Ministério do Esporte celebra Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha
A luta da mulher negra por maior representatividade social é constante. Governo Federal e ministérios possuem ações de combate ao racismo para mais inclusão e respeito a essa população. Confira algumas mulheres que marcaram a história do esporte brasileiro
Em 1992 foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) que no dia 25 de julho seria comemorado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. A data foi escolhida durante o 1° Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, em Santo Domingo. O encontro teve a intenção de unir essas mulheres no enfrentamento de questões como racismo e machismo.
A instituição da data Já faz 32 anos, mas, infelizmente, ao redor do mundo ainda há episódios de preconceito contra mulheres negras. Essa ainda é uma realidade intrínseca à realidade brasileira, na inserção da mulher negra na sociedade, na política, no mercado de trabalho, e no esporte não seria diferente. As dificuldades que essas mulheres encontram pela vida perpassam por questões sociais, econômicas, histórico-culturais, número de oportunidades relacionadas às mulheres brancas, entre outros fatores.
Mulheres negras têm menor participação no mercado de trabalho, maiores taxas de desemprego e informalidade do que os demais grupos demográficos e, portanto, vivem em maior vulnerabilidade. E, muitas vezes sofrem preconceito duplo: o machismo e o racismo.
Atualmente, das 48,8 milhões de mulheres negras em idade para trabalhar, apenas um pouco mais da metade (51,5%) está no mercado de trabalho. Apesar dos números, o governo brasileiro luta pela igualdade de oportunidades para essa população e aumento de sua representatividade em todas as áreas.
Em junho, o Ministério do Esporte, pela Portaria n° 34, criou um grupo de trabalho técnico para combater o racismo no esporte brasileiro, tanto para atletas homens quanto mulheres. O objetivo da equipe de trabalho é criar estratégias e ações na esfera federal para promover igualdade racial no esporte e eliminação de práticas racistas no âmbito esportivo.
O GT é coordenado pela Assessoria de Participação Social e Diversidade do MEsp, com a competência de propor ações, políticas e programas transversais de combate ao racismo e de promoção da inclusão da população negra nos esportes. Foram convidados a participar representantes de organizações, empresas públicas e entidades indicadas pelo Ministério da Igualdade Racial e Ministério da Justiça e da Segurança Pública.
O grupo trabalha na criação de estratégias de integração entre as políticas públicas de igualdade racial, esporte e promoção, e acesso à justiça. O intuito é promover o diálogo intersetorial no âmbito governamental e com atores da sociedade civil.
Mulheres no esporte
O esporte brasileiro possui grandes nomes de mulheres negras que conquistam os primeiros lugares em vários pódios, em várias modalidades, abrindo caminhos para outras mulheres e até para os homens. Veja alguns nomes históricos de mulheres negras do esporte brasileiro.
Aída dos Santos, atletista negra, foi a única representante mulher da delegação brasileira, das Olimpíadas de Tóquio 1964. Superando a falta de estrutura para treinos e com o pé quebrado, ela conquistou o quarto lugar no salto em altura, o melhor desempenho feminino do Brasil na história dos Jogos, até então. Seu recorde só foi quebrado por Jaqueline e Sandra no vôlei em Atlanta 1996, 32 anos depois.
Daiane dos Santos eternizou a versão instrumental de brasileirinho, ao se tornar a primeira campeã mundial da ginástica brasileira. A gaúcha coleciona várias medalhas de ouro, prata e bronze em jogos Pan-Americanos, Sul-Americanos e mundiais de ginástica. O sobrenome de Daiane batizou dois movimentos reconhecidos pela Federação Internacional de Ginástica: o duplo twist carpado (dos Santos I) e o duplo twist esticado (dos Santos II), por ter sido a primeira ginasta do mundo a executar os movimentos.
Irenice Rodrigues foi recordista sul-americana dos 800m, em plena ditadura militar, nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, no Canadá, em 1967. Ela fez história em uma modalidade até então considerada masculina, e protestou contra as más condições dadas aos atletas negros.
Ketleyn Quadros é a primeira brasileira a conquistar uma medalha olímpica, nos Jogos de Pequim 2008, em esporte individual. No judô, ela ainda brilhou em 2019, ganhando o ouro no Grand Slam de Brasília, sua cidade natal, na categoria atpe 63 kg. Até 1992, o judô somente era disputado por homens em Jogos Olímpicos.
Maior futebolista brasileira de todos os tempos, Marta Vieira da Silva já foi escolhida como a melhor do mundo pela Fifa por seis vezes, cinco de forma consecutiva. Ela é a maior artilheira da seleção brasileira de futebol, dentre homens e mulheres. Em 2023, ela está na Copa do Mundo da Austrália e da Nova Zelândia para tentar ganhar o título inédito com a camisa brasileira.
Por: Assessoria de Comunicação - MEsp
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