Marcha das Margaridas começa nesta terça-feira (15), na capital do Brasil
Camponesas de todo o país chegam a Brasília, no Distrito Federal, para a sétima edição da manifestação de mulheres trabalhadoras do campo, da floresta, das águas e da cidade
Marchando pela reconstrução do Brasil e pelo bem viver, as Margaridas, mulheres trabalhadoras do campo e da floresta, chegam a Brasília hoje em busca de respostas para uma pauta de reivindicações apresentadas ao Governo Federal em junho desse ano. Organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares – Contag e por federações e sindicatos de trabalhadores rurais, a Marcha ocorre nesta terça-feira (15/08) e quarta (16/08).
São esperadas cerca de 100 mil mulheres de todo o país. O documento com as reivindicações das Margaridas tem 13 eixos temáticos e foi elaborado ao longo de quatro anos. Desde que recebeu o documento, em nome do Governo Federal, a Secretaria-Geral da Presidência da República, coordena o trabalho de resposta de 16 ministérios responsáveis por ações relacionadas a tudo o que as Margaridas reivindicaram.
O documento com as respostas, que foi construído num trabalho coordenado pela Secretaria-Geral da Presidência da República, pelo
Ministério das Mulheres e pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, será entregue pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva às trabalhadoras na Esplanada dos Ministérios no ato de encerramento da Marcha. O caderno de respostas trará informações sobre como cada ministério poderá trabalhar para atender ao que as Margaridas precisam. Também participarão da entrega os ministros Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência da República, Cida Gonçalves, das Mulheres e Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário.
Para o dia de hoje, estão previstas várias atividades de formação, bem como apresentações culturais no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade e a programação deve-se encerrar com um show da cantora paraense, Gaby Amarantos. Já amanhã está prevista a marcha que deve percorrer o caminho entre o Parque da Cidade até a frente do Congresso Nacional, onde são esperados os ministros e o presidente. Neste ato será entregue o caderno de respostas do Governo Federal à pauta de reivindicações das Margaridas.
"Levaremos às ruas a força da nossa luta coletiva para mostrar que nós somos fundamentais para definir um projeto de sociedade para o Brasil." afirma Mazé Morais, Secretária de Mulheres da Contag e Coordenadora Geral da Marcha das Margaridas 2023. Para ela, é fundamental um projeto que recupere e reconstrua a democracia, que reverta os retrocessos dos últimos anos e que reoriente a economia para a sustentabilidade da vida, colocando o Estado e as políticas públicas a serviço da construção da justiça social, abrindo caminho para a sociedade do amor, do bem-viver e do envolvimento.
A MARCHA - A Marcha das Margaridas é uma ação conduzida e protagonizada por mulheres trabalhadoras rurais do campo, da floresta e das águas com a finalidade de construir visibilidade pública e conquistar reconhecimento social e político. Ela é coordenada pela Confederação Nacional de Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG), suas 27 Federações e Sindicatos filiados, e se constrói em parceria com outros coletivos e movimentos feministas e de mulheres trabalhadoras, centrais sindicais e organizações internacionais.
A Marcha inspira-se na luta de Margarida Maria Alves, uma mulher trabalhadora rural nordestina e líder sindical, que rompendo com padrões tradicionais de gênero ocupou, por 12 anos, a presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba. Por lutar pelo direito à terra, pela reforma agrária, por educação, por igualdade e por defender direitos trabalhistas e vida digna para trabalhadoras e trabalhadores rurais, Margarida Alves foi cruelmente assassinada na porta da sua casa, no dia 12 de agosto de 1983.
Por: Secretaria-Geral
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