Iphan e Sebrae lançam ações voltadas para comunidades detentoras do Patrimônio Cultural

Cursos de marketing e redes sociais, desenvolvimento de marca publicitária coletiva e criação de vitrine cultural são ações previstas para serem realizadas junto a comunidades detentoras do Patrimônio Cultural brasileiro até 2026. As atividades fazem parte de convênio de cooperação técnica firmado entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Em parceria com comunidades detentoras de bens registrados, Iphan e Sebrae publicaram revista digital que reúne ações voltadas para capacitação e apoio à comercialização de produtos e serviços associadas ao Patrimônio Cultural.

A iniciativa é voltada para detentores que são proprietários de pequenos negócios, propondo capacitação para esses profissionais na promoção da cultura, economia criativa e empreendedorismo social e cultural, assim como a gestão de espaços culturais. Para isso, o primeiro passo foi realizar um diagnóstico de produtos e serviços associados aos bens registrados. Durante o segundo semestre do ano passado, a s equipes das superintendências do Iphan enviaram um formulário digital para os detentores que , em alguns casos, tiveram apoio presencial por meio de entrevistas, já que alguns não dispunham de acesso à internet.

“A publicação da revista eletrônica é fundamental para divulgarmos os resultados deste diagnóstico de necessidades realizado junto aos detentores , que vai orientar a promoção de ações conjuntas entre o Iphan e o Sebrae para o fortalecimento da economia criativa ligada ao patrimônio imaterial nos próximos anos ” , avaliou o coordenador de apoio à promoção e à sustentabilidade do Iphan, Rafael Klein.

A pesquisa pelo Brasil

Os formulários circularam Brasil afora, resultando em 538 respostas, sendo que 242 manifestações foram feitas por detentoras do Ofício das Baianas de Acarajé e 153 por mestres do Ofício dos Mestres da Capoeira, além de outras 1 2 3 respostas de detentores de uma série de outros bens. O resultado foi um amplo diagnóstico, com vários apontamentos relacionados à comercialização de produtos e serviços , administração d e finanças, entre outros .

O diagnóstico também congrega as principais demandas das comunidades detentor as d os bens registrados . Dentre as principais necessidades de capacitação estão o acesso a crédito, gestão financeira , marketing e auxílio contábil .

"A parceria entre Sebrae e Iphan está trazendo muitos resultados e o ano de 2022 foi retratado na revista eletrônica que consolidou todo o trabalho que realizamos", iniciou a coordenadora de economia criativa do Sebrae Nacional, Denise Marques. “O leitor poderá ter acesso às ações de diagnóstico com intuito de conhecer o perfil e as demandas de capacitação dos detentores; os workshops envolvendo os gestores do Sebrae e do Iphan extraindo iniciativas importantes para avançarmos na parceria, bem como algumas ações de promoção sobre os bens culturais registrados que são a elaboração de folders sobre os bens", completou.

Ações previstas

Além do diagnóstico, em 2022, também foram promovidos quatro workshops nas capitais Manaus (AM), Brasília (DF), Recife (PE) e São Paulo (SP). Como resultado, foi proposto um conjunto de ações a serem promovidas nos estados e no Distrito Federal. Entre elas, está a promoção de capacitação para gestores da área de cultura de governos estaduais e municípios visando à maior compreensão desses agentes sobre os princípios da política de patrimônio imaterial e das necessidades de detentores.

Também voltado para comunidades detentoras em todo o Brasil, será promovido c urso de profissionalização em gestão de negócios, focado em formação em marketing e redes sociais , além de um workshop em negócios da música e capacitação de em produção de eventos, visando ampliar o número de detentores em plataformas streaming, movimentar encontros com o mercado musical e gerar renda com o produto musical.

Há outras ações específicas previstas para bens e m particular . Para o Jongo do Sudeste, por exemplo, foi planejada a criação de dois circuitos de turismo culturais em comunidades rurais caxambuzeiras. Junto aos detentores do Complexo Cultural do Boi-Bumbá do Médio Amazonas e Parintins, será feita a criação e estruturação de marca coletiva para o artesanato alusivo ao boi-bumbá da Amazônia. Na região Nordeste, deve ser criada a “vitrine cultural”, virtual e física, em que será disponibilizado acesso a bens culturais registrados, englobando todos os bens registrados na região, do Frevo (PE) ao Tambor de Crioula (MA).

Para ver as ações planejadas por Iphan e Sebrae, acesse a revista eletrônica .

Por: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional