Diálogos Amazônicos: Ministras debatem o papel da mulher no combate à desigualdade e mudanças climáticas
Marina Silva, Anielle Franco, Cida Gonçalves e a presidente da Funai, Joenia Wapichana, participaram do encontro
O segundo dia de debates acerca do desenvolvimento sustentável na Amazônia teve início com o evento "Mulheres pelo bem-viver: justiça climática e combate às desigualdades". As ministras do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e da Igualdade Racial, Anielle Franco, participaram do evento, que contou ainda com a presença de Cida Gonçalves, ministra das Mulheres, e da Presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana.
A presidente da Funai destacou a importância do olhar atento das mulheres como parte importante do diálogo sobre a Amazônia. “Trazemos aqui o olhar da mulher indígena nesse cenário que discute soluções, mas também tem um tempo para reflexão, porque a gente precisa caminhar nesse diálogo da Amazônia, esse foco também na diversidade da Amazônia, diversidade no sentido de assegurar o que já é a lei em relação aos nossos direitos coletivos”.
Ainda durante a coletiva, Joenia Wapichana disse que um dos focos da Funai e do Governo Federal é a questão da retomada das demarcações de terras. De acordo com a presidente da Funai, este é um direito central que as mulheres e os povos indígenas têm como prioridade. “Da terra vem a proteção dos mananciais de água, vai proteger o solo, a floresta em pé, vai proteger os valores indígenas e conhecimentos tradicionais”, destacou.
Sobre o assunto, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, lembrou que, de uma parceria entre a pasta e o Ministério dos Povos Indígenas, nasceu o programa Mulheres Guardiãs e a implantação da Casa da Mulher Brasileira para atender mulheres indígenas vítimas de violência.
Desintrusão em terras indígenas
Uma das prioridades do Governo Federal, a retirada de garimpeiros ilegais em terras indígenas Yanomami foi abordada pela ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima. De acordo com Marina, nos últimos meses, as ocorrências de abertura de novos garimpos na região foram zeradas, segundo dados fornecidos por satélite. “O trabalho continua. O próximo passo: a terra indígena Kayapó, a terra indígena Munduruku e outras nas quais nós já estamos atuando”, explicou a ministra.
Marina destacou que as ações do Governo Federal já reduziram as áreas desmatadas em 42%. “No mês de julho, que é um mês de pico, tivemos uma redução de 66% do desmatamento”.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, ressaltou a importância de construir o debate com a sociedade civil, com os povos originários, com os quilombolas, para que políticas públicas e medidas efetivas sejam implementadas. “Ainda nesses sete meses de governo, a gente está aí dando passos concretos para a melhoria da população”, avaliou.
O evento Diálogos Amazônicos segue até o domingo (06) com representantes de entidades, movimentos sociais, academia, centros de pesquisa e agências governamentais do Brasil e os demais países da Cúpula da Amazônia, para formular sugestões visando a reconstrução de políticas públicas sustentáveis para a região.
O resultado desses debates será apresentado aos chefes de Estado durante o evento que acontece nos dias 8 e 9 de agosto, na capital paraense.
Por: Agência Gov
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