Lula participa de anúncio de R$ 33 bilhões em investimentos da Petrobras
Projetos de refino e petroquímica deverão gerar mais de 38 mil empregos diretos e indiretos no estado. Um dos destaques é o Complexo de Energias Boaventura, parte do Novo PAC

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa nesta sexta-feira (4/7), da cerimônia que marcará o anúncio de investimentos da Petrobras que superam R$ 33 bilhões no setor de refino e petroquímica no Rio de Janeiro. O evento na Refinaria Duque de Caxias (Reduc) celebra a retomada de grandes projetos com potencial para gerar mais de 38 mil empregos diretos e indiretos no estado.
Acompanhado pela presidente da Petrobras, Magda Chambriard, e pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o presidente Lula vai presenciar o detalhamento dos investimentos que visam aumentar a eficiência operacional da empresa, gerar produtos renováveis e promover o desenvolvimento socioeconômico da região. O ato ressalta o compromisso do Governo Federal com a reindustrialização do país, a geração de empregos e a transição para uma economia mais sustentável, consolidando a Petrobras como motor de desenvolvimento para o Brasil.
COMPLEXO — Um dos principais destaques no campo da infraestrutura é o projeto do Complexo de Energias Boaventura, em Itaboraí, e sua integração com a Reduc. Esse complexo receberá um total de investimentos estimado em R$ 26 bilhões, com projeção de geração de 30 mil postos de trabalho diretos e indiretos. A nova estrutura ampliará significativamente a produção de combustíveis essenciais, como diesel S-10 (em 76 mil barris por dia – bpd), querosene de aviação (em 20 mil bpd) e lubrificantes grupo II (em 12 mil bpd).
O Complexo de Energias Boaventura também se dedicará à produção de produtos renováveis, como HVO (Hydrotreated Vegetable Oil) e SAF (Sustainable Aviation Fuel), em 19 mil bpd, por meio de uma planta dedicada. A Petrobras, por meio do Refino Boaventura e BioQAV Boaventura, reafirma seu compromisso com o Novo PAC, visando impulsionar o desenvolvimento econômico e social do Rio de Janeiro.
COMBUSTÍVEIS MAIS LIMPOS — A Petrobras apresentará avanços na descarbonização com a produção de combustíveis mais limpos. A Reduc já obteve autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para produzir SAF com até 1,2% de óleo de milho no querosene de aviação (QAV), um primeiro passo em direção a uma futura produção de até 10 mil bpd deste produto. Essa iniciativa posiciona o Refino da Petrobras na vanguarda da produção de combustíveis mais limpos, permitindo o atendimento antecipado da regulamentação para redução de emissões de voos internacionais (padrão CORSIA) e antecipa exigências da Lei do Combustível do Futuro.
Outro avanço é o desenvolvimento do Diesel R7, com 7% de conteúdo renovável. A Reduc, que já produz Diesel R5, recebeu autorização da ANP para iniciar os testes com o novo teor ainda este mês. Em linha com a economia circular, a Reduc poderá converter unidades para rerrefinar óleos usados, gerando produtos de alto valor a partir de resíduos, com testes de coprocessamento previstos para setembro.
PETROQUÍMICA — Os investimentos na área petroquímica incluirão a expansão da planta de polietileno da Braskem, que aumentará sua capacidade produtiva em até 220 mil toneladas por ano. Orçado em R$ 4,1 bilhões (sujeito a aprovações da governança da Braskem), este projeto poderá gerar cerca de 7.500 empregos diretos e indiretos. A Petrobras detém 47% do capital votante na Braskem. No Complexo de Energias Boaventura, estão em estudo projetos para produção de ácido acético e monoetileno glicol, insumos atualmente importados, que podem posicionar o Brasil como produtor.
CAPACITAÇÃO — A Petrobras reafirma seu compromisso social por meio do Programa Autonomia e Renda, que está oferecendo mais de 3 mil vagas em 22 cursos de capacitação profissional no estado do Rio de Janeiro, sendo 980 na cidade de Duque de Caxias. O programa recebeu investimento de R$ 2 milhões em 2024, com foco em formação técnica e inclusão social nas comunidades.
TERMELÉTRICAS — Outro projeto do Complexo de Energias Boaventura é a nova central termelétrica, com duas usinas de 400 MW cada, com previsão de participação no próximo leilão de energia. A Petrobras também prevê a construção de uma nova central termelétrica na Reduc, substituindo equipamentos obsoletos de geração de vapor e energia elétrica. O investimento, de R$ 860 milhões, deve gerar aproximadamente 640 postos de trabalho, elevar a confiabilidade e alçar a refinaria aos melhores padrões internacionais de eficiência.
PARADAS PROGRAMADAS — Para garantir a confiabilidade e eficiência das instalações, a Reduc também receberá investimentos de até R$ 2,4 bilhões até 2029 em paradas programadas de manutenção, com destaque para 2026, que deverá gerar cerca de 18 mil postos de trabalho.
PLANO DE NEGÓCIOS — Esses aportes no Rio de Janeiro estão alinhados com o Plano de Negócios 2025-2029 da Petrobras, que prevê investimentos totais de US$ 111 bilhões e tem capacidade de gerar até 315 mil postos de trabalho diretos e indiretos em todo o Brasil. O plano contempla R$ 100 bilhões em Refino, Transporte e Comercialização, Petroquímica e Fertilizantes (RTC), visando aumentar a capacidade de refino em 292 mil bpd, a produção de diesel S-10 em 360 mil bpd e o incremento na produção de combustíveis renováveis em 44 mil bpd.
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