Ministra da Cultura visita a ABIN
Margareth Menezes foi recebida pelo diretor-geral da Agência, Luiz Fernando Corrêa. Após reunião de trabalho, ministra visitou o Museu da Inteligência
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, visitou a sede da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), nesta sexta-feira – 21 de julho –, em Brasília/DF, para conhecer mais sobre a atividade de Inteligência e debater parcerias institucionais. No encontro com o diretor-geral da Agência, Luiz Fernando Corrêa, e representantes dos dois órgãos, foram discutidos temas em comum, como o combate à biopirataria e questões que envolvem patentes e interferência externa. Também foi destacada a proteção à biodiversidade, aos conhecimentos tradicionais e ao patrimônio material.
Um exemplo é a atuação da ABIN em casos de fósseis retirados ilegalmente do Brasil, como no caso do dinossauro Ubirajara jubatus , levado para a Alemanha em 1995 e repatriado em junho deste ano à região do Cariri, no Ceará. A Agência produziu conhecimentos para o retorno dos fósseis.
Luiz Fernando Corrêa declarou que o encontro é simbólico e agora é preciso identificar os pontos de convergência entre os órgãos para um trabalho em conjunto. “Estamos redesenhando o sistema de Inteligência porque queremos que a ABIN atue não só em segurança de estado, mas em políticas públicas”, declarou o diretor-geral. “A cultura é um dos ativos e nós temos que entender como a ABIN pode contribuir”, completou Corrêa.
Margareth Menezes disse ser “gravíssimo” o que ocorre com a cultura quando é tratada como se não tivesse valor agregado no sentido econômico, quando na realidade representaria parcela importante do PIB nacional. A ministra comentou a necessidade do reconhecimento de direitos autorais em plataformas de streaming . “O Brasil é o segundo maior consumidor dos streamings no mundo e a gente não recolhe. É como roubar ativos que pertencem ao povo brasileiro”, disse a ministra.
Museu da Inteligência
Após a reunião de trabalho, a ministra visitou o Museu da Inteligência, reaberto no início de julho para visitas externas.
A diretora substituta da Escola de Inteligência (Esint), Anna Cruz, comentou a reaproximação da ABIN com o a sociedade. Segundo Anna, ainda que a atividade de Inteligência esteja longe dos holofotes, a cultura – um complexo de memórias, sentimentos, crenças e formas de se organizar – não deixa de ter perspectivas sobre ela.
“No passado, os órgãos de Inteligência estiveram relacionados à restrição de direitos e não à promoção deles; a ideia de opacidade e suas expressões análogas, como desconfiança e ardil, confundem épocas e atores e marcam ainda hoje o imaginário popular sobre a ABIN”, declarou a diretora substituta.
“Sorte nossa, sabemos, a cultura não é estática e queremos mudar a forma como a atividade de Inteligência e o público se relacionam. É desejo da atual gestão e é aspiração antiga dos servidores da casa que esta relação deixe de ser de estranhamento e passe a ser de reconhecimento e parceria”, complementou.
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