Contribuição de países ricos na preservação da Amazônia é pagamento de dívida com o planeta, afirma Lula
Presidente fez um balanço das ações do governo no programa Conversa com o Presidente e falou sobre a relação com outros países
Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), relações diplomáticas e comerciais entre os países sul-americanos e fortalecimento da política externa. Estas foram as pautas abordadas pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em conversa com o jornalista Marcos Uchôa, nesta segunda-feira (14/08), durante o programa Conversa com o Presidente. Ao vivo, Lula falou sobre as perspectivas de desenvolvimento do Brasil para os próximos anos.
"Nós tivemos seis meses para recompor as nossas políticas de inclusão social e agora anunciamos o que vai acontecer. Daqui para frente é mãos à obra, muito trabalho, porque nós queremos cumprir todas as metas estabelecidas no âmbito do PAC”, disse.
O presidente destacou, ainda, que o foco é avançar nos investimentos, por meio de parcerias público-privadas. Segundo Lula, o Governo Federal está empenhado em baixar o Custo Brasil e vai investir em todo o território nacional para dar condições e oportunidades às pessoas. “Nós encontramos 14 mil obras paradas e estamos retomando todas, para migrar um Brasil de fotografia de canteiro, para um País em construção. Vamos investir no que vai gerar melhorias e qualidade de vida para as pessoas”, afirmou.
O presidente falou ainda sobre a parceria com outros países para alavancar o desenvolvimento do Brasil e aproveitou para pontuar os avanços na relação com o Paraguai, onde vai participar da cerimônia de posse do novo presidente, Santiago Penã, nesta segunda-feira. “O Brasil precisa crescer, mas não pode crescer sozinho. Temos que criar oportunidades para que os países vizinhos possam se desenvolver também”, destacou.
O Brasil é um importante parceiro comercial do Paraguai, em uma relação bilateral que abrange temas de interesse estratégico para as duas nações, como a usina Itaipu Binacional, combate a ilícitos e investimentos recíprocos. “Fizemos uma linha de transmissão de Foz do Iguaçu, de Itaipu, para Assunção, porque faltava luz todo dia na região. Como é que pode um país que tem metade de Itaipu e ainda faltar energia? O objetivo foi efetivamente que empresas brasileiras também fossem produzir no Paraguai, para gerar emprego, para criar oportunidade de trabalho para aquela gente. Eles merecem tanto quanto nós”, disse Lula.
Após a posse, que ocorrerá na terça-feira (15/08), o presidente Lula se dirige à África do Sul, onde participará da Cúpula dos BRICS, entre os dias 22 e 24 de agosto. Em seguida, viaja à Índia para o encontro do G-20, que vai reunir chefes de Estado das 20 maiores economias do mundo.
Para o presidente, os avanços nas conversas com outras nações é fundamental para que o Brasil avance, sobretudo, em relação à preservação ambiental. Lula destacou que a contribuição de países ricos não é favor, mas o pagamento de uma dívida com o planeta. “É muito simples compreender. Os países ricos tiveram a sua introdução na Revolução Industrial bem antes que o Brasil. Então, eles são responsáveis pela poluição do planeta muito antes de nós. Este é o pagamento de uma dívida que eles têm com o planeta Terra. Então, agora, paguem pra que a gente possa preservar as nossas florestas gerando emprego, oportunidades de trabalho e condições de melhorar a vida das pessoas” diz Lula.
Cúpula da Amazônia
Em um balanço positivo sobre a Cúpula da Amazônia, Lula elogiou a iniciativa e reforçou a importância da união dos países que compõem a região. “Nunca se discutiu a Amazônia com tanta força da sociedade. Todo mundo fala sobre a Amazônia, mas é a primeira vez que a Amazônia e seu povo falam para o mundo. Não adianta o Brasil preservar o meio ambiente, se outros países não fizeram o mesmo”, avaliou.
O presidente ponderou que não é fácil encontrar uma solução definitiva para a região amazônica, mas destacou que o encontro cumpriu seu objetivo, que foi preparar os países para levar uma proposta sobre o desenvolvimento da floresta para os Emirados Árabes, no encontro da Conferência das Nações Unidas, que ocorre entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro.
Economia verde
Ao falar sobre as oportunidades de visibilidade para a Amazônia, Lula também perpassou por temas como biomassa, hidrogênio verde, biodiesel e etanol. “O Brasil tem grande potencial para se tornar referência mundial em economia verde”, destacou, lembrando da meta de desmatamento zero até 2030, anunciada pelo Governo Federal. “Isso não é ficção, é realidade. Nós vamos conversar com todos os prefeitos que estão na Floresta Amazônica para que sejam nossos aliados no combate às queimadas e ao desmatamento”, garantiu.
Lula destacou que, pela primeira vez, a transição ecológica foi tratada como uma questão de investimento, de possibilidade de crescimento do País, capaz de trazer recursos do exterior para fazer investimento no País. E isso é possível, através de uma transição ecológica sólida bem-sucedida.
A 11ª edição do programa Conversa com o Presidente, na próxima semana, acontecerá ao vivo de Joanesburgo, na África do Sul.
Por: Agência Gov
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