Mulheres

Ministra das Mulheres participa de lançamento de colaboratório pelo fim do feminicídio no DF

Iniciativa da Fiocruz Brasília com apoio do Ministério das Mulheres prevê ações de acolhimento, capacitação profissional, educação popular e outras medidas para erradicar a violência de gênero e o feminicídio

Agência Gov | Via Ministério das Mulheres
31/03/2025 19:21
Ministra das Mulheres participa de lançamento de colaboratório pelo fim do feminicídio no DF

Em consonância com a mobilização nacional pelo Feminicídio Zero, foi lançado, nesta segunda-feira (31), o colaboratório “Com Elas” - Pelo Fim do Feminicídio no Distrito Federal, espaço para debates e estudos intersetorial e colaborativo para o enfrentamento aos feminicídios e outras formas de violência de gênero. O ambiente idealizado pela Fiocruz Brasília é uma parceria com diversos movimentos feministas e organismos públicos, com apoio do Ministério das Mulheres. O evento contou com a participação da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, da deputada federal Erika Kokay, da diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio, além de especialistas, gestoras públicas e representantes de movimentos sociais.

A ministra destacou em seu discurso a necessidade de levar a pauta do Feminicídio Zero para as escolas, comunidades, igrejas e outros espaços para o enfrentamento e prevenção do crime. “Precisamos mobilizar a sociedade, falar com os homens e buscar as organizações para que a gente possa cessar esse ódio contra nós, mulheres. Queremos um país em que a justiça, a igualdade e a solidariedade sejam o princípio básico de qualquer política pública, em qualquer relação social e em todos os lugares”, enfatizou Cida Gonçalves.

Na oportunidade, ela relatou sobre as ações do ministério à frente da campanha nacional permanente pelo Feminicídio Zero, que já esteve presente em campeonatos de futebol - e os clubes firmaram compromisso em criar seus planos de trabalho para enfrentar a violência contra as mulheres, juntamente com a torcida -, em bilhetes de loteria e nos desfiles do carnaval do Rio de Janeiro. A ministra contou que, antes do carnaval, uma comitiva do Ministério das Mulheres visitou as escolas para destacar a urgência da erradicação do feminicídio.

“Vamos continuar o trabalho junto aos barracões das escolas. Precisamos atuar com as comunidades, porque é isso que vai fazer a diferença efetivamente. Temos três temas nacionais essenciais para garantir os direitos das mulheres: feminicídio zero, igualdade salarial - porque uma mulher que ganha 20% a menos que um homem pelo mesmo trabalho significa que ela trabalha três meses a mais para receber o equivalente ao que recebe em um ano. E isso faz toda a diferença na autonomia e nas suas condições de dizer sim ou não, inclusive, para a violência. O terceiro fator que devemos discutir é a democracia. Só teremos sua plenitude com maior participação das mulheres, com o olhar das mulheres sob diferentes áreas”, exemplificou.

Diversas lideranças e representantes de movimentos feministas e de mulheres deram depoimentos durante o encontro e ressaltaram os desafios do enfrentamento ao feminicídio em seus territórios e comunidades. A representante do Levante Feminista contra o Feminicídio no DF, Renata Parreira, falou sobre a campanha do coletivo iniciada em 25 de março de 2021 denominada “Quem mata uma mulher mata a humanidade, nem pensem em nos matar”.

“Uma das motivações desta campanha é exigir do Estado políticas públicas de prevenção ao feminicídio e de acolhimento às famílias das vítimas e sobreviventes do crime. Temos marcadores dessa prática que envolvem o racismo, o capacitismo, a LGBTfobia, entre outros. Por isso, feministas de várias organizações e de vários territórios se juntaram em um levante para conscientizar a sociedade sobre esse fenômeno absurdo que é a violência e culmina no feminicídio”, explicou.

Estratégias de ações

Entre as ações principais do colaboratório estão acolhimento e cuidado para mulheres em situação de violência e ações direcionadas às comunidades vulneráveis; capacitação profissional contínua nas áreas de saúde, assistência social e segurança pública, para um atendimento mais humanizado e eficaz; educação popular em saúde, com o objetivo de formar lideranças e representantes da sociedade civil para atuar em defesa dos direitos das mulheres nos territórios; desenvolvimento de estratégias para monitorar as políticas públicas específicas voltadas para mulheres em situação de violência e risco de feminicídio; e formulação de pesquisa e produção de dados sobre feminicídios, contribuindo para o monitoramento e a formulação de políticas públicas baseadas em evidências.

Link: https://www.gov.br/mulheres/pt-br/central-de-conteudos/noticias/2025/marco/ministra-cida-goncalves-participa-de-lancamento-de-colaboratorio-pelo-fim-do-feminicidio-no-distrito-federal
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