CPNU 2 consolida o esforço do Governo do Brasil na recomposição das políticas públicas
Em balanço da segunda etapa do certame, Esther Dweck ressaltou o sucesso operacional e o efeito das ações afirmativas na classificação para a prova discursiva
A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), Esther Dweck, apresentou neste domingo (7/12) o balanço da aplicação das provas discursivas da segunda edição do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU 2). Para a ministra, o CPNU reflete o esforço do governo para reconstruir a presença do Estado e fortalecer a entrega de serviços públicos essenciais para a população.
Durante a coletiva realizada na Escola Nacional de Administração Pública (Enap), a ministra destacou que o dia de prova transcorreu de forma tranquila, assim como na primeira etapa do certame. Segundo ela, o resultado refletiu o esforço conjunto de diversos órgãos federais e estaduais envolvidos na operação. “Foi tudo muito tranquilo. Tivemos um dia totalmente sem intercorrências. Acompanhamos toda a tarde na Polícia Rodoviária Federal no Centro Integrado de Comando e Controle Nacional (CICCN), onde havia pelo menos duas pessoas de cada estado monitorando a segurança e todo o processo. As provas chegaram a todos os locais sem nenhuma ocorrência”, afirmou a ministra.
Dweck afirmou que houve aplicação de provas em todas as 228 cidades previstas. Dos 42 mil inscritos para a prova discursiva, 8.500 não compareceram, o que representa 20% de abstenção, percentual considerado esperado para concursos em duas etapas e significativamente inferior ao registrado na primeira fase. “Fica muito abaixo da abstenção da primeira etapa, que foi em torno de 40%, e muito menor do que a do CPNU 1. Isso reforça a consolidação do modelo”, avaliou.
Uma nova política pública
Esther Dweck afirmou que o CPNU deixou de ser apenas uma inovação e se consolidou como uma política pública capaz de reconstruir a presença do Estado e fortalecer serviços essenciais. Ela destacou que o concurso tem caráter estruturante e desempenha papel central na reestruturação das capacidades estatais, agradecendo o apoio do presidente Lula, que autorizou a abertura de vagas e incorporou o CPNU como instrumento de inclusão e fortalecimento da administração pública.
A ministra relacionou diretamente a recomposição da força de trabalho à retomada da capacidade estatal. “Quando voltamos para o terceiro mandato, observamos a incapacidade do Estado brasileiro de fazer políticas públicas. Havia carência de pessoas, de instrumentos e de vontade política. O Ministério foi criado para recuperar essas capacidades.”
Dweck citou estudo recente da OCDE que aponta avanço na confiança da população no serviço público. “Em 2022, a confiança estava em 26%. Agora, em 2025, chegou a 38%. Está em linha com a média da OCDE e acima da média da América Latina. Isso reflete a percepção de que as políticas públicas estão sendo voltadas para as pessoas que precisam.”
Ela também destacou resultados sociais recentes, como recuperação do emprego, redução da pobreza e da desigualdade e a saída do Brasil do mapa da fome. “O crescimento econômico por si só não reduz desigualdade. Mas, nesses três anos, tivemos crescimento com redução da desigualdade, redução da pobreza e saída do mapa da fome. A contratação de pessoas é essencial para isso.”
Ao comentar os resultados do CPNU 1, Dweck lembrou que todas as vagas foram providas, incluindo chamadas adicionais. “Acabamos de fazer uma chamada de mais de duas mil pessoas do cadastro reserva. Das 6.640 vagas do primeiro concurso, já fizemos o provimento total”, disse. Ela reforçou que, somando a segunda edição do CPNU a outros concursos autorizados pelo ministério, a administração pública federal terá cerca de 22 mil novas entradas entre 2023 e 2026, esse número não inclui universidades e institutos federais.
Cotas e participação feminina
Na coletiva, a ministra Esther Dweck ressaltou os resultados da política afirmativa adotada para ampliar a presença de mulheres na segunda fase, destacando que, entre as 42.499 pessoas convocadas para a prova discursiva, 57,12% são mulheres e que, sem a equiparação, a proporção seria inversa, com predominância masculina. Ao explicar o impacto da medida, a ministra afirmou que “se não houvesse equiparação, em vez de 57% de mulheres e 42,9% de homens, teríamos 50% de homens e 49% de mulheres”.
A ministra citou o caso do cargo de Analista Técnico de Justiça e Defesa, no bloco 7, explicando que antes da equiparação 1.490 homens haviam sido aprovados para a segunda etapa, contra apenas 888 mulheres, o que representava 63% de homens e 37% de mulheres. Segundo ela, “chamamos mulheres para completar os 1.490, e chegamos a 50% de mulheres e 50% de homens. Mais de 500 mulheres adicionais foram classificadas”, reforçando que a regra só é aplicada quando há predominância masculina e que “nos cargos em que já havia mais mulheres, como saúde, não fazemos equiparação chamando homens”.
A ministra também apresentou os dados gerais de participação afirmativa. Entre os mais de 42 mil convocados, 14.600 eram pessoas negras, 634 indígenas, 616 quilombolas e 4.198 pessoas com deficiência. Em todos os casos, a proporção de participantes superou a reserva prevista em edital. Dweck destacou ainda que candidatos de quase 5 mil municípios participaram das etapas do concurso e que a aplicação ocorreu em todos os 228 municípios previstos.
A ministra agradeceu o trabalho das equipes do governo envolvidas no CPNU, citando parcerias com o Ministério da Justiça, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Secretaria Nacional de Segurança Pública, Força Nacional, governos estaduais, Casa Civil, AGU, CGU, Secom, Abin, Ipea, Enap, Dataprev, FGV e diversas áreas do MGI, incluindo a secretaria-executiva, a Secretaria de Governo Digital, a assessoria jurídica e a comunicação. “Esse é um trabalho coletivo”, finalizou a ministra.
A nota preliminar da prova discursiva, juntamente com o espelho de correção, está prevista para ser divulgada em 23/01/2026. Já a interposição de eventuais pedidos de revisão das notas está prevista para ocorrer nos dias 26/01 e 27/01/2026, a lista com os convocados, deve sair em fevereiro de 2026 de acordo com o cronograma oficial do concurso.
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