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Capacidade estatal frente a desafios do século 21 marca abertura da semana do G20

Política industrial e econômica, climática, transformação digital, governança global, diversidade, saúde e educação pautam participação de governos, think-tanks, sociedade civil, academia

Agência Gov | Via G20
22/07/2024 13:02
Capacidade estatal frente a desafios do século 21 marca abertura da semana do G20
Divulgação/G20

Entre os dias 22 e 26 de julho, a sede do BNDES no Rio recebe um evento internacional do GT de Desenvolvimento do G20 que reunirá governos, think-tanks, sociedade civil, academia, setor privado e organismos internacionais para um diálogo multidisciplinar e multissetorial sobre a reimaginação das capacidades estatais frente aos desafios emergentes do século 21.

Debatedores de dezenas de países vão debater temas como política industrial, política econômica, emergência climática, transformação digital, governança global, diversidade, saúde e educação.

O objetivo principal do evento é articular e compartilhar visões, estratégias e práticas inovadoras para transformar os serviços públicos e a governança, enfocando a integração de tecnologias avançadas e a resposta aos choques e crises que desafiam a capacidade estatal.

A programação contará com conferências magnas e painéis em formato de talk-show, com a participação de nomes como António Costa, presidente eleito do Conselho Europeu; Michelle Bachellet, ex-Presidenta do Chile; Denise Ferreira da Silva, professora da New York University; Mariana Mazzucato, diretora fundadora do Instituto para Inovação e Propósito Público da University College London (IIPP/UCL); Ailton Krenak, liderança indígena e imortal da Academia Brasileira de Letras; e Ha-Joon Chang, Professor da SOAS University of London e autor de best-sellers como Chutando a Escada.

No painel realizado na manhã desta segunda-feira (22) contou com depoimentos do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante e das ex-presidentas chilena Michelle Bachellet e Dilma Rousseff (que hoje preside o Novo Banco de Desenvolvimento, o Bando do Brics). Falaram também as ministras Esther Dweck (Gestão e Inovação) e Anielle Franco (Igualdade Racial). Além de Marcos Athias (Pnud), Denise Ferreira e Mariana Mazzucato.

Na cerimônia de abertura, a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, compartilhou o palco com Dilma Rousseff, presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento; Michelle Bachelet, ex-presidenta do Chile; Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial e Aloizio Mercadante, Presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

“Estão em andamento uma série de medidas econômicas, sociais, ambientais, de desenvolvimento produtivo e tecnológico e de promoção de direitos. Cabe ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, que tenho a honra de conduzir, apoiar as capacidades estatais necessárias para essas políticas”, afirmou a ministra.

Para a ministra, o MGI tem diversas experiências a compartilhar sobre fortalecimento de instrumentos para gestão pública, incluindo o poder de compra do Estado, a governança das empresas estatais, a destinação adequada de terras do patrimônio público, o governo digital e a gestão do conhecimento e da memória nacional, entre outros temas importantes.


“O Estado do futuro que queremos deve ser digital, inclusivo, protegendo direitos e reduzindo desigualdades entre pessoas e entre países, em todas as suas dimensões ser sustentável, feminista, antirracista, anti-homofóbico, anticapacitista e que enfrenta todas as formas de discriminação”, disse Esther Dweck.


Na abertura, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante enfatizou o papel decisivo estratégico do Brasil no cenário político mundial, afirmando os investimentos do banco público na infraestrutura do país e no desenvolvimento sustentável da população. “O BNDES tem que ser do povo desde a primeira infância até a terceira idade. É papel do Estado cuidar da população desde a primeira infância até a terceira idade para fazer um Brasil mais solidário, mais generoso, mais diverso e mais sustentável”. Na sequência, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) também ressaltou a importância de serviços públicos mais inclusivos e sustentáveis, pensados também para as próximas gerações.

A fala da ministra da igualdade social, Anielle Franco lembrou que a desigualdade social não deve ser vista apenas como um pano de fundo nos discursos de desenvolvimento sustentável.

“O Estado do futuro tem que ser o Estado onde ninguém mais esteja passando fome, onde a cor da pele não seja determinante se a pessoa viverá e terá acesso à educação. A luta contra a desigualdade deve ser vista como prioridade de maneira transversal. Enquanto houver racismo ou qualquer tipo de desigualdade, não poderemos falar de desenvolvimento sustentável. Ele só é possível com a eliminação de todas as formas de violência”, ressaltou.

Michelle Bachelet, ex-presidenta do Chile, seguiu a linha de discurso de Anielle, ampliando a necessidade de enfrentamento da desigualdade social como um compromisso global.

Por sua vez, a ex-presidenta do Banco do Brics, Dilma Rousseff trouxe a importância de uma governança adequada das novas tecnologias a serviço do poder público. “As tecnologias avançadas trouxeram novas oportunidades e desafios para a governança. Essas tecnologias apresentam maneiras inéditas de aumentar a eficiência e a transparência, proporcionando aos governos o benefício de agilizar processos administrativos e administrativos e reduzir custos.”

A transmissão do painel pode ser conferida aqui:

O evento é realizado pelos ministérios da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), das Relações Exteriores (MRE), do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil (OEI), com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), da Open Society Foundations, da Maranta e da República.org.

Na quarta-feira (24) estão previstas as participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias. A partir das 11h, ocorre a reunião ministerial da Força-Tarefa para o estabelecimento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. O evento terá como sede e Ação da Cidadania, no Rio de Janeiro. E formalizará os documentos formais das Aliança, por meio dos quais os demais países poderão formalmente aderir à proposta brasileira.

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