Iphan vai destinar R$ 200 mil para mapeamento de Matrizes Tradicionais do Forró no RJ
Organizações interessadas têm até 21 de setembro para submeter propostas
Um importante passo foi dado para identificação e valorização de indivíduos e grupos fluminenses ligados ao forró de raiz. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal vinculada ao Ministério da Cultura, lançou nesta segunda-feira (21/8) o edital de chamamento público para o mapeamento das Matrizes Tradicionais do Forró no estado do Rio de Janeiro.
Publicado no Diário Oficial da União, o edital fica aberto por 30 dias para o recebimento de propostas de Organizações da Sociedade Civil (OSCs) dispostas a realizar as pesquisas de campo de uma primeira etapa desse mapeamento. Essa etapa será feita em 48 municípios de quatro regiões do estado: Região Metropolitana; Baixadas Litorâneas; Costa Verde; e Região Serrana. O valor disponibilizado pelo Instituto para a proposta vencedora será de R$ 200 mil. Para participar do chamamento público, as OSCs candidatas devem estar cadastradas na plataforma eletrônica Transferegov no momento da inscrição.
Trata-se de demanda prioritária dos forrozeiros fluminenses, especialmente daqueles das cidades menores, que precisam de mais divulgação e reconhecimento do seu trabalho. De acordo com o edital, podem ser considerados neste mapeamento grupos de forró e seus integrantes, quadrilhas juninas, produtores culturais, DJs, escolas de dança, entre outros detentores das Matrizes Tradicionais do Forró, bem registrado como Patrimônio Cultural do Brasil desde dezembro de 2021.
A iniciativa se insere no contexto do Plano Nacional de Salvaguarda do Forró, que vem sendo elaborado para fortalecer a mobilização social e aprofundar os conhecimentos acerca desse patrimônio, considerando as especificidades com que ele se apresenta em cada estado do País.
Rede de forrozeiros
O mapeamento é, ainda, um dos projetos-pilotos que permitirão aprimorar a nova plataforma digital do Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC), lançada pelo Iphan em julho deste ano, que já conta também com inventários do Frevo (PE) e do Modo de Fazer Arte Santeira (PI). Instrumento de identificação do patrimônio cultural brasileiro, o INRC digital visa se tornar um repositório de documentos, fotos, áudios e vídeos sobre as manifestações da cultura brasileira, que pode ser usado por prefeituras, governos estaduais, organizações não governamentais e, principalmente, pelas próprias comunidades detentoras das referências culturais nos mais diversos territórios do País.
“Com as experiências de utilização do novo INRC digital, como a que estamos propondo nesse chamamento público, esperamos testar as novas potencialidades do Inventário, para que ele seja capaz de corresponder a uma expectativa que os forrozeiros trazem desde a época em que as pesquisas para o registro se iniciaram, que é a formação de uma verdadeira rede de forrozeiros, inicialmente no estado do Rio, mas, posteriormente, de todo o País, dando visibilidade a esse bem cultural tão importante para a identidade brasileira”, diz Pedro Clerot, coordenador de identificação do Departamento de Patrimônio Imaterial do Iphan.
Para mais informações, acesse o edital ou escreva para imaterial.rj@iphan.gov.br.
Por: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)
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