Relações exteriores

Brasil quer consulado em Luanda, pede Lula em Angola

Presidente fez balanço positivo da viagem ao continente africano, em seu último dia em Angola; a comitiva do Governo Federal vai a São Tomé e Princípe antes de voltar ao Brasil, no domingo (26/08)

26/08/2023 11:12
Brasil quer consulado em Luanda, pede Lula em Angola
Foto: Ricardo Stuckert/PR

 

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, neste sábado (26/08), que o Ministério das Relações Exteriores trabalhará para abrir uma nova representação diplomática em Angola. "Com aproximadamente 30 mil brasileiros, Angola já abriga nossa maior comunidade em todo o continente africano. Por isso, instruí o chanceler Mauro Vieira para estudar a abertura de um consulado-geral em Luanda", afirmou.

Este seria o primeiro consulado brasileiro em um País de língua portuguesa na África. A declaração foi feita pelo presidente durante a inauguração da Galeria Ovídio de Melo, no Instituto Guimarães Rosa, em Luanda.

Lula viaja no domingo (27/08) a São Tomé e Príncipe para participar da cúpula da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Antes, a comitiva do Governo Federal esteve em Joanesburgo, na África do Sul, para a reunião de chefes de Estado dos BRICS. Em seguida, foram a Angola, onde foram firmados sete acordos bilaterais de cooperação.

"O Instituto Guimarães Rosa, fruto da cooperação com o Brasil, é um espaço dinâmico onde nossas culturas se encontram. Aqui, diferentes gerações de intelectuais e artistas brasileiros e angolanos contribuem para a cena cultural de Luanda. É um lugar tão cheio de sentidos e de histórias", afirmou.

Em sua fala, Lula homenageou Ovídio de Melo, diplomata brasileiro que atuou na luta pela independência de Angola, em 1975, e que hoje dá nome à Galeria inaugurada.

"A volta do Brasil à África significa também a volta do investimento na Cultura. Nas relações do Brasil com Angola, precisamos sonhar alto", concluiu.

O Instituto Guimarães Rosa é ligado ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil e tem como função propor projetos para promover as relações culturais, educacionais e de promoção da língua portuguesa no exterior.

Em entrevista coletiva depois da inauguração da Galeria, o presidente fez um balanço da viagem, e afirmou que a criação dos BRICS é o feito mais extraordinário que aconteceu no século 21.

Para Lula, a Cúpula foi um marco da viagem, com a aprovação de novos países-membros e as discussões para criar uma moeda comum para transações comerciais do grupo. Os novos países são Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Irã.

"E o que aconteceu na África do Sul, com o fortalecimento dos BRICS, com a decisão de fazer uma comissão de ministros da Economia para discutir a possibilidade de uma moeda de negócio entre nós, é muito importante", afirmou.

Segundo Lula, as relações entre Brasil e o continente africano devem ficar cada vez mais fortes para um crescimento econômico conjunto e sustentável.

"Quanto mais os países africanos crescerem, mais potencial terão de sermos consumidores de países que fazem produtos de maior valor agregado", argumentou.

Os acordos de cooperação entre os Governos de Brasil e Angola foram nas áreas da saúde, educação, política externa, agricultura e pecuária.

Leia também:
Brasil no Mundo aborda Cúpula do Brics e estratégias de expansão do bloco

Por: Agência Gov


A reprodução é gratuita desde que citada a fonte