Mulheres são 70% da força de trabalho na economia solidária mundial, diz Gilberto Carvalho
Desafios e conquistas das mulheres na economia solidária são destaque em live do MTE, que reforça a importância do apoio estatal para a autonomia econômica.

Na última sexta-feira (7), o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) realizou uma live para refletir sobre o papel da mulher na economia popular e solidária, em alusão ao Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março. O evento contou com a participação de mulheres que impulsionam esse setor no país, tanto nos espaços públicos quanto nos coletivos de trabalho.
De acordo com o secretário Nacional de Economia Popular e Solidária, Gilberto Carvalho, 70% dos trabalhadores que constroem a economia solidária no mundo são mulheres. No entanto, para garantir a autonomia econômica das mulheres e ampliar sua participação no mercado de trabalho e nos espaços públicos, é essencial o apoio do Estado e de seus parceiros.
A secretária Nacional de Autonomia Econômica e Política de Cuidados do Ministério das Mulheres (MM), Rosane Silva, destacou que as mulheres, com frequência, estão em áreas de trabalho menos valorizadas ou em funções que permitem conciliar as responsabilidades de cuidado com a família — atividades ainda associadas, em grande parte, exclusivamente ao feminino. Ela enfatizou que, ao dividir essas tarefas, as mulheres poderão dedicar mais tempo para ocupar os espaços que desejam, incluindo setores estratégicos como a economia solidária.
“O Ministério das Mulheres está construindo diversas parcerias para apoiar projetos em todas as regiões do país, reforçando a importância de criar condições para que as mulheres possam participar plenamente da vida política e econômica”, adiantou a secretária.
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Em seu depoimento, a motorista de aplicativo Ana Paula de Abreu Lourenço, 46 anos, compartilhou como encontrou respeito e qualidade de vida ao ingressar na Liga Coop, uma cooperativa de mobilidade urbana que adota os princípios da economia popular e solidária. Após perder o emprego em 2023, Ana Paula passou a trabalhar em grandes plataformas de aplicativos, mas se sentia insegura e queria focar no atendimento às mulheres devido ao preconceito e assédio presentes na atividade. No entanto, não conseguiu realizar essa mudança até 2024, quando se tornou uma das cooperadas da Liga Coop.
“A Liga Cop ofereceu uma alternativa sustentável e equilibrada, que coloca o bem-estar coletivo acima dos interesses individuais, fazendo com que eu me encontrasse como mulher e profissional, sendo respeitada e valorizada. Assim como os demais, tenho voz, vez e voto para decidir o que é melhor para o coletivo”, afirmou Ana Paula.
Ao final da live, Gilberto Carvalho anunciou que a primeira reunião do ano do Conselho Nacional de Economia Solidária (CNES) ocorrerá nos dias 31 de março e 1º de abril, de forma presencial, em Brasília. Também participaram da live: Patrícia Ferreira, da Rede Economia Solidária Feminista (RESF); Leonora Moll, do Banco Bem (finanças solidárias); Islândia Bezerra Costa, diretora de Apoio à Aquisição e à Comercialização da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA); Nelsa Nespolo, secretária-geral da Unisol Brasil; e Andresa Xavier, do Fórum Brasileiro de Economia Solidária.
Assista à live e ao depoimento das participantes
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