O que é o Conselho de Campeões da Aliança Global contra a Fome, co-presidido pelo Brasil

A missão da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza está explicita em seu nome. Lançada em 2024, a iniciativa já conta com mais de 170 membros, entre nações, organizações internacionais, instituições bancárias e acadêmicas, dentre outros. Com o objetivo de conduzir a Aliança, foi criado um grupo chamado de Conselho de Campões, em que o Brasil tem papel de destaque. O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, é co-presidente do Conselho, em conjunto com representante da Espanha.

Para esclarecer o papel do Conselho de Campeões e explicar a relevância do Brasil neste grupo e no processo de combate à fome e à pobreza em escala global, o Fala MDS desta sexta-feira (14.03) recebe o chefe da Assessoria Especial de Assuntos Internacionais, Renato Godinho. O ministro Wellington Dias também participa da conversa, ao falar das expectativas enquanto co-presidente do Conselho.

Segundo Godinho, o Brasil tem posição de evidência por conta de programas sociais bem-sucedidos, como o Bolsa Família, por exemplo. “O Brasil está muito na vanguarda desses programas sociais de grande alcance. O que a gente vê em países, infelizmente, da África, do Sudeste Asiático, é que, às vezes, o governo não chega a ter massa crítica para fazer esses programas e a comunidade internacional tenta suprir, mas fazendo pequenos projetos, daí acaba o recurso e o projeto acaba. A Aliança tenta trazer tudo para consolidar, para que os países tenham a capacidade de terem programas de grande escala, bem implementados, com recursos, assim como os do Brasil”.

O Conselho de Campões vai supervisionar o funcionamento da Aliança. “Quando a Aliança tentar consolidar uns projetos e tiver alguma dificuldade que precisa trazer mais financiamento e o financiamento está demorando a sair, então a Aliança vai chamar esse Conselho de Campeões para ajudar a destravar obstáculos, pra fazer as coisas acontecerem”, esclarece o assessor do MDS.

Renato Godinho observa a importância da Aliança e de seu Conselho de Campeões em um momento em que vários países desenvolvidos, como Estados Unidos e nações europeias, cortam investimentos em ajuda humanitária. “A Aliança foi lançada em novembro, na Cúpula do G20, e, de repente, dois, três meses depois, o mundo está mudando, não necessariamente para melhor. No que diz respeito à cooperação internacional, a gente está vendo anúncios muito preocupantes mas a Aliança está lá para melhor direcionar a ajuda. Agora, vai ser uma ajuda cada vez menor, com problemas cada vez maiores”, lamenta.

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