Movimento pela Igualdade no Trabalho é lançado com adesões de empresas e entidades
Carta Pública “Eu Apoio o Movimento pela Igualdade no Trabalho” traz o cenário das desigualdades entre homens e mulheres no país e mobiliza para ações que promovam a mudança

Apesar de serem mais escolarizadas que os homens, as mulheres ganham 20,7% a menos e considerando o recorte etnico/racial, as mulheres negras recebem 53% a menos que os homens brancos. Com este alerta sobre o cenário de desigualdades no mercado de trabalho no Brasil foi lançado nesta segunda-feira (7) o Movimento pela Igualdade no Trabalho, com adesões de empresas e organizações trabalhistas de diferentes setores, como bancário e industrial.
“Reconhecemos que um verdadeiro compromisso com a sociedade brasileira inclui necessariamente apoiar e agir para que as mulheres sejam tratadas com igualdade em todas as esferas de suas vidas. Queremos ter orgulho do nosso país não apenas por suas conquistas no esporte, cultura, educação ou ciência, mas na liderança mundial pela defesa da democracia, pela promoção de justiça social e pelo exemplo na superação das desigualdades”, diz trecho da Carta.
Outros dados trazidos no texto da Carta são da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que indica que o Brasil poderia expandir sua economia em R$ 382 bilhões com políticas moderadas de igualdade de gênero e que este valor seria duplicado com a plena igualdade. Já o Banco Mundial aponta que, se as mulheres tivessem as mesmas oportunidades que os homens no mercado de trabalho, o Produto Interno Bruto (PIB) global poderia crescer mais de 20%.
“Reconhecemos que é urgente e necessário valorizar as mulheres brasileiras, combater a persistente violência em todas as suas manifestações, ouvir suas necessidades e lutar para garantir que elas tenham oportunidades iguais na política, no mercado de trabalho, em posições de liderança e nos espaços mais relevantes da nossa sociedade. A Organização das Nações Unidas estima que serão necessários 300 anos para o mundo atingir a igualdade de gênero. Não podemos esperar mais três séculos!”, conclui o Manifesto.
Mulheres recebem 20,9% a menos do que os homens
Durante a cerimônia que lançou o Movimento, foram divulgados também os números do 3º Relatório de Transparência Salarial, que apontaram desigualdade salarial de 20,9% entre mulheres e homens. O Relatório, que traz dados de 53.014 estabelecimentos com 100 ou mais empregados(as), mostra que a participação das mulheres no mercado de trabalho aumentou, mas a desigualdade salarial persiste.
Na remuneração média, os homens ganham R$ 4.745,53, enquanto as mulheres ganham R$ 3.755,01. Já quando se trata de mulheres negras, o salário médio vai para R$ 2.864,39, valor ainda mais distante em relação a homens não negros - cuja média é de R$ 3.647,97 - quando comparado com relatórios anteriores. Os números fazem parte do Relatório Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2024.
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