MEC debate papel da alimentação escolar na promoção do capital humano
Reunião discute abordagens multissetoriais que conectem educação, segurança alimentar e nutrição para o desenvolvimento do capital humano
O Ministro de Estado da Educação, Camilo Santana, participou, nesta terça-feira, 29 de agosto, em Brasília (DF), da abertura da reunião de alto nível sobre o tema “ O Poder das Abordagens Multissetoriais para o Desenvolvimento do Capital Humano ” , organizad a pelo Programa Mundial de Alimentos (WFP) das Nações Unidas e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O objetivo é criar um espaço propício para que os países impulsionem abordagens multissetoriais que conectem educação, segurança alimentar e nutrição para o desenvolvimento do capital humano, usando duas abordagens complementares: alimentação escolar e sistemas de proteção social.
Em sua fala, Camilo Santana chamou atenção para o Programa Nacional de Alimentação Escolar ( P nae ) , que c ompletou 68 anos , e para o Acordo de Cooperação Técnica entre o MEC e os m inistérios da Saúde, d o Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome , do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O acordo te ve como objetivo o fortalecimento da implementação de ações conjuntas para a promoção da alimentação adequada e saudável no ambiente escolar , bem como estimular a produção dos agricultores familiares . “ Ele tem relevância diante do fato de que a má alimentação é um dos principais fatores de risco e impacta negativamente inúmeros brasileiros e, principalmente, os mais jovens”, comentou.
O M inistro apresentou dados d a pesquisa da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional , os quais demonstram que, em 2022, 33,1 milhões de brasileiros não tinham suas necessidades alimentares básicas atendidas. Isso significa que 6 em cada 10 brasileiros ou viviam algum grau de insegurança alimentar ou passava fome . “ E sse quadro dramático instalou-se apenas em oito anos após o Brasil sair do mapa da fome da ONU , em 2014 , depois de reduzir 82% d a população brasileira considerada em situação de s ub alimentação , de acordo com o relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura ( FAO) ”, disse .
Camilo Santana ressaltou , ainda, que , para garantir alimentação adequada para as crianças nas escolas, nas últimas décadas, o Brasil tem desenvolvido sistemas agrários , como agricultura convencional, agroecologia e agricultura orgânica. “Alguns elementos centrais que propiciaram esse desenvolvimento são investimentos na área de ciência e tecnologia, inovação e a promoção da agricultura familiar ”, falou .
Presenças – Também e stiveram presentes no evento o ministro de Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias; a diretora regional do Programa Alimentar Mundial da WFP, Lola Castro; o secretário-geral do Ministério de Relações Exteriores, embaixador Antonio Ricartes ; a coordenadora da ONU no Brasil, Silvia Rucks ; o representante nacional do BID, Morgan Doyle ; e a diretora executiva adjunta de Desenvolvimento de Programas e Políticas da WFP, Valerie Guarnieri.
A diretora regional do WFP para a América Latina e o Caribe, Lola Castro, afirmou que o evento é uma oportunidade de aprender a partir das boas práticas e manter o compromisso dos países des s a região para tirar as pessoas vulneráveis da pobreza. “Isso será feito para fortalecer as atuais redes de segurança social. Podemos criar sociedades mais iguais, onde todos tenham acesso a serviços essenciais para melhorar suas habilidades, saúde, segurança alimentar e conhecimento ao longo de suas vidas. Dessa forma, cada criança, cada pessoa pode atingir todo o seu potencial e construir nosso capital humano ” , declarou .
Reunião – O encontro segue até o dia 31 de agosto, no Centro Internacional de Convenções do Brasil, em Brasília (DF), reunindo cerca de 200 participantes de mais de 20 países, entre ministros de governo, representantes de instituições financeiras internacionais e das Nações Unidas. O Centro de Excelência contra a Fome do WFP está localizado em Brasília (DF) e é um fórum global de diálogo Sul-Sul sobre políticas públicas, facilitando o intercâmbio de conhecimento e a capacitação para promover ações contra a fome.
O evento conta com a colaboração do governo federal e está sendo realizado devido a os frequentes desafios enfrentados pela América Latina e Caribe c om crises múltiplas e interligadas, choques climáticos, desafios migratórios complexos, lenta recuperação da pandemia e endividamento, além do efeito cascata da crise na Ucrânia. Todos esses desafios têm consequências devastadoras para milhões de pessoas vulneráveis que enfrentam perdas de emprego, redução da renda e piora dos padrões de vida. Na região, 133 milhões de pessoas não podem pagar por uma dieta saudável, que é a mais cara do mundo, e mais de 118 milhões de meninas e meninos correm o risco de abandonar a escola ou não aprender.
Por: Ministério da Educação (MEC)
A reprodução é gratuita desde que citada a fonte