Ações integradas da PF e forças de segurança estaduais reprimem crime organizado
No Porto de Santos, operação atingiu grupo que usava mergulhadores para esconder drogas em navios de grande porte. Marinha também participou
Mais duas ações policiais integradas, com participação de forças federais e estaduais, atingiram o crime organizado, entre quarta e quinta-feira desta semana (6 e 7/11). As operações estão sendo desenvolvidas em São Paulo, em Minas Gerais e no Espírito Santo.
A Polícia Federal deflagrou, com o apoio da Polícia Militar de São Paulo, nesta quinta-feira, a Operação Taeguk, que tem como objetivo reprimir e desarticular organização criminosa responsável pelo tráfico transnacional de entorpecentes a partir de portos brasileiros, sobretudo o Porto de Santos.
O esquema foi responsável pela contaminação/inserção de mais de uma tonelada de entorpecentes (cocaína e maconha) em embarcações de grande porte, capazes de realizar viagens transoceânicas, visando o abastecimento dos mercados europeu e asiático.
Na data de hoje, aproximadamente 200 policiais federais estão nas ruas para dar cumprimento a 10 mandados de prisão preventiva e 39 mandados de busca e apreensão em endereços situados nos estados de São Paulo (São Paulo capital, Santos, Guarujá, São Vicente, Praia Grande, Bertioga, Caraguatatuba e Paraibuna), Rio de Janeiro (Duque de Caxias), Pará (Belém e Barcarena) e Maranhão (São Luís).
As investigações revelaram que o esquema envolvia indivíduos com expertise em mergulho submarino que se aproveitavam desse conhecimento para “prestar serviços” para outras organizações criminosas mediante a contaminação com droga da caixa mar submersa (sea chest) de navios situados nas áreas de fundeio de portos brasileiros.
Após a inserção da cocaína, o núcleo da organização criminosa situada em território brasileiro contava com o apoio de uma rede de mergulhadores ao redor do mundo para a retirada da droga em outros países.
Foram identificados ao menos sete eventos de tráfico transnacional de drogas, todos em 2024, vinculados à atuação desta organização criminosa, totalizando, aproximadamente, mais de uma tonelada apreendida de entorpecentes
As investigações revelaram, ainda, que os envolvidos empregavam, além da contaminação de sea chest, outras formas de inserção de drogas nas embarcações, como a modalidade içamento, quando necessariamente há participação de tripulantes dos navios na colocação e ocultação da droga.
As pessoas relacionadas aos fatos investigados poderão responder, cada qual dentro da sua esfera de responsabilidade, pelos crimes de tráfico transnacional de drogas, associação para fins de tráfico, bem como o crime de organização criminosa. As penas cominadas podem ultrapassar 35 anos de reclusão, sem contar com a majorante ligada à transnacionalidade dos delitos.
A investigação teve a participação do escritório do DEA/SP, da Marinha do Brasil, bem como contou com pedidos de cooperação jurídica internacional em matéria penal, com apoio imprescindível de países parceiros como a Coreia do Sul, República Popular da China e Espanha.
Ficco: o bicho pega
A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado - Ficco/MG deflagrou também nesta quinta-feira, operação com o objetivo de combater o tráfico de drogas e organização criminosa. Foram cumpridos 28 mandados de busca e apreensão em Governador Valadares/MG (19), em Serra/ES (3), em Uberlândia/MG (3) e em três unidades prisionais, além do cumprimento de três mandados de prisões temporárias em Uberlândia (1) e em Governador Valadares (2) e o sequestro de bens, todos emitidos pelo juízo da 3ª Vara Criminal da Comarca de Governador Valadares.
Investigações revelaram que a influência das lideranças criminosas, mesmo após a realização de prisões em flagrante, se mantinha, de forma que quase que imediatamente os detidos eram substituídos. É nesse contexto que se mostrou necessária uma intervenção uniforme em trabalho cooperativo entre as forças de segurança pública por meio da Ficco com o objetivo de reprimir a organização criminosa de forma estruturada.
Com o apoio do Ministério Público, medidas cautelares probatórias foram autorizadas judicialmente e, ao fim, o Juízo da 3ª Vara Criminal da Comarca de Governador Valadares deferiu as buscas, prisões e sequestros de bens que foram deflagradas nessa manhã. Além das prisões decretadas judicialmente, foram realizadas prisões em flagrante e apreendidas drogas ilícitas e armas de fogo. Os envolvidos poderão responder pelos crimes de tráfico ilícito de drogas e organização criminosa.
Assim como todas as Ficco's, a de Minas Gerais é coordenada pela Polícia Federal e composta pelas polícias Civil, Militar e Penal. Sua atuação é de forma descentralizada em todo o estado de Minas Gerais no combate à criminalidade violenta e organizada em cooperação com os órgãos de Segurança Pública estaduais.
Já no Espírito Santo, a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado do Espírito Santo (Ficco/ES) prendeu, na quarta-feira, o líder de uma facção criminosa que comandava uma violenta disputa por territórios na região de Jacaraípe, na Serra/ES. O criminoso, condenado por associação ao tráfico, estava foragido há mais de um ano.
O líder foi localizado em uma propriedade de luxo em Cariacica, onde vivia em um sítio alugado por R$ 700 a diária. Mesmo a distância, ele continuava a comandar o tráfico de drogas e a organizar disputas territoriais que impactavam a segurança local.
A identificação e captura foram realizadas por meio de diligências minuciosas dos agentes da Ficco/ES, que monitoraram suas atividades e efetuaram a prisão de forma segura, sem risco para a população. Essa ação demonstra a eficácia da cooperação interagências e do uso de inteligência compartilhada no combate ao crime organizado.
A Ficco/ES é composta pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil, Polícia Militar, Secretaria de Estado de Segurança Pública e Guardas Municipais de Vitória, Vila Velha, Serra e Viana.
Com informações da PF
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