No México, Symmy Larrat defende combate ao discurso de ódio em evento com lideranças LGBTQIA+ das Américas e do Caribe
Representante do MDHC apontou estratégias de comunicação e de mobilização social como forma de combater ataques extremistas à comunidade
Durante palestra no 6º Encontro de Liderança Política LGBTI das Américas e do Caribe, no último sábado (22) na Cidade do México, a secretária nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Symmy Larrat, defendeu o combate ao discurso de ódio na internet. A medida é apontada pela gestora como uma das mais importantes para frear os ataques sofridos por esse segmento da população.
“O ódio não tem como principal meta nos matar. Nos matar é a consequência do que para eles é essencial, que é disputar o poder. E nós precisamos tomar como tarefa principal para esse período desmonetizar o ódio. Nós temos que tirar esse recurso, pois o ódio é rentável”, afirmou Symmy durante ao palestrar na plenária “Antecipando o que nos espera nos próximos dois anos”, para lideranças LGBTI (lésbicas, gays, bissexuais, trans e intersexuais), representantes de governos, movimentos sociais e legislativos.
A secretária destacou que a prática é muito comum no Brasil, principalmente por meio das notícias falsas, permitindo o crescimento da extrema direita em espaços de poder, como mandatos parlamentares. “É inadmissível que as plataformas de mídias sociais continuem permitindo que o discurso de ódio esteja aqui publicado e que nada façam. É dessa forma que eles se monetizam, que enriquecem. E nós precisamos desmonetizar. Mas não é só nas plataformas digitais. É no cotidiano, e aonde eles chegam”, enfatizou.
Luta por direitos
O método foi apontado por Symmy como terreno fértil para a disseminação do ódio, promovida por fundamentalistas e religiosos neopentecostais pelo Brasil para persuadir as populações mais vulneráveis. “Eles estão nos territórios promovendo acolhimento, saúde, cultura para essas populações e, nesse processo, estão expressando o ódio mais perverso contra nós. Aquela mãe, aquele pai que abandona a sua filha, o seu filho, também estão sofrendo e buscam neles o acolhimento, e não em nós. Precisamos chegar aos territórios. Precisamos ocupar e entender que a luta LGBTQIA+ não é só sobre o nome, não é só sobre o banheiro. É por moradia, é por educação, é por saúde, é por todos os direitos humanos”, completou.
A gestora apontou a criação de uma estratégica de comunicação popular como caminho para dialogar com os públicos mais distantes e vulneráveis e conter o avanço do extremismo. O fortalecimento e a articulação da comunidade LGBTQIA+ também foram considerados fundamentais para as mudanças positivas que vêm ocorrendo em razão do resultado das últimas eleições no país.
“No pior momento e no pior pesadelo, nós não saímos das ruas. O movimento LGBTQIA+ no Brasil permaneceu nas ruas, é por isso que eu estou aqui. É por isso que hoje eu estou secretária nacional. É porque essas pessoas que chegaram aos parlamentos e em diversos lugares de poder no Brasil ocuparam as ruas em todos os momentos”, contextualizou.
Na pauta do MDHC
O combate ao discurso de ódio na internet é uma das iniciativas do MDHC na agenda de direitos humanos. No início do mês, o ministro Silvio Almeida anunciou a criação do “Fórum Permanente de Enfrentamento ao Discurso de Ódio e ao Extremismo” , com a finalidade de participar, acompanhar e articular projetos e ações de combate à questão no país. O anúncio ocorreu durante a cerimônia de entrega do relatório do Grupo do Trabalho (GT) instituído para debater o assunto e propor políticas públicas voltadas à temática.
O Fórum
Symmy Larrat representou o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) no evento realizado na Cidade do México. Durante os dias 20 e 22 de julho a secretária cumpriu agenda de atividades que incluiu palestras, plenárias, painéis, reuniões, oficinas e visitas a instituições, como a Unidade de Saúde Integral para Pessoas Trans.
A conferência é considerada a maior sobre o tema e reúne lideranças LGBTI, representantes de governos, movimentos sociais e legislativos das Américas (Sul, Central, Norte) e do Caribe. O principal objetivo foi proporcionar um espaço de diálogo, capacitação e troca de experiências no campo da participação cidadã e política como ferramenta para avançar rumo à igualdade.
Por: Assessoria de Comunicação Social do MDHC
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