MDS assina Pacto Brasil sem Fome com prefeitura de Curitiba
Ministro Wellington Dias conheceu experiências exitosas em segurança alimentar na capital paranaense e firmou parceria com a Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento
O Governo Federal tem intensificado as parcerias com estados e municípios para cumprir a missão de tirar o Brasil do mapa da fome. Experiências exitosas, como a rede de segurança alimentar e nutricional de Curitiba, servirão de referência para ações pelo país. Nesta terça-feira (1º/08), o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, assinou junto ao prefeito da capital paranaense, Rafael Greca, o Pacto Brasil sem Fome, além de um Termo de Compromisso com Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento.
“Nós celebramos um protocolo com grandes desafios. Já digo que Curitiba tem uma grande experiência, a gente reconhece como uma referência, por isso esse evento nacional, nessa área de segurança alimentar e nutricional", avaliou o titular do MDS durante a Oficina Sobre a Estratégia Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional nas Cidades, que vai até quinta-feira (03/08).
O evento é organizado pela Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan) do MDS, pelo Observatório de Políticas de Segurança Alimentar e Nutrição da Universidade de Brasília (Opsan/UnB), pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e conta com o apoio da prefeitura de Curitiba.
Pelo Pacto Brasil sem Fome, o MDS realizará os esforços necessários para a integração de Curitiba ao Plano Brasil Sem Fome e para o fortalecimento do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan) junto à capital paranaense. Em outro protocolo assinado, o ministério e o município estabelecem mecanismos de cooperação para a inclusão socioeconômica de pessoas inscritas no Cadastro Único.
Ao lado de Rafael Greca, o ministro conheceu unidades do Sacolão da Família e do Armazém da Família e almoçou no Restaurante Popular da Matriz, que serve em média 1.800 refeições por dia. "A ideia é que o mercado comum de municípios metropolitanos que abastece o nosso Ceasa, os nossos mercados municipais, forneçam a merenda de todas as nossas 400 escolas, mais a rede de Armazéns de Família que há em toda a região metropolitana e em Curitiba", projetou o chefe do executivo municipal.
O ministro destacou a experiência local de combate ao desperdício com o processamento de alimentos, como forma de combater a fome e gerar renda. “Através dessa parceria do setor privado e do setor público, se garante a condição de alimentos que, por conta mais da aparência, estavam indo para o lixo. E, quando olhado com acompanhamento de nutricionista, pessoas com muita responsabilidade, verifica-se que é possível aproveitar aquele alimento. Então é possível processar. A gente viu aqui uma fruta que se transforma em polpa de fruta, outro alimento que é desidratado e com isso garante o alongamento de sua vida”, detalhou.
Nos Armazéns da Família, programa de segurança alimentar e nutricional da prefeitura, são oferecidos alimentos básicos e de primeira necessidade, produtos de limpeza e higiene pessoal, a preços em média até 30% mais baixos que no mercado tradicional para a população que recebe até cinco salários mínimos.
"Os Armazéns da Família são um símbolo da necessidade de se ter um olhar específico para a segurança alimentar e nutricional da população", pontuou Lilian Rahal, secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan) do MDS.
Ceasa
O Termo de Compromisso celebrado com a Central de Abastecimento (Ceasa) e com a Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento (Abracen) possibilita a cooperação técnica para expandir e apoiar uma rede de bancos de alimentos nas centrais pelo país e, dessa forma, auxiliar nos programas de combate à fome. “Imagine essa integração. O Brasil inteiro, toneladas de alimentos que podem servir à população. É algo que me alegra muito, porque encontro aqui total compromisso em atender a quem mais precisa”, comemorou Wellington Dias.
Outro modelo que, na visão do ministro, pode ser reproduzido é o trabalho com pessoas privadas de liberdade no banco de alimentos. “Do ponto de vista social, além de reduzir o desperdício, além de colocar alimentos para entidades que atendem a pessoas que estão passando fome, com desnutrição, com alimento bom, alimento saudável, aqui também encontro o social dando oportunidade a pessoas que estão privadas de liberdade, cumprindo penas e que aqui trabalham, têm uma renda e ainda a redução da pena”, prosseguiu.
"Esse projeto nasceu com o objetivo de reduzir o desperdício e alimentar quem mais precisa. A gente vê o número de 1,5 milhão de pessoas atingidas por ano, por um projeto. É muito gratificante”, afirmou Éder Bublitz, diretor presidente da Ceasa do Paraná e da Abracen.
Segundo ele, o projeto tem um índice de 68% de reinserção das pessoas no mercado de trabalho com carteira assinada. “Então, a gente está salvando vidas, recuperando vidas e isso é um valor que não se explica”, argumentou.
Pelos programas de transferência de renda, como Bolsa Família e BPC, são R$ 8,4 bilhões que o Governo Federal investe por ano na economia do Paraná, segundo o ministro, pelas mãos das pessoas que mais precisam. No entanto, ele destaca a importância das cozinhas solidárias, fazendas urbanas e o foco na população em situação de rua.
"Eu saio daqui bastante animado, porque a partir daqui a gente já vai organizar, ainda para esse mês de agosto, a rede de Ceasas, nessa área dos bancos de alimentos, e ainda garantir as condições de ampliar o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), com a experiência que Curitiba tem com as compras governamentais”, concluiu o titular do MDS.
Rede de Segurança Alimentar
Mesa Solidária: São quatro pontos na capital paranaense que oferecem, diariamente, 1.100 refeições gratuitas para pessoas em situação de rua e famílias carentes.
Restaurante Popular: Curitiba conta com cinco restaurantes que oferecem 4.700 refeições diárias a R$ 3. Os locais atendem, principalmente, idosos e trabalhadores de baixa renda que têm acesso a refeições balanceadas.
Armazém da Família: São 35 unidades que beneficiam um milhão de pessoas com renda de até cinco salários mínimos, com gêneros alimentícios e itens de higiene e limpeza 30% mais baratos que nos supermercados.
Hortas Urbanas: Apoio municipal aos agricultores de 147 hortas urbanas que produzem 1.576 toneladas/ano de alimentos frescos e sem agrotóxicos.
Câmbio Verde: São 103 pontos de troca do Câmbio Verde que beneficiam cinco mil pessoas com 55 toneladas/mês de hortifrútis trocados por material reciclável. A cada quatro quilos de resíduo reciclável, os catadores recebem um quilo de frutas e verduras.
Banco de Alimentos: O local destinou, em três anos, 837 toneladas de alimentos que se tornaram comercialmente inviáveis, mas ainda próprios para o consumo humano, para mais de 70 instituições. Feiras, sacolões e mercados públicos separam diariamente esses alimentos.
Fazenda Urbana: Espaço dedicado à educação para prática agrícola sustentável nas cidades. O local destina toda a produção de suas hortas para entidades. Anualmente, são cerca de 1,4 tonelada de hortaliças que são usadas no preparo das refeições oferecidas nos quatro pontos do Mesa Solidária.
Sacolão da Família: São11 pontos do programa que comercializa frutas e verduras ao preço máximo de R$ 3,69 o quilo. Em média, os hortifrútis vendidos nos espaços da prefeitura custam 30% menos.
Por: Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome
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