Ministério da Igualdade Racial realiza a segunda etapa do “Encontros Abre Caminhos pelo Brasil" no DF
Em dois dias de atividades, o MIR ouvirá as demandas de religiosos de comunidades tradicionais de matriz de africana do Distrito Federal e entorno
Lideranças e representantes de religiões de matriz africana lotaram o auditório do anexo do Ministério, que fica no Edifício Parque Cidade Corporate, em Brasília, para mais uma realização dos Encontros Abre Caminhos pelo Brasil - edição Centro Oeste. Os encontros regionais buscam realizar um diagnóstico participativo junto às lideranças dessas comunidades e povos, coletar informações diretamente das pessoas que vivenciam as questões em primeira mão.
A etapa Centro Oeste aconteceu em dois dias de atividades (25 e 26 de agosto). A programação incluiu a apresentação da agenda de trabalho do grupo interministerial de enfrentamento ao racismo religioso, e contou com a contribuição de representantes do Governo Federal, do Governo do Distrito Federal e da sociedade civil.
Estavam presentes na mesa de abertura, a secretária-executiva do Ministério da Igualdade Racial, Roberta Eugênio; o secretário de Políticas para Quilombolas, Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana e Ciganos, Ronaldo Santos; e sua diretora Luzi Borges; a deputada federal Érica Kokay; o deputado distrital Fábio Félix, e representantes dos ministérios da saúde, do desenvolvimento agrário, da cultura.
A secretária-executiva Roberta Eugênio destacou a criação do Abre Caminhos como resultado dos processos de resistência do povo negro, da manutenção da sua história, da construção de estratégias coletivas e do enfrentamento das violências de exploração colonial e escravização. “Quando começamos a tratar a intolerância religiosa do ponto de vista institucional, o maior desafio foi pensar nas práticas em torno da garantia de direitos, de uma maneira que protegesse os nossos e as nossas”, referindo-se ao assassinato de Mãe Bernadete ocorrido em Simões Filho, na sexta-feira passada (18/08).
“As instituições desse Estado precisam ser responsabilizadas por cada guia arrancada, por cada terreiro destruído, por cada quartinha de santo quebrada, por cada criança que não consegue manifestar sua religiosidade devido a essa profunda violência”, ressalta.
O encontro tem por objetivo fazer a escuta ativa e política das lideranças afro-religiosas, para construir em conjunto políticas de enfrentamento ao racismo e o Plano Nacional de Enfrentamento ao Racismo Religioso.
Mãe Dora de Oyá, do Ilê Axé T’Ojú Labá, destacou a importância das instituições públicas se aproximarem da sociedade para acolher e legitimar suas demandas. “A gente precisa falar das nossas demandas, é fundamental que os gestores entendam o que estamos precisando”, destaca.
Apoio parlamentar
O MIR através de sua Assessoria Especial de Assuntos Parlamentares (ASPAR) está trabalhando pela aprovação, fortalecimento e aprimoramento do projeto de lei do Marco Legal dos Povos e Comunidades Tradicionais dos Povos de Matriz Africana. “Os parlamentares presentes foram convidados pela ligação de cada um com a temática e com o público alvo. A ideia é que nos ajudem a pensar na aplicação da nossa legislação tanto no centro das cidades quanto nas periferias, onde a violência do racismo religioso é muito forte”, afirma a coordenadora Nailah Neves.
A deputada federal Érica Kokay fez questão de parabenizar a criação e o trabalho desenvolvido pelo MIR em fortalecer políticas públicas de promoção da igualdade racial e falou sobre a necessidade da institucionalização de um fundo para reparar todas as violências sofridas pela população negra. “Queremos que esta ideia avance no parlamento. Estamos em constante diálogo com este ministério para ver o que é possível transformar desta construção, em decretos para que o mal do racismo religioso tenha um fim”, destaca.
Por: Ministério da Igualdade Racial (MIR)
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