmin, vice-presidente do Brasil e ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, após contar sobre o pleito da admissão do setor feito pelo Ministério da Cultura (MinC).

Além disso, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) celebrou uma cooperação técnica com o MinC para realização de um estudo mais amplo da indústria audiovisual, que aponte seu tamanho, localização, principais produtos, geração de emprego, participação do PIB e outros detalhes que forneçam a importância do setor para a economia nacional.

Como novo integrante da Nova Indústria Brasil, o setor audiovisual se destaca pela criatividade e necessidade da conservação da memória nacional. “O audiovisual mexe com a economia criativa, que hoje já é importantíssima e no futuro será muito mais. Já contamos com mais de 600 mil empregos neste setor no Brasil e a tendência é crescer ainda mais”, destacou Alckmin.

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, ressaltou que o governo federal tem compromisso com a cultura, incluindo o audiovisual. “Temos obrigação de implementar políticas estratégicas estruturantes para extrairmos o melhor para essa mina de oportunidades que precisa consolidar seu lugar enquanto indústria criativa, perpassando pelas dimensões cidadã, econômica e democrática”, afirmou Margareth..

Alckmin ainda destacou a importância da elaboração de um Plano de Diretrizes e Metas do Audiovisual a cargo do MinC, assim como colocou à disposição os serviços da Apex. “É uma agência que tem duas missões: atrair investimentos para o Brasil e promover o nosso país lá fora. Então, conte com a Apex para a gente divulgar a nossa cultura, a nossa arte e poder ter mais espaço ainda no mundo todo”, argumentou.

Na avaliação do presidente da Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial, Ricardo Capelli, a Brasil está produzindo cada vez mais em alto nível. "Tivemos aqui agora o DNA do Crime, que ficou semanas entre os mais vistos da Netflix em seu calendário global. Estamos falando de uma indústria que já tem produtos de excelência e que precisamos apenas ter uma visão estratégica da importância dessa indústria para o estado brasileiro, para nossa identidade e para nossa economia”, disse.

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Linha de crédito

Em junho, o BNDES retomou o apoio à indústria audiovisual com o lançamento do Programa BNDES FSA Audiovisual , que oferece uma nova linha de crédito com orçamento inicial de R$ 400 milhões com o objetivo de induzir investimentos e potencializar o mercado de crédito para o setor audiovisual, de modo a atuar nos principais gargalos de produção e exibição, como infraestrutura audiovisual, inovação e acessibilidade.

Na prática, o programa, que tem com público-alvo empresas de controle nacional, aprovará projetos com valor mínimo de R$ 10 milhões em custo financeiro básico, com projetos de menor valor podendo levar apoio por meio do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). O programa oferece três modalidades de crédito: projetos de infraestrutura; inovação e acessibilidade; e conteúdo e comercialização.

Análise

O potencial da indústria audiovisual no Brasil foi analisado pela Oxford Economics, que divulgou um estudo em 2023 mostrando que o setor gerou mais de 126 mil empregos e R$ 24,5 bilhões para o PIB de 2019. Os impactos diretos, indiretos e induzidos do audiovisual são ainda maiores, com participação de R$ 55,8 bilhões no PIB e mais de 657 mil empregos gerados.

O estudo mostra ainda que a indústria audiovisual tem um efeito multiplicador de 2,3 no Brasil, o que significa que para cada R$ 10 milhões injetados na economia pelo setor houve uma contribuição adicional no valor de R$ 13 milhões, levando sempre o ano de 2019 como referência.

O ano base escolhido para a pesquisa se deu para evitar distorções provocadas pela pandemia entre 2020 e 2022.


Seminário de Economia do Audiovisual

A Secretaria do Audiovisual (SAV) do Ministério da Cultura (MinC) promoverá, entre os dias 28 e 30 de outubro, o Seminário de Economia do Audiovisual e Interseccionalidades. O evento faz parte do processo de elaboração do Plano de Diretrizes e Metas do Audiovisual Brasileiro (2025-2034), instrumento estratégico que definirá os rumos da política de industrialização do setor audiovisual para os próximos dez anos.

Coordenado pelo Conselho Superior de Cinema (CSC) e secretariado pela SAV, o Plano de Diretrizes e Metas (PDM) passará por quatro etapas de formulação, sendo o Seminário uma fase central para aprofundar o debate sobre os aspectos econômicos do setor.

O evento contará com mesas de debates e grupos de trabalho, nos quais serão estabelecidas bases para estratégia interministerial, articulação com outros órgãos governamentais e representações da sociedade civil. O objetivo é traçar um panorama sobre o atual estágio da indústria audiovisual brasileira e projetar o seu fortalecimento para a próxima década, tanto no mercado interno quanto no cenário internacional.

O seminário também reunirá representantes de organizações da sociedade civil para revisar os objetivos do novo PDM sob uma perspectiva de políticas afirmativas, considerando as interseccionalidades de gênero, raça, LGBTQIAPN+ e acessibilidade. Em etapa posterior, o plano contará com contribuições de gestores públicos estaduais e municipais.

As contribuições e sugestões levantadas durante o seminário e etapas subsequentes, serão consolidadas e avaliadas pelo Conselho Superior de Cinema, órgão responsável por elaborar o plano que norteará o setor. Os debates terão base nas formulações do GT do CSC e das sugestões trazidas pelos agentes audiovisuais das regiões do país. As mesas de debate terão transmissão no canal do Minc no Youtube.

Com informações da Agência Brasil

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