Eco Invest Brasil encerra ano com R$ 14 bilhões em projetos e previsão de novo leilão em 2026
Cerca de metade dos recursos se destina à transição energética, como à produção de combustível sustentável de aviação (SAF)
O Eco Invest Brasil, programa do Governo Federal liderado pelo Tesouro Nacional, encerra 2025 com pouco mais de R$ 14 bilhões destinados ao financiamento de projetos de alto impacto econômico, social e ambiental. Com uma carteira de projetos em expansão e resultados consistentes, o Tesouro Nacional avalia a realização de novos leilões do Eco Invest em 2026.
A expectativa é ampliar o alcance do programa, incorporando setores ainda não atendidos e fortalecendo os instrumentos financeiros voltados a projetos inovadores e em fase inicial alinhados ao desenvolvimento sustentável, à transição energética e à bioeconomia.
Coordenado pelos ministérios da Fazenda e do Meio Ambiente e Mudança do Clima, e integrado ao Plano de Transformação Ecológica - Novo Brasil, o Eco Invest lançou, em apenas um ano, três leilões com inovações estruturantes para o mercado, incluindo mecanismos capazes de reduzir riscos e ampliar a previsibilidade dos investimentos.
Entre eles, o hedge cambial, que ampliou a segurança para investidores e viabilizou maior participação de capital estrangeiro nos projetos apoiados. Ao longo do ano, o programa avançou na construção de soluções inéditas no Brasil e no cenário internacional, ampliando a escala do investimento verde e fortalecendo a transição ecológica nacional.
“O Eco Invest provou que está além de um programa de financiamento. Ele reposicionou o Brasil no centro das decisões globais sobre financiamento climático, mostrando que o país tem escala, projetos e capacidade institucional para transformar capital em impacto real. Os números de 2025 comprovam que essa agenda saiu do discurso e entrou na economia”, avalia o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron.
Com o início da liberação dos recursos do 1º Leilão a bancos parceiros, no começo do ano, o programa alcançou aproximadamente 14 projetos financiados, incluindo todos os eixos previstos no escopo da edição: economia circular, transição energética, infraestrutura verde e adaptação e bioeconomia. O destaque está na economia circular, que concentra cinco projetos com potencial de impactar positivamente em torno de 2 milhões de pessoas nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul. As iniciativas voltam-se à expansão da coleta e do tratamento de esgoto, com investimentos estimados em mais de R$ 2,7 bilhões.
O Eco Invest também fortalece cadeias estratégicas da transição energética. Nesse eixo, os investimentos superam R$ 7 bilhões, impulsionando a descarbonização, por meio da produção de combustível sustentável de aviação (SAF), a partir da macaúba, e de combustível automotivo, por meio do milho.
Entre as iniciativas está a construção de uma biorrefinaria no interior da Bahia, com capacidade para produzir cerca de 20 mil barris de óleo vegetal que servirão para fazer combustível e diesel renovável, totalmente adaptados para os aviões que operam hoje.
Em sinergia com os debates sobre adaptação climática, o programa passou a financiar, neste mês, uma iniciativa voltada ao fortalecimento da resiliência da infraestrutura elétrica frente a eventos climáticos extremos. O projeto, que será implementado na Bahia, em São Paulo e em Mato Grosso do Sul, prevê a modernização das redes de distribuição e, especialmente, o aterramento de linhas consideradas vulneráveis, reduzindo os riscos de interrupção no fornecimento de energia e preparando essas regiões para episódios de chuvas intensas e ventos fortes.
Leilões
No início de 2025, ocorreu o 2º Leilão, voltado à recuperação de terras degradadas, abrindo uma oportunidade concreta para o Brasil ampliar significativamente sua área de produção de alimentos sem a necessidade de desmatamento de novos espaços. Em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária, a iniciativa mobilizou por volta de R$ 30 bilhões para restaurar 1,4 milhão de hectares, área equivalente a nove vezes o território da cidade de São Paulo. O leilão beneficiará todos os biomas brasileiros, com destaque para o Cerrado, contribuindo para geração de renda, aumento da produtividade e desenvolvimento socioeconômico.
No segundo semestre, outros dois leilões foram lançados. Um deles com foco na atração de investimentos em equity (participação societária), voltado ao fortalecimento de startups e empresas em expansão com atuação em projetos verdes. O 3º Leilão incorporou o hedge cambial como inovação financeira. Já durante a COP 30, foi lançada a 4ª edição do programa, com foco na bioeconomia e no turismo sustentável, especialmente na região amazônica. Ambos os leilões seguem abertos, com recebimento de propostas previsto até janeiro e fevereiro de 2026, respectivamente.
Ao final de 2025, o Eco Invest somará pouco mais de R$ 75 bilhões mobilizados para o financiamento de projetos, sendo R$ 46 bilhões captados no exterior. O volume reforça a credibilidade conquistada pelo Brasil no cenário internacional e evidencia a confiança de empresas, fundos e instituições financeiras na solidez do mecanismo. Atualmente, o programa possui 12 bancos credenciados, sendo nove privados e três públicos.
Monitor Eco Invest Brasil
Para garantir transparência e acesso público às informações, durante a COP 30, o Tesouro também lançou o Monitor Eco Invest Brasil, plataforma que reúne dados detalhados sobre os projetos financiados, como localização, volume de recursos, eixos atendidos e estágio de implementação. A ferramenta ampliou a visibilidade das iniciativas apoiadas, além de reforçar o compromisso do governo com gestão eficiente e monitoramento contínuo.
“Desenvolvemos a plataforma especialmente para traduzir os bilhões mobilizados em impacto concreto. É uma forma de aproximar a política pública da nossa população. Por meio dela, é possível entender na prática como grandes volumes de recursos se transformam em benefícios reais para o país e para o meio ambiente”, explica a assessora do Tesouro Nacional Marina Jabur.
O avanço do Eco Invest Brasil evidencia a atuação integrada entre os ministérios da Fazenda e do Meio Ambiente e Mudança do Clima, com base técnica e compromisso público. Com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento e da Embaixada do Reino Unido no Brasil, o programa é uma das principais estratégias do país para acelerar a transição ecológica.
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