Histórias de militares que realmente lutaram em defesa da liberdade do Brasil
Força Aérea Brasileira faz homenagem a pilotos que deram a vida na Segunda Guerra, combatendo nazifascistas e defendendo a democracia

A participação da Força Aérea Brasileira (FAB) na Segunda Guerra Mundial marcou um capítulo de coragem e dedicação na história das Forças Armadas do Brasil. Atuando ao lado dos Aliados, o 1º Grupo de Aviação de Caça (1º GAvCa) entrou em ação na Campanha da Itália e desempenhou um papel crucial no avanço das tropas aliadas na Europa.
Entre os mais de 40 pilotos brasileiros que participaram das operações de combate entre 1944 e 1945, nove não retornaram. Suas histórias são exemplos eternos de bravura, profissionalismo e entrega à missão. Eles representam o espírito de sacrifício que permeia a aviação militar brasileira.
Aviadores mortos em combate
Cinco dos pilotos foram mortos em ação direta contra forças inimigas. Enfrentando intensa artilharia antiaérea, voando em missões de ataque a comboios, pontes, ferrovias e posições estratégicas, esses militares deram suas vidas nos céus da Itália:
2º Tenente Aviador John Richardson Cordeiro e Silva
Bolonha – 6/11/1944
Primeiro piloto da FAB morto em combate, foi abatido por fogo antiaéreo inimigo (Flak) durante uma das primeiras missões de guerra do Grupo.
2º Tenente Aviador João Maurício Campos de Medeiros
Alexandria – 2/1/1945
Após ser atingido pela artilharia, saltou de paraquedas, mas morreu ao cair sobre fios de alta tensão.
1º Tenente Aviador Aurélio Vieira Sampaio
Próximo a Milão – 22/1/1945
Tinha como alvo uma locomotiva inimiga. Foi abatido em voo rasante, sem tempo de acionar o paraquedas.
Aspirante da Reserva Frederico Gustavo dos Santos
Udine – 13/4/1945
Morreu durante ataque bem-sucedido a um depósito de munições, atingido pela própria explosão causada pelo impacto de seu ataque.
1º Tenente Aviador Luiz Lopes Dornelles
Alexandria – 26/4/1945
Um dos mais experientes do Grupo, completou 89 missões antes de ser abatido pela Flak, a poucos dias do fim da guerra.
Mortos em acidentes de aviação
Quatro outros aviadores faleceram em acidentes durante o cumprimento do dever, tanto em missões de treinamento quanto em operações de apoio:
2º Tenente Aviador Dante Isidoro Gastaldoni
Aguadulce, Panamá – 18/5/1944
Morreu durante treinamento com caças P-40 Warhawk, ainda na fase de preparação do Grupo.
2º Tenente Aviador Oldegard Olsen Sapucaia
Tarquínia – 7/11/1944
Seu P-47 perdeu estabilidade durante voo rasante por falha estrutural causada por congelamento nos comandos.
1º Tenente Aviador Waldyr Pequeno de Mello e 2º Tenente Aviador Rolland Rittmeister
Tarquínia – 16/11/1944
Estavam a bordo de uma aeronave C-47 da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) que colidiu com um caça P-47 durante missão de filmagem. A queda matou todos os ocupantes do C-47.
Memória preservada
O legado desses nove heróis continua vivo. Seus nomes estão eternizados no Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no Rio de Janeiro, conhecido como Monumento aos Pracinhas, e também em diversas cidades italianas, como Pistoia e Pisa, que mantêm memoriais permanentes em homenagem aos aviadores brasileiros.
A cada ano, cerimônias da FAB e de instituições parceiras na Itália e no Brasil relembram suas histórias. São nomes que ultrapassaram a condição de combatentes e passaram a representar o compromisso da Força Aérea com a pátria e com a paz.
Neste ano, a Cerimônia Cívico-Militar Alusiva ao Vitorioso Regresso dos Heróis da Segunda Guerra com a imposição da Medalha Mérito Santos Dumont vai acontecer nesta quarta (18/7). A solenidade celebrará os 80 anos do vitorioso regresso dos combatentes da Segunda Guerra Mundial, o Aniversário de Nascimento de Alberto Santos Dumont e o Dia do Veterano da FAB.
O evento será transmitido ao vivo no dia 16/07, às 10h, pelo canal oficial da FAB no YouTube .
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