Grupo de Trabalho apresenta ações para subsidiar Programa Esporte sem Racismo

Com ações de prevenção e conscientização contra o racismo no esporte voltadas a frentes como torcidas e entidades esportivas, foi apresentado, nesta quinta-feira (03/08), o relatório do Grupo de Trabalho de Combate ao Racismo no Esporte. O trabalho contou com a participação dos ministérios do Esporte, da Igualdade Racial e da Justiça e Segurança Pública e irá subsidiar a construção do Programa Esporte sem Racismo, pelo governo brasileiro.

A ministra do Esporte, Ana Moser, lembrou que os casos de racismo no esporte têm sido recorrentes, por isso a necessidade de propor ações, programas e políticas transversais de combate ao racismo e inclusão da população negra no esporte.

“É o primeiro passo dessa caminhada que precisa ser fortalecida, no caso, aqui no esporte, mas na sociedade de maneira geral, sabendo que o esporte é um vetor de projeção de comportamentos, de sentimentos, de práticas da sociedade. Mais uma iniciativa desse governo em prol da igualdade, e da justiça social, e da ampliação de tudo que é acessível a nossa população”, disse.

A ministra detalhou que foram 45 dias de trabalho e a mobilização continua para aprofundar a conversa com setores e viabilizar as indicações feitas no relatório. Segundo ela, há ações do plano que podem ser implementadas já a partir deste mês, enquanto outras precisam de parcerias e fontes de financiamento.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, destacou que, além da conscientização sobre a igualdade racial no esporte, a ideia é também dar condições para que crianças, jovens e atletas de todas as classes sociais tenham acesso e possam permanecer nas atividades esportivas. “É uma construção de ações concretas, que vamos viabilizar não somente entre os ministérios, mas com escutas”, afirmou Anielle Franco.

Ações para promover a igualdade racial no esporte
No relatório, foram definidas ações voltadas às torcidas; entidades esportivas; atletas; acesso à justiça; lei de incentivo ao esporte; comunicação; esporte educacional, esporte amador e lazer; e dados e estudos para diagnósticos.

Para as torcidas, parte importante no enfrentamento ao racismo no esporte, o plano prevê ações de conscientização como debates, seminários, cursos online e distribuição de cartilhas. E parceria na mobilização de torcidas organizadas e coletivos para ações unificadas.

Na área de acesso à justiça, a ideia é firmar um acordo de cooperação entre o Governo Federal e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para o combate à violência nos estádios, como explicou o secretário de Acesso à Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Marivaldo Pereira. “Para que a gente possa fazer o monitoramento e contribuir para que as autoridades públicas possam identificar rapidamente aquelas pessoas que insistem na prática do racismo e efetivar punição, efetivar o cumprimento da lei para que assim a gente possa inibir a prática do ato. Veja, o que se busca não é a punição, mas sim inibir a prática do ato”, detalhou.

Para as entidades esportivas como clubes, confederações e federações, o plano de ação prevê a implementação de formação continuada sobre o tema para os atletas, desde a base, e também para profissionais das equipes técnicas, árbitros e familiares dos atletas. Outra proposta é a de criar um selo e um prêmio para entidades esportivas antirracistas. E realizar campanhas continuadas em eventos esportivos.

Junto aos atletas, a intenção é criar espaços para debate e manifestação sobre o racismo no cotidiano de trabalho, ter assistência psicológica e programas de saúde mental para atletas negros, além de formar porta-vozes para combater discursos de ódio.

Outras ações previstas são a inserção de mecanismos de promoção da igualdade racial na regulamentação da Lei de Incentivo ao Esporte e a construção do Plano de Comunicação do Programa Esporte sem Racismo.

Histórico
Para a produção do relatório, o Grupo de Trabalho Técnico partiu de um histórico de denúncias e conversou com atletas, educadores e gestores públicos e do mundo corporativo que atuam no esporte nacional. A partir dessas conversas, foram elencadas propostas de ações que podem compor um programa governamental de combate à discriminação e promoção da igualdade racial no setor.

Por: Agência Gov