Conselho Curador do FGTS propõe pacto pela formalização na construção civil
Durante última reunião de 2025, ministro Luiz Marinho também destacou campanha de valorização do trabalho formal voltada ao público jovem e investimentos para fiscalização em 2026. Conselho aprova ainda novos tetos para habitação
Na última Reunião Ordinária de 2025 do Conselho Curador do FGTS, realizada nesta quinta-feira (18/12), o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, sugeriu a criação de um grande pacto com o setor da construção civil visando à formalização do trabalho. A proposta surgiu após diagnósticos que apontam altos índices de informalidade no setor, que é um dos principais destinos dos recursos do Fundo para o financiamento da habitação popular.
Segundo o ministro, o MTE tem avançado em pactos de formalização com diversos setores econômicos. Ele destacou que as experiências bem-sucedidas nos segmentos de café e hortifrúti devem servir de base para o diálogo com a construção civil. “A informalidade é uma concorrência desleal. Infelizmente, vivemos num momento em que estão enaltecendo a informalidade e a pejotização. Precisamos debater esse assunto com os empregadores da construção civil para focar na formalização dos trabalhadores”, argumentou Luiz Marinho.
60 anos do FGTS
Durante o encontro, a Caixa apresentou o projeto de programação alusivo aos 60 anos do FGTS. A iniciativa visa fortalecer a percepção do Fundo como instrumento de proteção ao trabalhador e ressaltar as garantias do emprego formal. Com esse propósito, a estratégia inclui uma campanha direcionada ao público jovem, focada na conscientização sobre a importância da carteira de trabalho assinada.
O ministro reforçou a relevância da iniciativa como ferramenta para combater a "campanha de desvalorização do trabalho formal". Para Marinho, a ideia de que o público jovem rejeita o emprego regular é um mito. “Dizer que o jovem não quer carteira assinada é uma lenda. Dados do Caged mostram que 80% das vagas preenchidas são ocupadas por jovens de até 24 anos, que buscam direitos garantidos. Toda vez que a economia se fortalece, aumenta a formalidade. E estamos indo bem na economia, mesmo com os juros ainda altos”, afirmou. Além do foco no emprego, a campanha apresentará os impactos dos investimentos do FGTS em habitação popular e infraestrutura no país.
A proposta apresentada pela Caixa detalha um cronograma de atividades para todo o exercício de 2026. A programação inclui ações de engajamento e cultura, como seminários, a "Corrida do Trabalhador" em diversas cidades, o lançamento de um portal exclusivo, concursos internos e exposições interativas nas unidades da Caixa Cultural. Com abrangência nacional, a estratégia prevê ainda a realização de simpósios e painéis em estilo TED Talks nas 27 unidades da federação, promovendo o debate sobre o futuro do FGTS.
Porto Maravilha
O Conselho Curador manifestou parecer favorável ao Termo de Conciliação relativo ao reequilíbrio econômico-financeiro da desapropriação do terreno do antigo Gasômetro, no Porto Maravilha (RJ). O processo de negociação viabilizou a posse da área pelo Clube de Regatas do Flamengo para a construção de seu estádio. Embora o acordo tenha sido firmado em 2025, a minuta passou por ajustes técnicos em setembro deste ano, estabelecendo que o clube pagará um adicional de R$ 23,6 milhões, divididos em cinco parcelas anuais com a devida correção monetária.
Imóveis de Habitação
O Conselho aprovou, ainda, a revisão do teto para a venda de imóveis de habitação popular nas Faixas 1 e 2 do programa. Para a Faixa 1, em regiões metropolitanas com população superior a 750 mil habitantes, o limite foi ampliado de R$ 255 mil para R$ 270 mil. Nas capitais regionais, o valor subiu de R$ 250 mil para R$ 260 mil. Nos municípios com população entre 300 e 750 mil habitantes, o teto para financiamento em metrópoles e capitais foi reajustado de R$ 245 mil para R$ 255 mil.
Secretaria de Inspeção do Trabalho
Na esfera operacional, o Conselho aprovou o aporte de R$ 65,2 milhões para a Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), voltados à fiscalização do FGTS no exercício de 2026. O montante será destinado à modernização dos processos de fiscalização, com foco estratégico em investimentos em Tecnologia da Informação. Além disso, os recursos custearão o ressarcimento à Caixa Econômica Federal pelos serviços de cobrança administrativa e de operacionalização dos parcelamentos de débitos do Fundo.
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