Inscrições para o maior mercado público das Indústrias Criativas do Brasil terminam nesta quinta, 17
Edital do Ministério da Cultura disponibiliza R$ 1,118 milhão para levar ao evento 260 empreendedores culturais de áreas como artesanato, circo, dança e design
Termina nesta quinta-feira (17/08), o prazo para se inscrever no edital que irá levar 260 empreendedores culturais ao Mercado das Indústrias Criativas do Brasil (MICBR). A iniciativa é do Ministério da Cultura (MinC) e disponibiliza R$ 1,118 milhão para garantir a presença de representantes do artesanato, audiovisual e animação, circo, dança, design, editorial, hip hop, jogos eletrônicos, moda, museus e patrimônio, música, teatro e áreas técnicas. O evento será entre os dias 8 e 12 de novembro, em Belém (PA). As inscrições devem ser feitas na página Mapas da Cultura.
De acordo com a ministra da Cultura, Margareth Menezes, o MICBR é parte central da política pública do Ministério e do Governo Federal voltada à promoção de mercados criativos e à geração de emprego e renda. “Uma rede de colaboração e inovação que inspira e impulsiona a indústria criativa do Brasil, país com potencial enorme para se desenvolver social e economicamente por meio da cultura”, diz.
Pela primeira vez, o MICBR contará com rodadas separadas para cada setor das artes cênicas - circo, dança e teatro e também inova ao inserir o hip hop na programação. Outra novidade é a inclusão das áreas técnicas nas atividades de negócios e formativas. As demais vagas são voltadas ao artesanato, audiovisual & animação, design, editorial, jogos eletrônicos, moda, museus & patrimônio e música.
A programação inclui pitchings, que são apresentações para venda de ideias, projetos ou negócios, e showcases, que são as apresentações artísticas curtas com fins comerciais. Além de atividades de networking e de formação e capacitação de empreendedores, incluindo mentorias, oficinas, palestras e painéis.
Participações
Considerado uma plataforma de negócios com o objetivo de impulsionar a internacionalização de transações comerciais e a formalização de parcerias e negócios não-monetários, o MICBR é um divisor de águas na carreira de empreendedores culturais.
Participante da última edição do MICBR, em 2021, e do Mercado de Indústrias Culturais Argentinas (MICA), onde chegou também por meio do edital do MinC, a presidente do Instituto Cultural Abrapalavra, Aline Cãntia, recomenda a experiência. “Além das rodadas de negócios, o evento oferece oportunidades para interagir com pessoas de diversas áreas, para conhecer as possibilidades de fomento do Ministério e de compartilhar experiências”, afirma.
Ela também chama a atenção para o clima de interação que o evento emana. “Ele é coletivo, mesmo que cada um seja selecionado individualmente. Participar é uma oportunidade de estar junto com outros profissionais, trocar ideias nos corredores e explorar uma ampla gama de atividades, desde palestras até apresentações artísticas”, completa.
A produtora cultural pernambucana, Iris Macedo, 40, de Pernambuco, tem a mesma opinião. Ela participou das edições brasileiras do MIC e também do MICA Argentina no segmento de dança e conta que o Mercado é o ambiente perfeito para ampliar a rede de contatos nacionais e internacionais, ao reunir compradores e vendedores no mesmo espaço. “É uma grande oportunidade que os empreendedores culturais têm para trocar experiências, reduzir fronteiras, fechar negócios”, acrescenta.
Além de ter sido uma experiência cultural enriquecedora, ela conseguiu fechar duas importantes parcerias internacionais para os grupos de dança que representa, depois do MICA.
Inovação
Realizada pelo Ministério da Cultura (MinC) e pela Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), a edição 2023 brasileira é considerada histórica por trazer inovações que atendem reivindicações de representantes dos setores, como a inserção do Hip Hop como negócio criativo.
E ainda a separação do que antes era considerada como “artes cênicas”, em suas partes, circo, dança e teatro e, a inserção das áreas técnicas, contemplando no edital técnicos(as) de som, iluminação, cenografia, produção audiovisual ou quem atua em outras áreas essenciais para produções culturais. “É uma demanda antiga dos trabalhadores da cultura que viabilizam a realização de obras, produções e serviços culturais”, destaca a diretora de Desenvolvimento Econômico da Cultura, Andrea Guimarães, do MinC.
Para Klebsom Alberto, articulador do Fórum das Áreas Técnicas do Ceará, o MICBR realiza um sonho . “Ver no edital a garantia de vagas para as áreas técnicas deu uma alegria no coração, um sorriso no rosto e uma felicidade que não cabia dentro de mim por ser o reconhecimento de uma luta que não é de hoje”, afirma.
Formado em Gestão e Marketing, Klebsom trabalha em várias áreas do segmento das áreas técnicas, como ilustração, design gráfico e cenografia. Para ele, como áreas técnicas sempre existiram dentro da cultura e costumam ser esquecidas, é preciso fazer uma reparação.
“E o que o MinC está fazendo no MICBR é reparar um erro. Fomos esquecidos, sim. E quando são abertos espaços assim, que dão resposta ao nosso segmento, sobre o que a gente solicita e pede, é muito gratificante”, acrescenta.
Histórico
A organização de mercados públicos de economia criativa se transformou em uma característica da América do Sul. Na última década, surgiram cinco mercados nacionais, na Argentina, Brasil, Chile, Uruguai e Paraguai, e um regional (Mercado das Indústrias Culturais do Sul - MICSUL). A iniciativa promove a cultura latino-americana e o comércio de bens e serviços culturais.
Em junho, Buenos Aires sediou a 7ª edição do Mercado de Indústrias Culturais Argentinas (MICA), tendo o Brasil como convidado de honra. Com um investimento de R$ 1,4 milhão, o MinC levou 90 empreendedores nacionais para as rodadas de negócios e atividades formativas do evento. A programação artística também representou um apanhado da diversidade cultural do país.
Propostas
Serão selecionadas propostas inscritas por pessoas físicas, acima de 18 anos, mesmo que representem um empreendimento coletivo, nas categorias de compradores/demandantes, vendedores/ofertantes ou ambas as possibilidades. O preenchimento das vagas obedece ao critério de distribuição regional.
A comissão de Avaliação e Seleção vai observar os critérios de aderência da proposta ao evento e sustentabilidade do negócio; diversidade, representatividade, inclusão e criatividade e; maturidade dos negócios do empreendedor ou do empreendimento representado.
O MinC se responsabiliza pela gratuidade na inscrição e cadastro na plataforma oficial do evento para a organização de rodadas de negócios e participação em atividades de capacitação prévia às rodadas.
Já o apoio financeiro foi calculado por região brasileira para cobrir despesas de transporte (aéreo, terrestre e/ou fluvial), contratação de plano de seguro de viagem e diárias (hospedagem, alimentação e transporte local).
Por: Ministério da Cultura
A reprodução é gratuita desde que citada a fonte