Igualdade racial

Anielle Franco anuncia acordo com MMA para a criação de comitê contra racismo ambiental

Ministra lembrou também a assinatura de acordo de cooperação técnica para medidas emergenciais no arquipélago do Marajó e criação de políticas públicas de promoção da igualdade racial na região amazônica

06/08/2023 15:30
Anielle Franco anuncia acordo com MMA para a criação de comitê contra racismo ambiental
Foto: Audiovisual/PR

 

Seguindo a programação dos Diálogos Amazônicos, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, participou da mesa Amazônias Negras: Racismo Ambiental, Povos e Comunidades Tradicionais, no início da tarde deste domingo (06/08), em Belém (PA), que trouxe um recorte do racismo no contexto da injustiça ambiental, que afeta os povos e comunidades tradicionais, quilombolas, ribeirinhos e os povos extrativistas. 

A ministra Anielle Franco falou sobre a importância do evento para a criação de políticas públicas e para dar visibilidade para a população vulnerabilizada da Amazônia. “Esse é, ao mesmo tempo, um espaço de diálogo e desenvolvimento de articulações que permitem construir políticas públicas efetivas para a população mais vulnerabilizada e apagada dos processos de decisão, mas também é um momento de alerta para que a Amazônia não seja vista somente como o pulmão do mundo, mas como a morada de pessoas indígenas, negras, quilombolas, dos povos de terreiro, comunidades tradicionais que vivenciam desigualdade e violências cotidianas”, destacou.

Anielle falou ainda sobre os acordos feitos durante o evento deste fim de semana. “Nesses três dias de Diálogos Amazônicos, a gente assinou um acordo de cooperação técnica para medidas emergenciais de mitigações graves, questões socioambientais enfrentadas pela população do arquipélago do Marajó, articulamos parcerias com a Secretaria de Igualdade Racial do Governo do Pará, para a criação de políticas públicas de promoção da igualdade racial, e a gente está saindo daqui hoje pactuado com a ministra Marina Silva e o Ministério do Meio Ambiente para criar o Comitê de monitoramento da Amazônia negra e enfrentamento ao racismo ambiental”.  

A ministra também pontuou que cerca de 80% da população na Amazônia Legal se declara preta e parda, de acordo com o Censo Quilombola, 32% do povo quilombola do País reside na região. “Então, não podemos falar somente da Amazônia, mas sim de uma Amazônia indígena, negra, quilombola, da Amazônia dos povos tradicionais”, afirmou. 

“Alertamos também para o cuidado de não deixar que o enfrentamento ao racismo ambiental não seja um subtema dentro dos debates dos diálogos amazônicos, da Cúpula [da Amazônia] e da COP30”, completou a ministra, que enfatizou que este tipo de racismo precariza e impacta a vida das pessoas da região, que, muitas vezes, habitam áreas de risco e sem acesso a saneamento básico. 

“Estamos aqui para reforçar que temos uma Amazônia profundamente negra, plural, que precisa ser considerada amplamente nas respostas necessárias à preservação e defesa do território, bem como dos direitos dos povos e comunidades que lá se encontram, considerando todas as especificidades raciais, de gênero e território”, destacou. 

Os Diálogos Amazônicos são um evento que antecede a Cúpula da Amazônia, que vai ocorrer nos dias 8 e 9 de agosto, e tem como objetivo o desenvolvimento das propostas da sociedade civil a serem apresentadas aos presidentes dos países amazônicos participantes da cúpula, que acontece entre os dias 8 e 9 de agosto, em Belém (PA). A iniciativa busca fortalecer a cooperação entre países da maior floresta tropical do mundo.

Por: Agência Gov




A reprodução é gratuita desde que citada a fonte