Esther Dweck e Miriam Belchior abrem curso e reforçam papel de Analistas de Infraestrutura para o País
Cerimônia com a participação de feras em gestão e inovação marca a etapa final do CPNU para os 306 convocados à carreira de Analista de Infraestrutura. Participantes vêm de todos os estados e do DF

A cerimônia de abertura do curso de formação inicial da carreira de Analista de Infraestrutura (AIE), que marca o início da última etapa da primeira edição do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), foi realizada na tarde desta segunda-feira (8/4), na Academia Nacional de Polícia (ANP), em Brasília (DF) – local onde as aulas serão ministradas.
O evento contou com a presença da ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), Esther Dweck, da secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, da diretora da Academia Nacional de Polícia, Christiane Correa Machado, e da presidenta da Enap, Betânia Lemos.
A ministra destacou o papel do MGI de gerar capacidades estatais para que o Estado possa criar, cuidar e entregar políticas públicas de qualidade para a população. Ela lembrou que a carreira de Analista de Infraestrutura foi criada exatamente com esse propósito: garantir que o Estado tenha, de fato, profissionais capacitados para planejar, executar e cuidar das obras e dos serviços de infraestrutura para o desenvolvimento do país.
“O curso possibilita entender como a infraestrutura contribui de fato para uma mudança estrutural no nosso país”, disse ao observar que o MGI é o órgão gestor da carreira de AIE e, portanto, os futuros servidores farão parte da equipe do ministério e desse projeto de fortalecimento do Estado.
Dweck falou ainda da preocupação com as mulheres no curso de formação, informando que o governo federal ouviu as demandas de gestantes e lactantes e garantiu as adaptações nos ambientes para melhor acolhimento, conforto e inclusão. Para ela, essas mudanças representam avanços importantes e devem permanecer como um legado para as futuras formações.
“Estamos falando de igualdade de gênero”, pontuou, ao reforçar que essas medidas são fundamentais para permitir que as mulheres tenham as mesmas condições que os homens de participar plenamente da formação.
A delegada Christiane Correia Machado, diretora de Ensino da Academia Nacional de Polícia, descreveu o momento como histórico e inédito, além de reforçar o empenho da instituição em se adaptar para receber a formação de uma carreira que está fora do campo da segurança pública.
“É uma grande honra receber esse curso de formação inicial para a carreira de Analista de Infraestrutura aqui na Academia Nacional de Polícia. Esse espaço, tradicionalmente voltado para a formação na área de segurança pública, foi cuidadosamente preparado para acolher vocês, com carinho e dedicação em cada detalhe. O maior concurso público da história do país não só promoveu a igualdade de oportunidades, como também trouxe diversidade regional, étnica e racial para o serviço público. Estamos vivendo um momento histórico, e é com muita alegria que participamos dessa etapa da trajetória de vocês. Que esse seja um ambiente de aprendizado, troca e crescimento. Sejam todos muito bem-vindos!”
Betânia Lemos, presidenta da Enap, complementou que as adequações feitas pela Academia Nacional de Polícia vão atender as mães em fase de amamentação, reforçando o compromisso com a inclusão das candidatas. Ela relembrou também a missão histórica da Enap na formação de gestores públicos e afirmou que a cerimônia inaugura um novo ciclo. “É um marco tanto para quem está ingressando agora quanto para o Estado brasileiro, que ficou muitos anos sem concurso público”, enfatizou.
Lemos ressaltou o caráter estratégico da carreira de AIE, por reunir profissionais que atuam diretamente na implementação da Estratégia Nacional de Desenvolvimento, e sublinhou o caráter inovador do curso de formação, que concederá o título de especialista lato sensu aos aprovados. “O curso foi pensado para oferecer uma visão crítica aos novos servidores públicos. Os servidores do futuro devem não apenas prever problemas complexos, mas também propor soluções”, completou.
Aula magna
A Aula Magna o curso foi ministrada por Mirian Belchior, secretária-executiva da Casa Civil da Presidência da República, e engenheira de formação. Em sua fala inicial, ela chamou atenção para a diversidade do CPNU e sua importância para o futuro do serviço público. “Tenho confiança de que vocês mantenham essa diversidade durante o tempo em que vão estar na Administração Pública Federal. Ela é fundamental para que as nossas políticas representem a diversidade do nosso país”.
Ao tratar do papel do Estado no desenvolvimento nacional, a secretária-executiva reforçou a importância dos investimentos públicos em áreas como a infraestrutura. "É praticamente um consenso que a oferta eficiente de infraestrutura é um dos pilares mais importantes do estado de desenvolvimento, seja econômico, seja social".
Belchior explicou que os investimentos em infraestrutura urbana e social geram um círculo virtuoso na economia e na sociedade. Ela deu exemplos práticos como na área de mobilidade, onde investimentos em corredores de ônibus facilitam o deslocamento das pessoas, resultando em menos tempo no trânsito e mais tempo para a família e outras atividades do dia a dia.
Da mesma forma, investimentos em habitação e saneamento básico contribuem para a saúde e a qualidade de vida da população. “Por isso que são extremamente importantes os investimentos em infraestrutura do país, do ponto de vista econômico, do ponto de vista urbano, do ponto de vista social”, justificou.
Ela fez ainda um resgate do contexto brasileiro, destacando que, no início dos anos 2000, o país ainda enfrentava as consequências de um longo período de baixo investimento em infraestrutura, o que provocou diversos problemas, entre eles o apagão elétrico, um reflexo da falta de investimento e planejamento para evitar os problemas energéticos que o país enfrentava.
Na sequência da falta de investimentos dos anos 1980 e 90, Miriam Belchior ressaltou a importância do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), que começou em 2007 e que foi renovado a partir de 2011, períodos em que a taxa de investimento alcançou 20% do Produto Interno Bruto (PIB) . O investimento no PAC 1 somou R$ 646 bilhões e no 2 foi ainda maior, alcançando R$ 1,1 trilhão.
A secretária executiva da Casa Civil lembrou que ocorreu uma queda de 50% no investimento público após 2016 e na sequência apresentou o Novo PAC, um dos motores da estratégia de desenvolvimento do atual governo. O Novo PAC, além de promover a infraestrutura econômica, social e urbana e incrementar o investimento público e privado, engloba inclusão digital e conectividade, transição energética, ciência e tecnologia e ampliação das ações nas áreas de educação e saúde.
Curso de formação
O curso de formação para a carreira de Analista de Infraestrutura conta com 306 convocados, sendo 211 homens e 95 mulheres, com idade média de 37 anos. Os participantes vêm de todas as 27 unidades da Federação e do Distrito Federal, representando 109 municípios.
O Distrito Federal é o local com maior número de convocados, com 74 pessoas, seguido por Minas Gerais (37), Rio de Janeiro (29), São Paulo (27) e Bahia (20). Estados como Acre (2), Amazonas (2), Maranhão (8), Pernambuco (7), Paraná (11), Santa Catarina (8) e Ceará (8) também estão representados, além de outras unidades com menor número de convocados, como Alagoas, Amapá, Mato Grosso, Rondônia e Roraima, cada uma com um participante.
Com carga horária total de 440 horas, o Curso de Formação Inicial para a carreira de Analista de Infraestrutura será realizado de 8 de abril a 11 de julho de 2025, em regime de tempo integral e dedicação exclusiva, com aulas presenciais na sede da Academia Nacional de Polícia, em Brasília.
As atividades ocorrem de segunda a sexta-feira, nos turnos matutino e vespertino, com oito horas-aula diárias. Os participantes receberão auxílio financeiro correspondente a 50% da remuneração inicial do cargo, podendo optar, no caso de servidores públicos federais, pela manutenção do vencimento atual. Para aprovação, são exigidos média mínima de 70%, desempenho de ao menos 60% em cada prova e frequência de 75% das aulas.
Saiba mais
• Confira as informações sobre o curso de formação Inicial para Analista de Infraestrutura (AIE)
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