“Valorizar o patrimônio é um projeto de nação”, afirma presidente da Embratur em encontro sobre Cidades Históricas
Evento da Unesco em Paraty (RJ) segue até o dia 4 de agosto, com o objetivo de discutir o desenvolvimento do turismo nas cidades históricas brasileiras
Em discurso no 10ª Encontro Brasileiro das Cidades Históricas, Turísticas e Patrimônio Mundial da Unesco na noite desta terça-feira (1º), o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, destacou a importância das políticas de conservação do patrimônio para atrair turistas estrangeiros, mas também tratou de aspectos simbólicos dessas políticas para o desenvolvimento do país. O evento é realizado em Paraty (RJ) e vai até a sexta-feira (4) com agenda de debates sobre o desenvolvimento do turismo nas cidades históricas brasileiras e na valorização e promoção do patrimônio e da cultura locais.
“O maior patrimônio que a gente tem é referente a nossa história e às pessoas”, afirmou o presidente da Embratur. “O turismo é emprego, o turismo é renda, o turismo é conservação do meio ambiente, é valorização da cultura e do trabalhador da cultura, e o respeito às populações tradicionais. É esse o turismo que a gente quer no Brasil. Que a gente possa valorizar o patrimônio, lembrando que isso nos dá um sentido de vida e de destino para um projeto de nação”, completou.
O turismo cultural movimenta viajantes no mundo todo e é um grande atrativo para estrangeiros no Brasil. Nosso país possui 23 cidades históricas, sítios e monumentos históricos reconhecidos pela Unesco como patrimônio mundial – a cidade de Paraty é a única da lista declarada patrimônio misto da humanidade (natural e cultural). O Brasil também tem 12 cidades com o selo de Cidades Criativas da Unesco. Durante o evento, Marcelo Freixo destacou como este patrimônio ganhou maior relevância na estratégia da Agência de promoção dos atrativos de nosso país no exterior.
“Que este encontro possa ser de grande troca de experiências, para que a gente possa buscar recursos, investimento e cuidado para o patrimônio do Brasil. Valorizar o patrimônio é um projeto de nação. Na Embratur, a gente criou uma coordenação de afroturismo. Isso tem relação com Paraty, tem relação com o patrimônio, porque, mais do que combater o racismo com frases, a gente tem que combater o racismo gerando emprego, renda e tendo orgulho das nossas origens”, disse o presidente da Embratur.
Durante a cerimônia, o prefeito de Paraty, Luciano Vidal, destacou que o evento projeta o município do litoral sul fluminense não só para outras partes do Brasil como também para o mercado internacional. “Paraty é uma cidade de importância desde o Brasil Império. Estamos voltando a essa história, que aqui mantivemos preservada, sendo reconhecida, em 2017, com o título misto de patrimônio cultural e natural”, detalhou Vidal.
A cerimônia de abertura do encontro contou ainda com a presença do secretário-geral da Fundação Roberto Martinho, João Alegria; a gerente do Departamento de Desenvolvimento Urbano, Cultura e Turismo do BNDES, Patrícia Zendron; e a Oficial de Projeto do Setor de Cultura, Maria Virgínia Casado, representando a diretora da Unesco no Brasil, Marlova Jovchelocitch Noleto, além do secretário estadual de Turismo do Rio de Janeiro, Gustavo Tutuca e de prefeitos de as todas as partes do Brasil.
Estrangeiros no Brasil
O turismo cultural representa cerca de 37% do total do setor do mundo, conforme a Organização Mundial do Turismo (OMT). E a cultura é o primeiro fator motivador para viagens, segundo dados do Global Report on Gastronomy Tourism. O prêmio “Travellers Choice”, da plataforma TripAdvisor, indicou a cidade do Rio de Janeiro (RJ) e a de São Paulo (SP) como as cidades escolhidas pelos turistas como um dos “Melhores destinos culturais” de 2023.
Mais de 3,2 milhões de estrangeiros vieram ao Brasil nos primeiros seis meses de 2023. Nesse período, a entrada de divisas com o consumo do turista estrangeiro foi de mais de R$ 15,3 bilhões, valor 7,2% mais alto do que o registrado em 2019, na pré-pandemia.
Por: Embratur
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