Conab volta a ter capacidade de equilibrar preços de alimentos, diz presidente da empresa
Em entrevista ao programa "A Voz do Brasil", Edegar Pretto afirma que a reconstrução da empresa pública, quase extinta no governo anterior, contribui para garantir comida a preço justo

Após um reforço de R$ 350 milhões para adquirir e estocar alimentos, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) tem aproximadamente meio bilhão de reais para formar estoques reguladores neste ano, o que vai garantir a contribuição da empresa na tarefa de manter os preços dos alimentos em patamares acessíveis à população.
"Informei ao presidente Lula que a Conab agora está preparada para fazer estoques públicos. Agora temos orçamento e estrutura para comprar comida, a preço justo, direto do produtor, e fazer estoque para, quando o preço subir para o consumidor, a gente possa colocar esse produto no mercado e equilibrar o preço", afirmou o presidente da Conab, Edegar Pretto, em entrevista ao programa "A Voz do Brasil" da última quarta-feira (18).
Pretto disse que a tarefa da Conab vai poder ser realizada não apenas pela reconstrução da empresa, que estava na lista de bens públicos à venda no governo anterior, quando teve o número de suas unidades armazenadores diminuído de 91 para 64, como pela ampliação do plantio e da colheita de produtos da agricultura familiar, graças à ampliação do Plano Safra e de fortalecimento de políticas públicas. Entre estas, a garantia de compra por preços mínimos pelo Governo Federal e a Garantia-Safra, que ressarce pequenos agricultores em caso de destruição da produção por eventos climáticos.
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Segundo informou "A Voz do Brasil", a Garantia-Safra, este ano, terá R$ 670 milhões de reais destinados a um universo de R$ 520 mil agricultores familiares, para casos de perda de pelo menos 50% da produção de alimentos. Cada produtor ou produtora recebe R$ 1,2 mil reais, se suas propriedades, de até 5 hectares, tiverem sido atingidas.
Essas modalidades de apoio dadas pelo Governo Federal, segundo Edegar Pretto, recuperam a confiança dos agricultores em investir tempo e trabalho na produção de alimentos. "Produzir comida neste Brasil voltou a ser um bom negócio, outra vez", disse ele. O presidente da Conab afirmou que pequenos produtores, que alugavam pedaços de suas terras para o agronegócio ou, ainda, passaram a dedicar seus esforços para produtos de exportação, estão retornando ao mercado interno.
O dirigente da Conab disse que o objetivo maior é reduzir preços e distribuir comida de qualidade. Ele afirmou que a queda dos preços já se manifesta, como no caso do arroz que, segundo ele, caiu 6,24% em fevereiro.
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