Em Luanda, presidente reforça empenho na luta contra a desigualdade

Entre as atividades da visita oficial do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a Angola, o líder brasileiro recebeu, na manhã desta sexta-feira (25/8), a condecoração com a Grande Ordem António Agostinho Neto. A homenagem, entregue pelo presidente de Angola, João Lourenço, é a mais alta distinção do Estado angolano, voltada para chefes de Estado ou líderes políticos de grande destaque.

"Eu vou carregar essa medalha com o compromisso de quem tem uma causa e não pode parar de lutar. Essa ordem aumenta a minha responsabilidade, porque agora, presidente, eu estou assumindo o compromisso de tentar fazer uma campanha mundial contra a desigualdade", afirmou o presidente brasileiro. Para Lula, a mobilização deve levar em conta todas as vertentes que a palavra "desigualdade" congrega: de raça, de gênero, de idade, na qualidade da educação, na qualidade da saúde, no salário.

"Essa luta só pode dar certo se a gente criar indignação nas pessoas que comem — dela ficar indignada com as pessoas que não comem. Só faz sentido essa luta se a pessoa que estuda se indignar, porque tem uma que não pode estudar. Se a pessoa que toma café de manhã se indignar, porque tem uma criança que não toma café de manhã", listou.

Lula reforçou que já teve uma conversa sobre o tema com o Papa Francisco, com o Conselho Mundial das Igrejas, com líderes de países ricos, e que tem levado o tema a todos os fóruns internacionais. "Essa é uma luta que a gente só vai ganhar se a gente colocar ela como prioridade na nossa vida, em cada discurso", resumiu.

CRUZEIRO DO SUL — O presidente brasileiro também condecorou o presidente angolano, João Lourenço, com a Ordem Nacional Cruzeiro do Sul — comenda que a Presidência do Brasil atribui a personalidades estrangeiras. "Este prêmio ganha dimensão especial por ser concedido por Vossa Excelência, que confere um valor emocional difícil de expressar, por sua trajetória de lutador incansável pelas causas da justiça social, pela dignidade dos mais vulneráveis e pela inclusão política e econômica, cultural e social, de todos os brasileiros e brasileiras, sem distinção", agradeceu o presidente angolano.

QUEM É — Agostinho Neto, o primeiro presidente de Angola independente, foi um dos maiores líderes da luta anticolonial e inspirou gerações de defensores da soberania e da autodeterminação dos povos. O Brasil foi o primeiro país a reconhecer a independência de Angola, em 1975.

Por: Planalto