Instituições assinam cooperação para fomentar diagnóstico de mormo
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha ( ABQM ) e a Fundação Arthur Bernardes fecharam um acordo de cooperação técnico-financeira para os próximos quatro anos, com investimentos globais na ordem de R$ 4,2 milhões, desses R$ 1,03 milhão de reais é aporte da ABQM. A partir do uso de ferramentas biotecnológicas, a proposta busca o controle da doença, causada pela bactéria Burkholderia mallei , uma doença de notificação obrigatória no Brasil.
“Esse acordo tem como objeto a execução de atividades conjuntas de pesquisa científica e tecnológica com a finalidade de ampliar os conhecimentos gerados no estudo do mormo no Brasil, a partir de novas cepas isoladas de Burkholderia mallei e uso de ferramentas biotecnológicas”, explica a pesquisadora da Embrapa (Campo Grande-MS) Lenita Ramires, gestora técnica do contrato ao lado do imunologista da Empresa, Flabio Araújo pela Embrapa; e Carlos Eduardo Auricchio, presidente da ABQM, pela Associação.
Em Campo Grande (MS), os pesquisadores têm na equipe os cientistas Andrea Egito, Newton Verbisck e Marlene Barros e a especialista Maria Goretti. As atividades do projeto acontecerão em toda a estrutura do Laboratório Multiusuário de Biossegurança para Pecuária ( Biopec ). Inaugurado em 2017 e inserido na Plataforma do MCTI, o Biopec possui áreas de biossegurança nível 1, 2 e 3 (NB1, NB2 e NB3), e nelas são realizadas atividades que envolvem patógenos de alto risco biológico para a cadeia da pecuária, causadores de doenças como salmonelose, brucelose, tuberculose e doenças êntero-hemorrágicas.
Desde 2018, a Embrapa se preocupa com o mormo e suas consequências. O primeiro projeto aprovado foi liderado pela Embrapa Pecuária Sul ( Bagé-RS ), com a pesquisadora Emanuelle Gaspar. No ano seguinte, o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) formalizou a Rede de Colaboração Técnico-Científica (RC), que dá assessoramento e promove o contínuo aperfeiçoamento de protocolos de diagnóstico para controle, prevenção e erradicação do mormo no Brasil.
Coordenada pelo Mapa, a RC, tem como membros a Embrapa Gado Corte, Embrapa Pecuária Sul, Embrapa Gado de Leite, Coordenação Geral de Laboratórios Agropecuários- CGAL/DTEC/SDA, incluindo os Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária em Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Pará, além do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa e Saúde Pública Veterinária (Panaftosa), do Laboratório de produção de insumos - Biovetech, do Exército do Brasil, da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e Universidade de São Paulo, das Superintendências Federais de Agricultura do MAPA , e dos Órgãos Estaduais de Defesa Agropecuária – OESAs.
Em estudos divulgados, recentemente, os cientistas detectaram, molecularmente, a Burkholderia mallei em diferentes regiões geográficas do Brasil. A detecção nas cinco regiões geográficas do País, em equídeos sorologicamente positivos, amplia a possibilidade de isolamento da cepa e a realização de caracterizações epidemiológicas baseadas em informações moleculares.
Além de Flabio, Paula Suniga, Cynthia Mantovani, Maria Goretti, Juliana Rieger, Emanuelle Gaspar, Fernando Leandro dos Santos, Rinaldo Mota, Karla Chaves, Andréa Egito, José Carlos Filho, Alessandra Nassar e Lenita Ramires participam da pesquisa.
Por: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
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