No Dia do Cinema Brasileiro, setor e Governo celebram fortalecimento
Audiovisual brasileiro registra número recorde de salas de cinema e crescimento da participação no mercado. Conheça a história e os números

Em 19 de junho de 1898, Affonso Segretto registrava, pela primeira vez, imagens em movimento no Brasil, captando o cenário da Baía de Guanabara, entre o Rio de Janeiro e Niterói. A data entrou para a história como o marco inicial do cinema brasileiro.
A tendência de crescimento, iniciada em 2024, segue firme em 2025. E, comparando com 2023, os avanços são ainda mais expressivos em todos os indicadores.
Dados da ANCINE, disponíveis no Painel Indicadores do Mercado de Exibição , mostram que, após um crescimento de 9,8% de público em 2024 (em relação a 2023), 2025 registrou alta ainda maior: 26,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Neste ano, a renda total das salas de cinema superou R$ 1 bilhão, representando um aumento de 22,2% em termos reais (descontada a inflação) e um crescimento nominal de 31,4%, se comparado ao mesmo período de 2024.
- Público total
O cinema brasileiro, que despontou como protagonista em 2024, segue em ascensão em 2025, ganhando ainda mais destaque no cenário internacional. Após o impacto de “Ainda Estou Aqui” — vencedor do Oscar de Melhor Filme Internacional —, o Brasil comemorou também outras conquistas, como as premiações de “O Agente Secreto”, no Festival de Cannes, e de “O Último Azul”, no Festival de Berlim.
No ano passado, o público de filmes brasileiros cresceu 241%, chegando a 10,1% no market share , após três anos bem abaixo desse patamar (em 2023, a participação foi de apenas 3,2%).
Em 2025, até a 23ª semana cinematográfica (encerrada em 11 de junho), o cinema brasileiro responde por 16,5% do público nas salas, com 8,7 milhões de espectadores e R$ 166 milhões em renda.
Para efeito de comparação, em todo o ano de 2023, a renda do cinema brasileiro foi de R$ 67 milhões (ou R$ 73 milhões corrigidos pelo IPCA). Em 2024, nos primeiros cinco meses, alcançou R$ 133 milhões (ou R$ 142,34 milhões corrigidos pelo IPCA). Até 11 de junho de 2025, a arrecadação do cinema brasileiro representou um crescimento real de 16,6% e nominal de 24,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.
- Renda do Cinema Brasileiro
Até junho deste ano, foram exibidos 186 títulos brasileiros, um crescimento de 23% em relação ao mesmo período do ano passado (151 títulos). As maiores bilheterias seguem sendo os sucessos “Ainda Estou Aqui” (que ultrapassou 5,7 mi), e “Auto da Compadecida 2” (4,3 mi), acrescidos de novos lançamentos como “Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa” (979 mil), “Vitória” (711 mil) e “Homem com H” (599mil). Ao todo são 89 novos lançamentos de filmes brasileiros esse ano, representando um salto de mais de 20% em relação ao mesmo período de 2024 (73 lançamentos).
Parque exibidor atinge novo recorde
O parque exibidor brasileiro, que ao final de 2023 contava com 3.468 salas em funcionamento, atingiu em 2024 o maior número de salas em funcionamento (3.510) da série histórica, número que voltou a ser superado em 2025.
Atualmente, o Brasil conta com 3.532 salas de cinema, distribuídas por todas as regiões. Cabe destacar que, apenas nos meses de abril e maio de 2025, 6 novas salas foram abertas em municípios que ainda não possuíam nenhuma sala.
Os dados, provenientes do Painel de Complexos e Salas de Exibição , do Observatório do Cinema e do Audiovisual - OCA, evidenciam a resiliência do setor de exibição e destacam a relevância das políticas públicas de apoio ao segmento.
- Parque Exibidor
Esses e outros dados podem ser acessados nos Painéis Interativos do OCA , organizados em três seções temáticas: ‘ Obras Audiovisuais ’, ‘ Agentes Econômicos do Setor Audiovisual ’ e ‘ Mercado Audiovisual ’. Os Painéis têm como fonte as bases de dados públicas da Agência, disponíveis no Portal de Dados Abertos.
O crescimento contínuo do cinema brasileiro reafirma o compromisso do ANCINE com a cultura nacional, a geração de empregos e a democratização do acesso às telas.
Que este 19 de junho inspire novas histórias, novas produções e novas salas.
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