'Expectativa é que a gente fale de inteligência artificial para o bem de todos', diz Luciana Santos
Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação falou sobre os desafios da governança global da IA para o Sul Global

Pela primeira vez, a governança da inteligência artificial (IA) passa a ter lugar de destaque na agenda do Brics. Na Declaração Conjunta da 17ª Cúpula do Brics, assinada neste domingo (6/7), os países reconheceram que a IA representa uma oportunidade singular para impulsionar a evolução rumo a um futuro mais próspero, mas para alcançar esse objetivo, a governança global da IA deve mitigar potenciais riscos e atender às necessidades de todos os países, incluindo os do Sul Global.
Para a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos, os países Brics devem debater a inteligência artificial de forma abrangente.
A expectativa é que a gente fale de IA para todos, inteligência artificial para o bem de todos para que as soluções de IA enfrentem o aquecimento global, desafios da indústria, do serviço público, mas respeitando a cultura, identidade de cada povo, modelo de linguagem que nós precisamos desenvolver", defendeu a ministra em entrevista para o Canal Gov, na cobertura especial da Cúpula do Brics
Confira a cobertura especial da Cúpula do Brics pelo Canal Gov
Luciana Santos destacou que a implementação do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial é um grande desafio. "Nós estamos assistindo uma revolução tecnológica disruptiva que é a inteligência artificial, e ainda vem por aí a computação quântica, que terá ainda uma maior velocidade de processar dados e armazenar. Portanto, como nós vivemos uma situação que a inteligência artificial reúne o que é produzido pela inteligência humana, a gente precisa ter as nossas próprias nuvens, os próprios computadores de alto desempenho, precisamos ter os próprios cabos submarinos de fibra óptica", comentou a ministra.
No mês de junho, o MCTI coordenou a 13ª Reunião de Ministros de Ciência, Tecnologia e Inovação do Brics. O encontro reuniu ministros e representantes de países membros e de alguns dos 10 países parceiros (Cuba, Nigéria e Tailândia) do bloco. Na ocasião, foi iniciada a assinatura do processo de adesão de novos membros ao Memorando de Entendimento, firmado originalmente pelo grupo em 2015.
A ministra destacou que o Memorando já produziu 155 projetos com a cooperação de 6 mil pesquisadores e pesquisadoras.
Nós precisamos uns dos outros, porque temos estágios de desenvolvimento de tecnologias bastante parecidas e isso acaba sendo muito importante para a gente desenvolver conjuntamente esses desafios", pontuou Luciana Santos
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