Igualdade racial

Igualdade de oportunidades, respeito às diferenças e não discriminação

Esses são os princípios da diversidade como valor corporativo, uma das afirmações do painel “Mulheres Negras no Setor público”, que teve participação do Serpro

24/07/2023 19:15
Igualdade de oportunidades, respeito às diferenças e não discriminação

 

O Serpro participou nesta segunda-feira, 24 de julho, do painel “Mulheres Negras no Setor público”, promovido pelos Correios. Na ocasião, a integrante do projeto estratégico "Ser ESG", Thais Argolo, apresentou as iniciativas de inclusão e equidade da estatal de TI. O evento debateu as raízes das desigualdades e as estratégias e ações para ampliar a diversidade nos espaços de poder, com atenção especial às questões de raça/etnia e gênero.

“A diversidade humana e cultural como um valor deve estar baseada em três princípios: igualdade de oportunidades, respeito às diferenças e não discriminação, nesta ordem. Eles dizem quase tudo sobre o que é ter diversidade como um valor corporativo”, declarou pesquisadora e historiadora do tema, Wania Sant’ana. Para ela, esses pilares abrem a oportunidade para "tocar em feridas”, como por exemplo, a afirmação do senso comum: “somos todos iguais, somos todos seres humanos”.

De acordo com Wania, a igualdade é um ideal a ser construído cotidianamente, porque a realidade mostra algo bem diferente desse senso comum. “Não somos todos iguais e podemos demonstrar essas desigualdades em relação às mulheres negras, às mulheres, aos negros, às pessoas com deficiência, à comunidade LGBTQIA+ e aos povos originários”, exemplificou a pesquisadora, que também é consultora para programas corporativos de equidade de gênero. “Observar os espectros da desigualdade, no plural, é o melhor caminho para efetivar o ideal da igualdade”, completou Wania Sant’ana.

Estatísticas

Na abertura do evento, a superintendente executiva de Gestão de Pessoas do Correios, Ângela Rosa, apresentou os números que comprovam o tratamento desigual às mulheres negras no país. “Fazemos parte de um grupo demográfico com maior representatividade no Brasil, no entanto, temos menor participação nos espaços de gestão e maiores taxas de desemprego e informalidade”, destacou.

Além de apresentar os números dos Correios, a superintendente registrou que, de acordo com o Ipea, dentre as quatro áreas do setor público, a que possui maior percentual de servidoras negras é a administração central, com 37,6%. Nas autarquias, são 33,5%; nas fundações, 33,4%; e nas empresas públicas, 33%.

“A falta de um grupo demográfico em espaços de poder e decisão de uma empresa diminui as possibilidades de inovação, porque saberes diferentes e novos olhares poderão, certamente, fortalecer ainda mais o negócio. Uma tarefa que deve ser pensada por todos os gestores e gestoras” concluiu Ângela Rosa.

Atuação do Serpro

Thais Argolo também apresentou estatísticas do mercado de trabalho que comprovam a realidade desigual para as mulheres negras em termos de desemprego, média salarial, presença em cargos de direção e gerência e participação em determinadas atividades econômicas. A representante do Serpro, integrante do projeto estratégico Ser ESG e que coordenou o Comitê de Equidade, Diversidade e Inclusão, ainda apresentou o quadro com os dados sobre a mulheres na empresa.

A analista do Serpro falou sobre como a empresa tem abordado a diversidade e a inclusão, desde a definição de políticas, a adoção da Agenda ESG, implementação de programas, ações educacionais e a criação de espaços de debate, até a discussão atual sobre a incorporação de novos benefícios, inclusive relacionados à licença maternidade e paternidade, dentre outros. Thais também informou uma das metas desafiadoras assumidas pela empresa, de paridade de gênero nos cargos de chefia, 50% a 50%, para os próximos anos. Atualmente, as mulheres são 29% nas funções de liderança.

O recém lançado edital Agora 3T, voltado para o patrocínio de iniciativas de inclusão sociodigital para pessoas trans e travestis foi outra ação mencionada por Thais Argolo. “Em breve, vamos lançar um novo edital relacionado a mulheres negras, indígenas ou que passam por situação de vulnerabilidade social. E a ideia é a mesma: possibilitar o patrocínio de projetos que tenham esse impacto social”, finalizou a representante do Serpro.

O painel

O evento teve o objetivo de marcar o Dia Internacional da Mulher Negra, Latina e Caribenha e ao Dia Nacional de Teresa de Benguela, comemorados no 25 de julho. Nesta data, em 1992, na República Dominicana, um encontro uniu pessoas do mundo inteiro para discutir o machismo e o racismo contra as mulheres negras. Já Tereza de Benguela foi uma grande líder quilombola, no século 18, que liderou por 20 anos a resistência negra e indígena contra o Estado escravagista.

Além das já mencionadas, o painel contou com a participação da coordenadora geral de Capacitação de Altos executivos da Enap, Magali Zica de Oliveira Dantas; e da gerente de Relacionamento com Órgãos Externos dos Correios, Cristiane Ferreira Kovalski.

Live está disponível

Não conseguiu assistir ao painel? O evento está disponível no canal dos Correios no Youtube, clique abaixo para ver.

 

Por: Assessoria de comunicação do Serpro

Link: https://www.serpro.gov.br/menu/noticias/noticias-2023/mulheres-negras-no-setor-publico
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