Direitos humanos

“Vivemos em um Estado que foi feito para nos oprimir e não reconhecer nossas expressões”, diz secretária nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência

Em parceria com o Ministério das Mulheres, seminário recebeu diversas autoridades e representantes da sociedade civil para dialogar sobre a prevenção à violência contra mulheres com deficiência, inclusão e acessibilidade

30/08/2023 18:38
“Vivemos em um Estado que foi feito para nos oprimir e não reconhecer nossas expressões”, diz secretária nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência
Foto: Divulgação/MDHC

 

A secretária nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Anna Paula Feminella, participou, nesta quarta-feira (30), do encontro ‘Diálogos pela Inclusão: Mulheres com Deficiência e 17 anos de Lei Maria da Penha’. No seminário realizado pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) em parceria com o Ministério das Mulheres (MMulheres), a gestora reforçou o chamado ao diálogo e à união para superação das violências sofridas por essa parcela da população.

“Infelizmente a gente tem esse quadro tenebroso de um Estado que foi feito para nos oprimir e não reconhecer as nossas expressões. Falo isso com dor no coração, mas ao mesmo tempo agarramos a possibilidade de saber que a gente não está só, temos agora o Ministério das Mulheres, o Ministério dos Povos Indígenas, o Ministério da Igualdade Racial e todo o governo federal depois que o presidente Lula convenceu os ministros a terem uma assessoria para participação social e diversidade”, pontuou a secretária.

Também presente no evento, a secretária nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, Symmy Larrat, ressaltou o processo de escuta que tem sido peça fundamental desta gestão do Governo Federal. “Nós estamos aqui para construir coisas novas, porque, como nosso ministro Silvio Almeida sempre fala, o Brasil voltou, mas voltou diferente, voltou para aprender, para sair melhor e unificado desse processo e o processo de união requer escuta, requer diálogo”, disse a secretária.

Além de debater as questões ligadas à prevenção à violência contra as mulheres com deficiência, inclusão e acessibilidade, o encontro também foi uma forma de fomentar o diálogo sobre as particularidades enfrentadas pelos diferentes perfis de mulheres.

A secretária nacional de Enfrentamento á Violência contra Mulheres do MMulheres, Denise Motta Dau, lembrou que a agenda integra as ações do Agosto Lilás, campanha promovida pelo governo para intensificar as ações de conscientização para o enfrentamento à violência contra a mulher.

“Dialogar pela inclusão é uma tarefa muito desafiadora e esse evento fecha com chave de ouro nossas atividades do Agosto Lilás, que foi muito rico em atividades, entregas e avanços nas políticas públicas para as mulheres do nosso país”, comemorou a secretária.

Maria da Penha

Além da mesa com autoridades, o evento contou ainda com um painel de representantes da sociedade civil e de organismos internacionais. Em memória ao nome do encontro que lembrou os 17 anos da Lei Maria da Penha, o ponto alto do evento foi a participação, por vídeo conferência, de Maria da Penha. Símbolo de resistência e de luta quando o assunto é a violência contra as mulheres, ela também é uma referência na pauta das mulheres com deficiência.

 

“Com toda a minha história de vida fiquei conhecida pela militância que faço no enfrentamento à violência doméstica e familiar, mas também por minha condição, eu me tornei uma voz na militância das mulheres com deficiência. Por onde passei sempre enfrentei problemas ligados à acessibilidade”, disse a ativista.

“Quero dizer que há 40 anos estou em cadeira de rodas vítima da violência que sofri quando eu tinha 38 anos de idade. Lutei por 19 anos e seis meses para ver meu agressor punido e, ao final, minha luta foi coroada com a criação da lei batizada com meu nome que veio para proteger as mulheres do meu país da violência”, rememorou a ativista

A Lei Maria da Penha foi sancionada em agosto de 2006, durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e criou mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher.

O encontro contou ainda com a presença de representantes da Frente Nacional de Mulheres com Deficiência, Luciana Trindade; do Fundo de Populações das Nações Unidas, Florbela Fernandes; do Conselho Nacional de Saúde, Victória Bernardes; e da Assessora Sênior da ONU Mulheres, Ana Teresa Iamarino.

Por: Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC)

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