Igualdade racial

Em novembro, Iphan fez quase 50 eventos e lançou Protocolo de Igualdade Racial

Unidades especiais, superintendências e escritórios técnicos realizaram ações por todo o Brasil, sob coordenação do Comitê Permanente para Preservação do Patrimônio Cultural de Matriz Africana (Copmaf)

Agência Gov | Via Iphan
01/12/2025 17:54
Em novembro, Iphan fez quase 50 eventos e lançou Protocolo de Igualdade Racial

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) realizou, em novembro de 2025, a segunda edição do ciclo de eventos "Mês da Consciência Negra", coordenado pelo Comitê Permanente para a Preservação do Patrimônio Cultural de Matriz Africana (Copmaf). A programação reuniu diversas atividades com o tema central "Patrimônio e Reparação", convidando funcionários do Instituto e a sociedade a se engajarem em ações que destacassem o papel das políticas de Patrimônio Cultural na promoção da Igualdade Racial e na afirmação da centralidade da herança e do legado afro-brasileiro.  

Todas as regiões brasileiras participaram do ciclo, num total de 46 eventos: Rio de Janeiro realizou quatorze; o Distrito Federal, seis; e Pernambuco, cinco. Também promoveram ações as superintendências do Iphan nos estados de: Minas Gerais (2), São Paulo (2), Roraima (2), Paraná (1), Rio Grande do Sul (1), Goiás (1), Mato Grosso (1), Mato Grosso do Sul (1), Amazonas (1), Amapá (1), Tocantins (1), Alagoas (1), Bahia (1), Ceará (1), Maranhão (1), Paraíba (1), Piauí (1) e Sergipe (1).  

De acordo com o diretor do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP), Rafael Barros, as ações do Mês da Consciência Negra marcaram a força e a luta do povo negro. “O enfrentamento ao racismo estrutural e religioso e as lutas por reparação do povo negro, que são a base da nossa sociedade, ocorrem no dia a dia. A gente realizou diversas atividades que promoveram o encontro de diferentes expressões culturais do Brasil, em contato e diálogo com grupos e manifestações da África e de outros territórios, em uma grande festa de celebração da existência desse povo e da sua importância fundamental para construção da nossa sociedade”, disse Rafael. 

Já a coordenadora técnica Marina Russell, da Superintendência do Iphan em Pernambuco, reconheceu que a autarquia trabalhou, ao longo do mês de novembro, para promover a diversidade e representatividade nas ações de proteção e salvaguarda de espaços e celebrações ligados ao patrimônio afro-brasileiro. “A superintendência do Iphan no Estado promoveu o Seminário ‘Heranças Vivas: Patrimônio Afro-Brasileiro e Políticas de Reparação’, onde pesquisadores, professores e representantes de saberes tradicionais debateram com servidores e com o público em geral sobre memória, reparação e valorização da cultura afro-brasileira, nos levando a refletir sobre práticas racistas ainda hoje perpetuadas em nossa sociedade”, destacou Marina. 

Foto: IphanAlém disso, a técnica citou os 150 anos Ilé Obá Oguntê – Sítio de Pai Adão, em Recife (PE). “O Iphan colaborou ativamente na celebração de um dos primeiros terreiros de candomblé em Pernambuco e um dos mais antigos do Brasil, tombado pelo Iphan em 2018, destinando um Plano de Ação no valor de R$ 100 mil para realização dos eventos ligados às festividades. Ao longo de uma semana, foram realizados seminários, apresentações musicais de expressões afro-brasileiras, mesas temáticas, descerramento de placa simbólica e a Cerimônia de Toque para Iemanjá, abrindo os toques no Estado, uma vez que o primeiro presente a Iemanjá sai do Sítio de Pai Adão, reforçando a importância cultural e histórica do terreiro para a compreensão das religiões de matrizes africanas no Brasil”, concluiu.  

Protocolo de Igualdade Racial 

Um marco na história do Iphan, o lançamento do Protocolo de Igualdade Racial encerrou as atividades do Mês da Consciência Negra, no dia 28 de novembro. O documento reúne informações e orientações para que lideranças e equipes do Iphan identifiquem, previnam e enfrentem estereótipos étnico-raciais e preconceitos relacionados à etnia, à raça ou à cor das pessoas no ambiente de trabalho.  

O evento também representou a etapa final de um processo institucional conduzido pela Comissão Técnica instituída pela Portaria nº 241/2025, responsável pela elaboração do documento.  

Copmaf 

Nasceu a partir da mobilização do Coletivo de Servidores Negros do Iphan em 2023. O comitê existe como instância de consulta para fortalecer a atuação institucional da autarquia na preservação, promoção e difusão, fomento e capacitação sobre o Patrimônio de Matriz Africana. Além disso, busca consolidar diretrizes e práticas institucionais qualificadas e permanentes relacionadas ao patrimônio. 

 

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