MPI defende diálogo entre governos e povos da Amazônia para proteção da floresta
Mensagem foi transmitida durante reunião da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA)
Governantes e povos indígenas precisam dialogar e os governos têm de estar abertos aos conhecimentos tradicionais, pois são os modos de vida indígena que protegem a biodiversidade da floresta Amazônica.
Essa foi a mensagem deixada pela Ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, durante o evento “Diálogo e Intercâmbio de Experiências para a construção da Plataforma Regional de Povos Indígenas da Amazônia”, organizado pela Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) e que contou com a presença de representantes governamentais e lideranças indígenas de toda a bacia amazônica.
Sonia Guajajara também defendeu a demarcação e proteção de territórios indígenas e que os fundos de financiamento voltados à região precisam ter mecanismos de acesso direto pelos povos.
A OTCA reúne oito países amazônicos (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela) que são signatários do Tratado de Cooperação Amazônica (TCA). Firmado em 1978, o TCA busca compromissos comuns dos países-membros para a preservação do meio ambiente e uso racional dos recursos naturais da Amazônia.
“Uma plataforma indígena no âmbito da OTCA é crucial. Não é simples promover um modelo diferente de integração pelo Norte. As urgências climáticas não nos dão tempo de errar. Por isso, governos e povos indígenas precisam dialogar como nunca antes e os governos precisam estar abertos aos conhecimentos tradicionais, precisam entender que os modos de vida indígena são aqueles que protegem a biodiversidade”, disse a ministra.
O encontro da OTCA, realizado em Brasília, é parte do plano de trabalho para a criação da Plataforma Regional de Povos Indígenas da Amazônia, que se alinha às decisões do Acordo de Paris, que indicam a importância de iniciativas que facilitem a participação indígena nas discussões climáticas e priorizem os conhecimentos e modos indígenas como fundamentais para o enfrentamento das mudanças climáticas.
A reunião do grupo também faz parte das ações preparatórias para a Cúpula da Amazônia, que acontece entre 8 e 9 de agosto, em Belém (PA), e marca o início de uma série de grandes eventos internacionais nos quais o Brasil busca firmar protagonismo na questão ambiental. No começo de julho, a ministra Sonia Guajajara esteve em Letícia, na Colômbia, em outro evento preparatório para a Cúpula.
“A Cúpula da Amazônia, que ocorrerá em Belém, é um passo importante. Porque não adianta mudar só em um país. Tem que ser um projeto de toda a região. De toda a bacia amazônica. E não se faz isso sem os povos indígenas no centro”, avaliou a ministra.
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