Meio ambiente

Alertas de desmatamento na Amazônia caem 66% em julho; índice é o menor dos últimos 5 anos

No período de janeiro a julho de 2023, a redução chegou a 42,5% na comparação com o mesmo período do ano passado

03/08/2023 15:29
Alertas de desmatamento na Amazônia caem 66% em julho; índice é o menor dos últimos 5 anos

 

Os alertas de desmatamento na Amazônia Legal caíram 66% em julho, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta quinta-feira (03/08) pelos Ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Com 500 km² de área em alerta de desmatamento, esse demonstrou o menor índice para um mês de julho em cinco anos.

Para o Governo Federal, a queda é reflexo das medidas de repreensão e prevenção de desmatamento na região. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou a importância da fiscalização para os resultados obtidos. “Com a fiscalização, nós estamos colocando um fim na expectativa de impunidade. Quando essas operações são vistas, aquele que comete o crime pensa duas vezes antes de praticar, pois sabe que está sendo visto pelos olhos do monitoramento”, afirmou.
Ainda segundo a ministra, as medidas tomadas até aqui foram emergenciais. “A partir de agora, passaremos a aplicar ações estruturantes para proteger a Amazônia”, disse.

Os dados sobre alerta de desmatamento são coletados a partir do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. “Essa ação multilateral ocorre para darmos conta desse desafio que é complexo. Estamos agindo com a verdade, com transparência, sem esconder dados e com atitudes para reconhecer os avanços que estão ocorrendo no controle do desmatamento da Amazônia”, ressaltou a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos.

O secretário-executivo do MMA, João Paulo Capobianco, destacou que a queda registrada tem maior importância por ocorrer em um período crítico para a região. “Julho é o pior mês na Amazônia em termos de desmatamento. É o mês da seca mais intensa, mais propício para as atividades de exploração de desmatamento e quando toda a operação de campo é favorecida pelo clima sem chuva. Sempre é um mês em crescimento”, destacou.

A queda nos alertas de desmatamento também foi registrada no acumulado do ano. No período de janeiro a julho de 2023, a redução chegou a 42,5% na comparação com o mesmo período do ano passado. As áreas de alerta chegaram a 3.149 km².

Mais registro de infração, menos impunidade

Nos primeiros sete meses deste ano, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) aplicou 3.967 autos de infração - um aumento de 173% em comparação com a média do mesmo período dos últimos quatro anos. As multas ambientais sofreram aumento de 147%, representando R$ 2,07 bilhões. Entre os bens apreendidos estão 3.000 cabeças de gado, 25 aeronaves, 36 toneladas de cassiterita e 30 embarcações.

No âmbito do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), os autos de infração aumentaram em 216% em relação ao mesmo período do ano passado.

Cerrado

Ao contrário dos resultados obtidos na Amazônia, o Cerrado registrou aumento de 26% nos alertas de desmatamento em julho deste ano. A área chegou a 612 km². A taxa ficou menor do que o recorde registrado em maio, quando chegou a 83% de aumento. No acumulado de janeiro a julho deste ano, o aumento chega a 21,7% em relação ao mesmo período de 2022 e atingiu 5.019 km². A maior taxa está na região conhecida por Matopiba, que engloba parte dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

João Paulo Capobianco explicou que, dos cerca de 491 mil hectares de áreas em alerta de desmatamento no cerrado, 482 mil hectares foram desmatados com autorização de órgãos estaduais. Isso porque a reserva legal desse bioma é de 35% da propriedade em estados abrangidos pela Amazônia Legal e de apenas 20% nas demais regiões.

 

Por: Agência Gov


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