Com o objetivo de contribuir para fortalecer as medidas de segurança no Parque Nacional da Serra da Capivara (PNSC), no sudeste do Piauí, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) publicou o relatório da Avaliação Geotécnica em Atrativos Turísticos realizada na unidade de conservação. No documento, publicado em julho, são apresentadas informações sobre riscos geológicos nos 22 lugares de interesse geológico mais procurados.

O estudo, realizado a pedido do Instituto Chico Mendes de Conservação Ambiental (ICMBio), gera subsídios técnicos importantes para o melhoramento da gestão ambiental e para a prevenção de desastres. Desse modo, contribui para reduzir os riscos de acidentes e salvaguardar a vidas de turistas e trabalhadores. Só nos primeiros quatro meses deste ano, mais de 9 mil pessoas visitaram o local, segundo a administração do PNSC.

O Parque tem mais de mil lugares de interesse geológico, com pinturas e gravuras rupestres pré-históricas. Por essa razão, é considerado a unidade com maior concentração de locais de interesse geológico pré-histórico do planeta, o que atrai turistas de diversos lugares do mundo.

Trabalho de campo

Para identificar e caracterizar os riscos geológicos, o SGB realizou atividades durante duas campanhas: uma em setembro de 2022 e outra em março de 2023. Entre os atrativos turísticos visitados, estão: Toca do Boqueirão da Pedra Furada, Toca do Sítio do Meio, Mirante da Vista Panorâmica, Pedra Furada, Toca do Caboclo da Serra Branca, Toca da Passagem, Baixão das Andorinhas/Toca do João Daniel das Andorinhas e Toca do Estevo II ou da Onça.

Após análise, os pesquisadores identificaram que os processos com maior potencial de ocorrer na área são: quedas, tombamentos e rolamento de blocos rochosos (movimentos de massa); desplacamentos de material rochoso; infiltração; salinização e erosão pluvial.

No relatório, o SGB alerta que: a liberação de muitos desses locais, após ocorrência de eventos de chuvas intensas, deveria ser precedida de uma vistoria para evitar situações de risco à integridade física dos visitantes.

Além disso, recomenda a colocação de placas de identificação de locais com risco alto a muito alto de movimentação de massa. De acordo com a avaliação, essas informações devem ser repassadas pelos guias aos visitantes para que sejam reforçados os cuidados e o nível de atenção nesses pontos.

Avaliação Geotécnica em Atrativos Turísticos

Esse trabalho faz parte do projeto Mapeamentos Geológico-Geotécnicos voltados para a Prevenção de Desastres. Desde o desabamento das rochas nos cânions de Capitólio (MG), em janeiro de 2022, os profissionais do SGB realizam estudos em atrativos turísticos para avaliar as áreas de risco.

Foram feitas análises nos Cânions do Xingó, na divisa entre Bahia, Sergipe e Alagoas; na Serra da Canastra, em Minas Gerais; nos Cânions do Subaé, na Bahia; em atrativos geoturísticos no município de Presidente Figueiredo, no Amazonas; no Cânion do Poti, no Piauí; em Fernando de Noronha, em Pernambuco; e na Serra do Tepequém, em Roraima.

Por: Serviço Geológico Brasileiro (SGB)